Focke-Wulf Fw 200

Fw 200 Condor
(Aliados: Kurier)
Bombardeiro
Focke-Wulf Fw 200
Fw 200 fazendo reconhecimento aéreo, em 1941, durante a Batalha do Atlântico.
Descrição
Tipo / Missão Avião comercial de uso civil; reconhecimento, bombardeiro, transporte e patrulha marítima de uso militar
País de origem  Alemanha
Fabricante Focke-Wulf
Período de produção 1937-1944
Quantidade produzida 276
Primeiro voo em 27 de julho de 1937 (87 anos)
Variantes
Tripulação 5 (Fw 200C-3/U4)
Soldados 30 soldados totalmente equipados
Especificações (Modelo: Fw 200C-3/U4)
Dimensões
Comprimento 23,45 m (76,9 ft)
Envergadura 32,85 m (108 ft)
Altura 6,30 m (20,7 ft)
Área das asas 119,85  (1 290 ft²)
Alongamento 9
Peso(s)
Peso vazio 17 005 kg (37 500 lb)
Peso máx. de decolagem 24 520 kg (54 100 lb)
Propulsão
Motor(es) 4 x motores radiais a pistão BMW/Bramo 323R-2 de nove cilindros refrigerado a ar
Potência (por motor) 1 200 hp (895 kW)
Performance
Velocidade máxima 360 km/h (194 kn)
Velocidade de cruzeiro 335 km/h (181 kn)
Alcance (MTOW) 3 560 km (2 210 mi)
Autonomia 14 h(s)
Teto máximo 6 000 m (19 700 ft)
Aviônica
Tipo(s) de radar(es) Radar Fug 200.
Armamentos
Metralhadoras / Canhões 1 x canhão frontal de 20 mm (0,787 in) MG 151/20
4 x metralhadoras de 13 mm (0,512 in) MG 131 em posições dorsais e laterais
Foguetes 2 Hs293
Bombas Até 5 400 kg (11 900 lb) de bombas
Notas
Dados de: Warplanes of the Luftwaffe[nota 1]

O Focke-Wulf Fw 200 "Condor" foi um avião quadrimotor monoplano, inicialmente destinado ao uso civil, sendo mais tarde improvisado como bombardeiro durante a Segunda Guerra Mundial. Servindo primeiramente como avião transporte e mais tarde como aeronave de reconhecimento marítimo armado, o que o alçou diretamente para a função de bombardeiro, a qual desempenhou de forma até invejável, quando temos em mente a pequena quantidade destes aparelhos em serviço na Luftwaffe.

Origens

A Focke-Wulf Flugzeugbau AG foi fundada no dia 1 de janeiro de 1924 por Heinrich Focke, George Wulf e o Dr. Werner Naumann. A empresa operava em um hangar do Aeroporto de Bremen, onde eram desenvolvidos aviões leves e transportes. O grande acontecimento na história inicial da empresa, ocorreu no dia 1 de novembro de 1931, data em que o Diploma Ingenieur (Engenheiro Certificado) Kurt Waldemar Tank, assumiu a diretoria do departamento de design. Sua experiência no projeto de aviões era ampla, tendo trabalhado para Rohrbach e a Bayerische Flugzeug AG em Augsburg, sob o comando do Prof. Willy Messerschmitt.

O Fucke-Wulf Fw 200 efetuou seu voo inaugural em 27 de junho de 1937, ainda como protótipo, designado "200-V1 Condor". E provou ser o melhor aparelho de viagens do mundo: era o mais confortável, o mais silencioso e o mais caro. O projeto teve início em meados de 1936, quando o engenheiro aeronáutico Kurt Tank (pai do Fw 190) e o diretor da Focke-Wulf juntaram-se aos executivos da companhia aérea estatal alemã Lufthansa para criar um avião civil capaz de concorrer com o Douglas DC-3 dos americanos e paralelamente substituir os já um tanto obsoletos Junkers Ju 52/3m. O que se obteve no projeto final foi um quadrimotor que podia atravessar o Atlântico Norte sem escalas, transportando 26 passageiros e quatro tripulantes. Era propulsionado por motores americanos Pratt & Whitney Hornet de 850 hp cada, munidos de hélices VDM-Hamilton de três pás.

Protótipos

O voo inaugural do protótipo V1 foi em junho de 1937, nos comandos do próprio Kurt Tank. O aparelho em questão era esteticamente harmonioso, com nove janelas de Plexiglas nas duas laterais, mas o V1 não contava com nenhum equipamento ou pintura. Posteriormente o mesmo avião foi adquirido pela Lufthansa e pintado com as devidas cores da empresa. Este "Condor" recebeu a designação D-AERE e denominava-se Saaland.

Os militares recusaram o Fw 200, devido ao conceito da Blitzkrieg e pelas ordens do General Albert Kesselring. Mesmo assim, nos anos 30, o "Condor" teve um papel importante na aviação mundial. Muitas linhas particulares do mundo o adquiriram na versão Fw 200A-0, equipada com motores BMW 132G-1 de 720 HP e apresentava poucas alterações diante do modelo V1, como um ligeiro enflechamento dos painéis alares e algumas modificações na cauda.

Nove exemplares foram vendidos para a Dinamarca e outros dois foram para o Syndicato Condor Ltda, com sede no Rio de Janeiro.

O protótipo V2 foi entregue para a Lufthansa e o V3 era o avião pessoal de Hitler. O Führer, não gostava muito de viajar nesse aparelho a princípio, preferindo o veterano Ju 52, principalmente por não confiar muito no trem de pouso retrátil, como afirmou o seu próprio piloto Hans Baur (1897-1993) na sua autobiografia "Hitler At My Side".

O Fw 200 efetuou muitos voos recordes na sua carreira de avião comercial. Um deles foi efetuado em agosto de 1938, quando os pilotos Henke e von Moreau decolaram do aeroporto de Tempelhof, em Berlim e atingiram Nova York em exatas 24 horas e 55 minutos, sendo que a viagem foi feita com vento na direção contrária. A viagem de volta foi feita em apenas 19 horas, com a distância de 6.558 km percorridos e velocidade média de 330 km/h, com um Fw 200S (S de Special). Dias mais tarde, o mesmo avião partiu para Tóquio fazendo apenas três escalas na trajetória.

Eclosão na guerra

A chegada do avião no Japão rendeu bons frutos a Alemanha Nazi. A Marinha Imperial Japonesa ficou muito impressionada ao analisar a aeronave e imediatamente encomendou um exemplar, porém para fins militares, sendo designado para reconhecimento marítimo no Pacífico.

Kurt Tank acreditou que a ideia dos japoneses seria útil para a Luftwaffe. A essa altura já se fabricavam os aparelhos da série B. Logo, ele modificou um V10, com motores BMW 132Dc ou 132H, aumentando a capacidade de combustível, adicionando um compartimento interno capaz de carregar holofotes, botes, câmaras de fotografia, marcadores e três MG 15 de 7,92 mm montadas numa gôndola ventral e na frente do avião. Nenhuma carga de bombas foi prevista.

No início de 1939, já era evidente para o Alto Comando que um conflito envolvendo a Alemanha estava próximo. Assim, o chefe do Estado-Maior da Luftwaffe, General Jeschonnek, atribuiu ao Oberleutnant Petersen a tarefa de organizar um grupo de operações navais, capaz de realizar reconhecimento marítimo e eventualmente atacar alvos no Atlântico. O avião escolhido para a missão era o Heinkel He 177. Porém este se encontrava em fase de desenvolvimento, a solução seria a adoção da ideia nipônica, o Fw 200V10 "Condor". Foi utilizado em suas variantes, como avião de transporte pessoal de Adolf Hitler e seu piloto pessoal, Hans Baur (1897-1993), gradativamente substituindo o Junkers 52.

O mesmo ocorreu com os aviões de transporte Junkers Ju 52/3m e o Dornier Do 17. Ambos foram desenvolvidos para a aviação comercial, mas a Luftwaffe equipou-os com cargas explosivas, sem consultoria técnica, o que foi motivo de piada para os ingleses. O Fw 200 era literalmente inadequado para a unidade de Petersen, principalmente por conta de sua estrutura frágil para receber bombas. Some-se, ainda, o fato do "Condor" ser obrigado a operar a partir de pistas precárias e, muitas vezes, improvisadas. A equipe de Kurt Tank fez o possível para remediar os problemas estruturais e tentar driblar as modificações não oficiais feitas em campo. Assim originou a versão Fw 200C em 1939, que equipou a Luftwaffe na função de transporte e pôde participar, juntamente com aparelhos da antiga variante B modificados, da operação de ataque à Noruega (Operação Weserübung) em 1940.

Seis Fw 200C-0 receberam armamento simples: três MG 15, sendo que uma era localizada numa gôndola semi-hemisférica logo atrás do cockpit, outra numa escotilha ventral e outra era operada também na porção dorsal, mas na região frontal do avião, como uma espécie de cabina.

Também foi introduzido um compartimento de bombas nas asas e no dorso do avião capaz de levar quatro artefatos de 250 kg.

A variante seguinte era vista como definitiva, mas apresentava grandes equívocos, como a visível falta de blindagem e falhas estruturais. O C-1 tinha muitas novidades, como aquecimento interno e luz elétrica para a tripulação, mas a principal delas era a gôndola ventral mais deslocada que a do modelo anterior, reservando um espaço adicional no avião que levava uma carga de cimento de 250 kg para acertar a mira. Foi também introduzido um canhão automático MG FF de 20mm de fogo frontal (a fim de causar problemas às baterias antiaéreas aliadas), que era a única arma ofensiva de disparo rápido (exceto as bombas herdadas da versão mais antiga). Outra característica, rara para a época, era o amplo espaço interno para seus cinco tripulantes.

Operadores

Operadores civis

 Alemanha

 Brasil

 Dinamarca

 Reino Unido

Operadores militares

 Alemanha

Espanha

 Reino Unido

 União Soviética

Imagens

Notas

  1. Donald 1994, p. 90.

Bibliografia

  • Donald, David, ed. Warplanes of the Luftwaffe. London: Aerospace Publishing, 1994. ISBN 1-874023-56-5.

Ligações externas

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