Atacante de origem, Diego Tardelli destaca-se por sua movimentação dentro de campo, tornando-o um jogar versátil em campo, podendo jogar na referência no ataque como centroavante ou também como um segundo atacante, jogando pelas pontas. Suas principais características são velocidade e finalização de curta e longa distância.
Carreira
Início
Diego Tardelli iniciou sua carreira no Partner Football, clube empresa de Curitiba. Chegou a ser emprestado para as categorias de base do Santos, na mesma geração de Robinho e Diego. Porém, devido a problemas disciplinares, o jogador acabou sendo devolvido ao clube de Curitiba.
São Paulo
Após isso, em negociação conturbada, apareceu atuando no União Barbarense, e em 2003, aos 18 anos foi levado pelo São Paulo através de mais uma polêmica transação com o clube interiorano da qual ficou avaliada em apenas 21 mil reais, um valor extremamente baixo para os padrões do futebol.
Ainda nas categorias de base do Tricolor Paulista, Tardelli era conhecido como Dinei, atacante e ídolo do rival Corinthians, pois, a exemplo do corintiano, pintava seus cabelos de loiro.[1]
Diego Tardelli surgiu durante a Copa São Paulo de Juniores de 2004, como uma das principais promessas do futebol brasileiro, quando chegou até a final do campeonato, vencida pelo Corinthians.
Já no ano seguinte, tornou-se titular do time principal do São Paulo, tendo sido destaque na conquista do Campeonato Paulista de 2005, artilheiro da equipe com 12 gols. Em seguida, na final da Taça Libertadores de 2005, fez um dos gols, na vitória de 4–0 sobre o Atlético Paranaense, que deu ao São Paulo seu terceiro título nesta competição. Anos depois, mais precisamente em 2014, Tardelli disse que ficou certa mágoa com o Tricolor Paulista. Segundo o atacante, "eu era visto como um talento que não despontava, jogador-problema. Talvez eu tenha me empolgado no momento errado. Tinha 17, 18 anos, ia pra balada e chegava atrasado aos treinos. O São Paulo poderia ter me dado cobertura e instrução, mas nunca me defendeu. Aí a imprensa deitava e rolava. A manchete do dia seguinte era sempre garantida. Na situação difícil, ninguém ficava do meu lado."[2]
Betis
Contudo, a carreira de Tardelli no São Paulo, logo acabaria esbarrando em seu temperamento difícil. Envolvido em seguidos problemas disciplinares, no dia 9 de dezembro de 2005, acabou sendo emprestado ao Real Betis, da Espanha, mas não obteve sucesso.[3]
São Caetano e PSV
Em 11 de julho de 2006, ao fim da temporada 2005–06 no Bétis, Tardelli retornou ao Brasil, emprestado ao São Caetano, sob o aval do treinador Emerson Leão, com quem já havia trabalhado no São Paulo.
Porém, após somente sete partidas, no dia 30 de agosto de 2006, Tardelli trocou o São Caetano pelo PSV Eindhoven, da Holanda.
Na Holanda, recuperou o bom futebol, com belas exibições e alguns gols importantes, Tardelli foi um dos responsáveis pelo título do Campeonato Holandês de 2007.[4]
Retorno ao São Paulo
Terminado seu empréstimo junto ao PSV, em 20 de junho de 2007, Tardelli retornou ao São Paulo, onde atuou em 25 partidas, conquistando o Campeonato Brasileiro de 2007.
Flamengo
No 15 de janeiro de 2008, foi contratado pelo Flamengo, para a disputa da Libertadores da América de 2008[5]. Contudo, antes mesmo de ser integrado ao elenco rubro-negro, Tardelli já havia se envolvido em uma polêmica com Souza, que, à época, era o atacante titular do Flamengo.
Tardelli acabou sendo bem recebido na Gávea, até mesmo por Souza. Não conseguiu, porém, se efetivar como titular. Oportunidade, que surgiu durante a final docampeonato carioca de futebol de 2008, Tardelli entrou no segundo tempo do jogo que estava empatado e levaria a decisão para os pênaltis, mas Tardelli fez o gol da vitória, ele acertou um belo chute de fora da área, o golaço deu o título de Campeão Carioca ao Flamengo, que também se tornou o recordista de títulos estaduais.
Passado o Campeonato Carioca, Tardelli voltou a ser irregular e, com isso, não conseguiu firmar-se como titular. Todavia, no meio da disputa do Campeonato Brasileiro de 2008, com a saída de vários atacantes rubro-negros para o exterior, a vaga de titular passou a ser sua. Porém, logo em seguida, Tardelli sofreu uma fratura no braço direito, que o deixaria de fora do restante da temporada.
Atlético Mineiro
Para a temporada de 2009, o Atlético Mineiro contratou o jogador, adquirindo cinquenta por cento de seus direitos econômicos. Logo em sua primeira temporada, fazendo dupla de ataque com Éder Luís, que havia retornado de empréstimo do São Paulo, Tardelli virou um ídolo do Galo e de sua torcida pelo alto número de gols marcados e atuações decisivas.[6] O presidente do Atlético chegou a declarar que havia recusado uma proposta de 23 milhões de reais pelo jogador. Ao final da temporada, Diego Tardelli conquistou vários prêmios, entre eles o Prêmio Arthur Friedenreich, dado ao maior artilheiro da temporada,[7] o prêmio de melhor "primeiro atacante" do Campeonato Brasileiro de 2009, em disputa com Fred (Fluminense) e Fernandinho (Barueri), entre outros. Devido ao grande futebol apresentado no ano, os rumores de que Tardelli teria propostas de outros clubes aumentaram. O Benfica, de Portugal, era um dos mais especulados. Com a demissão de Celso Roth e com a badalada contratação de Vanderlei Luxemburgo, o novo treinador garantiu que Tardelli ficaria, rasgando elogios a ele.
No ano seguinte, Diego Tardelli seguiu brilhando, desta vez, formando dupla de ataque com Obina, contratado para substituir Éder Luís, que havia se transferido. Entretanto, Obina se machucou pouco tempo depois, e Tardelli assumiu mais uma vez a responsabilidade de comandar o ataque atleticano, sendo um dos responsáveis pelo título do Campeonato Mineiro de 2010, o seu primeiro título pelo clube. Em 30 de outubro de 2010, Tardelli completou 100 jogos com a camisa do Galo, e recebeu uma placa em sua homenagem.
No ano de 2011, segue marcando gols. Em 12 de fevereiro, fez três no clássico contra o Cruzeiro e se torna o sexto jogador atleticano na história do clássico Atlético X Cruzeiro a marcar 3 gols numa mesma partida, ajudando o Atlético a vencer por 4-3.
Anzhi Makhachkala
No dia 8 de março de 2011, a imprensa russa anunciou a oficialização do acerto entre Diego Tardelli e o clube russo Anzhi Makhachkala, em um contrato de 4 anos de duração. O jogador teve 62,5% do seu passe, vinculados ao Atlético Mineiro, negociados com os russos por 5 milhões de euros, cerca de 11,5 milhões de reais.[8]
Dois dias depois, Tardelli anunciou em seu twitter oficial que a negociação estava realmente concretizada. No Anzhi, Tardelli jogou ao lado dos ex-corintianosRoberto Carlos e Jucilei. Ele vestiu a camisa de número 9, número com o qual se destacou no Atlético Mineiro.
No dia 3 de outubro de 2011, o jornalista Tino Marcos, que estava na Rússia, noticiou que o jogador deixaria o clube russo em janeiro. Em uma entrevista o próprio Tardelli revelou seu desejo[9] de voltar a atuar pelo Atlético, dando preferência ao clube nas negociações, tendo até conversado com o presidente Alexandre Kalil. Outros clubes estiveram interessados, como o Palmeiras, times da Turquia e até mesmo do Qatar, porém seu interesse seria o de voltar ao Brasil.
Al-Gharafa
Após um ano de insucesso no Anzhi, Tardelli manifestou seu interesse de voltar ao Brasil. Foram semanas de negociações com equipes brasileiras (principalmente Atlético Mineiro, Palmeiras e Corinthians), mas no final acabou acertando sua transferência no valor de 4 milhões de euros para outra equipe do exterior, dessa vez o Al-Gharafa, do Qatar.[10]
Retorno ao Atlético Mineiro
Em 2013, após um longo período de negociações, o retorno de Diego Tardelli ao Atlético Mineiro foi anunciado pelo presidente Alexandre Kalil no dia 3 de fevereiro. O jogador assinou um contrato de 4 anos e estima-se que o valor da negociação tenha sido por volta dos 5,25 milhões de euros.[11][12]
Não demorou muito para Diego Tardelli voltar a cair nas graças da torcida. Por seu futebol de refinada técnica e sua voluntariedade tática, constantemente é reverenciado pelos torcedores atleticanos, que entoam cânticos feitos especialmente para o atleta. Segundo o colunista Tostão, para o qual faltaria à seleção um jogador com as características de Tardelli, ele "não é um centroavante, um meia de ligação nem um ponta. Ele é uma mistura de tudo isso. Toca e avança. Dribla, dá passes e faz gols.[13]
Em 2013 sacramentou sua posição de ídolo da torcida do Atlético Mineiro ao participar decisivamente da campanha do título da Libertadores daquele ano. Foi vice-artilheiro da competição, com 6 gols.
No dia 23 de julho de 2014, Tardelli marcou seu centésimo gol com a camisa do Galo na final da Recopa Sul-Americana, ajudando o Atlético na conquista do inédito título, e sagrando-se artilheiro da competição.[14]
Ainda em 2014, Tardelli continuou a escrever seu nome na centenária história do clube ao marcar o gol do título da Copa do Brasil sobre o arquirrival Cruzeiro.[15] Com mais este gol sobre o Cruzeiro, o goleador se juntou a Nilson, Paulo Isidoro, Guilherme e Lauro como o 6º maior artilheiro do Atlético em clássicos, com nove gols, deixando para trás Éder Aleixo, Dario e Nívio, que marcaram oito gols cada.[16]
No total foram 219 partidas e 110 gols, o suficiente para Diego Tardelli se tornar um grande ídolo da massa atleticana.
Em 12 de fevereiro de 2019, foi anunciado pelo Grêmio por três temporadas.[18] Em 16 de janeiro de 2020, Tardelli chegou a um acordo pela rescisão contratual com o clube.[19]
Terceira passagem pelo Atlético Mineiro
Em 12 de fevereiro de 2020, Tardelli acertou com o Atlético Mineiro para realizar a sua terceira passagem pelo clube.[20] Fez sua segunda reestreia pelo Galo em 7 de março, entrando no segundo tempo da vitória por 2–1 sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Mineiro.[21] Em 15 de julho, ele sofreu uma ruptura ligamentar no tornozelo direito durante um jogo-treino com o América e precisou passar por cirurgia.[22] Voltou a atuar em 4 de fevereiro de 2021, entrando no decorrer da derrota por 1–0 para o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro.[23]
Em 28 de fevereiro, Tardelli marcou pela primeira vez após retornar ao Atlético, abrindo o placar da vitória por 3–0 sobre a URT, pela primeira rodada do Campeonato Mineiro de 2021.[24] Deixou o clube ao fim de seu contrato em 30 de maio de 2021.[25]
Santos
Em 23 de agosto de 2021, Tardelli foi contratado pelo Santos com contrato até dezembro com opção de renovação até o final do Paulista 2022.[26]
Aposentadoria
Em 12 de junho de 2023, Diego Tardelli anunciou a sua aposentadoria do futebol aos 38 anos. Em uma carta aberta publicada nas redes sociais, o atleta confirmou a decisão de pendurar as chuteiras.
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Como é difícil dar adeus ao futebol. Ainda não sei nem se é o momento certo e se estou preparado para me despedir. Foi assim também, meio que de repente e sem eu estar preparado, que tudo começou no dia 9 de março de 2003. Em apenas dez minutos, a minha vida se transformava e aquele sonho de criança foi se tornando realidade. Realizei o sonho de conhecer alguns dos meus ídolos e até mesmo jogar com alguns deles. Conhecer países diferentes, conhecer culturas novas, chegar à seleção brasileira, ganhar títulos, ser respeitado. Enfim, foi lindo e não me arrependo de nada.[27]
”
— Diego Tardelli, em publicação no Instagram.
Seleção Brasileira
Em 2005, foi convocado para a Seleção Brasileira, que disputou o Campeonato Mundial Sub-20 daquele ano, nos Países Baixos. O Brasil terminou a competição na terceira colocação, mesmo assim, Tardelli foi considerado um dos grandes destaques do torneio.
Principal
No dia 28 de julho de 2009, suas atuações pelo Atlético Mineiro lhe renderam sua primeira convocação para a Seleção Brasileira principal, para o amistoso contra a Estônia, e, no dia 12 de agosto de 2009, fez sua estreia. A partir disso, o treinador Dunga o convocou para os jogos da seleção nas Eliminatórias da Copa. Diego Tardelli terminou o ano com expectativas de ir a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, mesmo sem ter feito gols enquanto esteve jogando pela Seleção Brasileira. No dia 26 de julho de 2010, Diego Tardelli foi convocado mais uma vez para a seleção principal para jogar um amistoso contra os Estados Unidos, onde entrou em campo nos últimos minutos e não marcou nenhum gol.
Em outubro de 2013, escalado por Cuca para exercer a função do contundido Ronaldinho Gaúcho, Tardelli vem vivendo uma boa fase no Atlético. Contudo, apesar do grande momento, tem ficado de fora das listas de Luiz Felipe Scolari na Seleção, fator que vem externando certa insatisfação por parte do jogador. Segundo o próprio atacante[28]:
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"Agora novamente profissionais da bola estão pedindo minha convocação. Ainda não desisti, mantenho meus pés do chão, quem sabe o Felipão ou quem está lá dentro possa ver o meu momento."
1 Ainda não há uma lista oficial. Há veículos que apontam como artilheiros os três jogadores de clubes que vieram do módulo azul, virtual primeira divisão, que marcaram, cada um, 20 gols; e outros que entendem que a artilharia é exclusiva de Adhemar, que somou 22 gols em jogos do módulo amarelo e fase final.