A Rua Oscar Freire é uma via localizada nos bairros Cerqueira César (Jardins) e Pinheiros, ambos pertencentes à zona oeste da cidade de São Paulo, e é considerada um dos principais endereços de compras de lojas de rua na cidade e uma das ruas mais luxuosas e caras do mundo,[1][2][3] estando frequentemente na primeira posição a nível nacional.[4]
Entre as ruas Melo Alves e Padre João Manoel, os postes foram retirados e os fios da rede elétrica transformados em um sistema subterrâneo, tornando o visual do local mais agradável.[5] A Avenida Rebouças cruza a rua separando os bairros acima citados. A Oscar Freire tem extensão de 2.600 m com início da sua numeração na Alameda Casa Branca, e final na Avenida Doutor Arnaldo, e tem à sua disposição a estação de metrô Oscar Freire da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, inaugurada em 4 de abril de 2018.[6]
A rua é avaliada como um dos metros quadrados mais caros da América Latina, e reconhecida por ser um dos pontos de comércio mais elegantes e valorizados da cidade de São Paulo. Geralmente essas lojas fazem um espaço conceito, ou seja, uma loja diferenciada das que elas têm em outros bairros e cidades.
No ano de 2005, foi eleita pela pesquisa da Excellence Mystery Shopping International, uma organização internacional que reúne institutos de pesquisa de mercado, a 9.ª área mais luxuosa do mundo.[3] Em 2008, ficou na oitava classificação.[1][8] Atingiu o seu auge entre 2004 e 2006. Ao todo, são 110 lojas associadas à Associação dos Lojistas dos Jardins (ALOJ).[9][10] Apesar de ser extensa (2600 metros), reúne, em poucos quarteirões, nas proximidades entre o cruzamento com a rua Augusta, algumas das grifes mais famosas e caras com atuação no país dentro ramo da moda e acessórios, como a Shoulder, Le Lis Blanc, Tommy Hilfiger, Forum, Osklen, Camper, H. Stern, Ellus, Animale, Canal, Rosa Chá, Spezzato,[11] Track & Field, Montblanc, Pandora,[5] entre outras.
Nas ruas transversais e paralelas à Oscar Freire, como a Haddock Lobo, a Bela Cintra, a Melo Alves e a Alameda Lorena, eram encontradas importantes boutiques internacionais, como a Christian Dior, Louis Vuitton, Salvatore Ferragamo, Bulgari e Cartier, que fecharam suas portas na região. No entanto, as grifes internacionais Roberto Cavalli e Versace permanecem com lojas em funcionamento.
A Oscar Freire e suas ruas adjacentes também abrigam diversos restaurantes e bares, entre eles o Fasano, Piselli, Antiquarius, Almanara, Chez Oscar, Italy, Serafina, P.J. Clarke´s[12] e recentemente foi aberta uma franquia da hamburgueria Burger Joint, de Nova York, na qual o dono é o ator Bruno Gagliasso,[13] e docerias, entre elas a Ici Brasserie,[14] Gero, Rodeio, A Bela Sintra, as sorveterias Baccio di Latte e Ben & Jerrys,[14] a doceiras Dulca, Kopenhagen, Cristallo[12] e recentemente a Carlo's Bakery.[15] As ruas também contam com obras de grafite do renomado artista Kobra.[16]
Além disso, a rua é considerada um lugar onde várias celebridades podem ser vistas normalmente fazendo compras pelas lojas luxuosas.[17]
Reformas
Uma ampla reforma, parte do Programa de Intervenção em Ruas Comerciais, foi realizada em 2006, ao custo de aproximadamente 8,5 milhões de reais.[18] As obras, de autoria dos arquitetos Héctor Vigliecca, Ronald Werner Fiedler e Luciene Quel, do escritório Vigliecca & Associados, contemplaram o enterramento de fios entre as ruas Melo Alves e Padre João Manoel, nivelamento das calçadas e padronização do mobiliário urbano, com o objetivo de transformá-la em uma região de comércio a céu aberto, assim como outros existentes ao redor do mundo. Cerca de metade do valor das obras é de origem de verbas municipais.[19] A inauguração ocorreu em 10 de dezembro de 2006, tendo sido marcada pela interdição da passagem de veículos pela rua, experiência que se repetiu mais duas vezes, mas hoje é além de uma avenida de passeio também um rua para o trânsito de veículos.
Durante a inauguração, porém, houve protestos contra o prefeito, Gilberto Kassab, devido ao aumento de tarifas de ônibus. No convite para a inauguração distribuído à imprensa, lia-se em um trecho: "Poeira, marteladas e barulho acabaram. No lugar dos operários, homens e mulheres bem vestidos voltam a circular pelas calçadas da rua Oscar Freire".[20]
A reforma realizada naquele ano valorizou ainda mais a região, que consolidou-se como o segundo ponto de aluguel mais caro, por metro quadrado, do país.[21] No entanto, com a chegada de novos centros de luxo na capital, como os shopping centers JK Iguatemi e Cidade Jardim, diversas grifes internacionais como Christian Dior, Salvatore Ferragamo, Cartier, Louis Vuitton, entre outras, fecharam suas portas na região, concentrando-se nos novos centros de compras de luxo que surgiram, dispersando o foco central na rua e caminharam para os pontos de vendas mais específicos para o público alvo dessas grifes.
Com esta migração, marcas brasileiras como Melissa, Riachuelo, Natura, Hope, Arezzo, Chilli Beans, Havaianas, dentre outras que nunca tiveram como foco a venda para a classe A, ganharam território neste espaço. Consideradas mais populares se comparadas às grifes que ocupavam anteriormente a Rua Oscar Freire, preencheram o espaço deixado pelas grandes marcas internacionais e instalaram-se na região com lojas-conceito, também conhecidas como flagship, que são lojas que introduzem um espaço diferenciado e conceitual, muitas vezes apresentando coleções inéditas, galerias de arte, vitrines e fachadas especiais para a Oscar Freire, que funciona como uma divulgação e mecanismos de posicionamento de mercado para essas empresas. Essas grifes costumam abrir filiais extensas para promover festas e criar relações com a imprensa. O sócio-diretor da consultoria BG&H Gouvêa de Souza, Marcos Hirai, analisa a abertura de filiais populares na Oscar Freire como um passo inicial para as grifes que pretendem se firmar no mundo da moda, conquistar reconhecimento. Ele diz que "A Oscar Freire é uma espécie de entrada para o clube de varejistas maduros. A maioria das operações não gera lucro, mas as empresas têm um ganho indireto na imagem. Funciona mais como marketing". Também cita como exemplo a loja Riachuelo, que abriu uma filial de 1.600 metros para promover festas e criar relações com a imprensa.[22] Além disso, a rua foi recentemente revitalizada, introduzindo parklets, bicicletários, rede wi-fi e carregadores de celular a seus visitantes.[23]
Pracinha Oscar Freire
A Rua também conta com uma "Pracinha" nomeada com o próprio nome de sua localização, definida também como um pocket park.[24] Inaugurada em 21 de maio de 2014,[25] foi instalada em uma rampa de acesso a um estacionamento particular e foi transformada em espaço de lazer e descanso nesta rua de comércio luxuoso, propondo novas relações com os espaços abertos ao público. Além de poder receber eventos, workshops e food trucks, conta com uma parede de "lousa" em que pode ser escrita com giz e também paredes de grafite que virou local para fotos. O espaço foi criado pelo Instituto Mobilidade Verde em parceria com a incorporadora Reud.[26] A ideia é inspirar e incentivar as pessoas a levarem seu trabalho ao ar livre, dentro deste conceito, estão convidados empresas e funcionários em geral, para passarem meio período trabalhando ao ar livre em mesas coletivas no meio urbano. A Pracinha Oscar Freire tinha como projeto funcionar por um ano mas está ativa até os dias atuais.[26][24][27]