A Paróquia Matriz Nossa Senhora da Conceição (Santa Ifigênia) ou Basílica Santíssimo Sacramento, também conhecida como Igreja Santa Ifigênia,[1] está localizada na esquina da Avenida Cásper Líbero com a Rua Santa Ifigênia, no bairro de mesmo nome, distrito da República, na cidade de São Paulo. O Viaduto Santa Ifigênia termina em frente à igreja.
História
Localizada perto do Vale do Anhangabaú, a atual Igreja de Santa Ifigênia está construída no lugar de uma das mais antigas capelas da cidade, a Capela de Nossa Senhora da Conceição, construída antes de 1720. [2]Essa primeira capela foi reformada a partir de 1794, e, conforme edito do príncipe regente Dom João VI, em 1809 surgiu a paróquia de Nossa Senhora da Conceição e Santa Ifigênia, que deu nome ao largo e ao bairro localizado ao redor da igreja. D. João também determinou que a Irmandade de Santa Ifigênia e Santo Elesbão, cujos membros eram negros alforriados, se estabelecesse na nova igreja.
A igreja colonial foi demolida no início do século XX.[2] O projeto atual foi elaborado pelo arquiteto austríaco Johann Lorenz Madein. A construção da atual igreja começou em 1904, sendo inaugurada, ainda inacabada, em 1910. As obras terminaram por volta de 1913. O estilo arquitetônico da igreja, que nada tem a ver com o antigo edifício colonial, tem um caráter neo-românico com detalhes neogóticos, inspirado em igrejas medievais do norte da Europa. O interior foi ricamente decorado com pinturas, vitrais, púlpitos e um órgão monumental.[3]
Por fora, a Igreja de Santa Ifigênia é um exemplo de arquitetura revivalista de caráter neorromânico, com duas torres pequenas e uma torre central alta a maciça. As fachadas são decoradas com rosáceas e frisos lombardos, típicos da arquitetura românica medieval. O acesso ao interior se faz por um portal principal de múltiplas arquivoltas de arcos de volta perfeita, também de feição românica.
No interior as paredes e abóbadas estão decoradas com pinturas medievalistas multicoloridas. As três rosáceas e os janelões estão decorados com vitrais trazidos de Veneza. Abaixo de cada uma das rosáceas da nave há uma pintura de autoria de Henri Bernard (c. 1923), uma representando a Sagrada Família e a outra as Bodas de Caná. Outros pintores com obras no interior são Benedito Calixto, Carlos Oswald, os irmãos Enrico e Fernando Bastiglia e Gino Catani entre outros.[4] As abóbadas do interior tem nervuras de inspiração gótica.
A nave tem dois púlpitosneogóticos, esculpidos em madeira, importados da França, em 1920. Um traz um relevo representando São Pedro e o outro São Paulo. Em 1924, foi inaugurado um órgão, fabricado na Casa Walcker Orgelbau, em Ludwigsburg, na Alemanha, e apesar de seu mau estado de conservação atualmente está funcionando parcialmente, na forma de um pequeno positivo instalado no lugar do antigo altar-mor.[3] O restante do órgão está em seu lugar original, o coro, desmontado, aguardando restauro.