O apelido Dunga foi dado por um dos seus tios, em referência a um dos Sete Anões, acreditando que Carlos não teria uma estatura maior.[3]
Carreira como jogador
Internacional
Formado nas categorias de base do Internacional, foi revelado pelo clube em 1983, sempre chamando a atenção pela liderança em campo. Volante duro na marcação, não hesitava em tentar lançamentos para os companheiros da frente, nem em desferir potentes chutes com a perna direita.[4]
Corinthians
Dunga foi contratado pelo Corinthians em meados de 1984. Por onde ficou até 1985. Ele foi vice-campeão paulista em 1984 e no ano seguinte fez parte do time que tinha nomes como Hugo de León, Wladimir, Biro-Biro, Zenon, Casagrande e Serginho Chulapa, mas que não conquistou títulos. No total, atuou pelo Timão em 61 jogos e anotou cinco gols.[5]
Entre jogos do carioca e amistosos, Dunga fez 23 jogos e marcou três gols pelo Vasco, porém deixou o clube antes do fim do campeonato que foi vencido pelo time da Cruz de Malta.[7]
Pisa
Dunga chegou ao Pisa em 1987, por empréstimo junto a Fiorentina. A torcida lotou os aeroportos em sua chegada, e com pouco tempo o brasileiro conseguiu se tornar ídolo da equipe.[8] Ele teve ótimas atuações pelo clube, conseguindo livrar a equipe italiana, presidida na época por Romeo Anconetani, do rebaixamento, algo que foi muito comemorado por seu torcedor.
O volante teve uma atuação fantástica contra a Internazionale em novembro, quando marcou um golaço e o Pisa venceu por 2 a 1. Além do gol, conseguiu controlar muito o meio-campo, e com o resultado conseguiu manter o clube na primeira divisão.[9]
Fiorentina
Dunga foi contratado pela Fiorentina em 1987, a pedido do então técnico da Viola, Sven-Göran Eriksson. No entanto, devido ao número de estrangeiros, ele foi emprestado ao Vasco e ao Pisa. Assim, só chegou a Fiorentina em 1988.
Na temporada 1989–90, Dunga e Roberto Baggio conduziram o time de Florença à final da Copa da UEFA, mas a equipe acabou perdendo para a Juventus comandada por Dino Zoff.[10] O volante brasileiro deixou a Fiorentina após quatro temporadas, com 122 partidas disputadas e oito gols marcados.[11]
Pescara
Em 1992, depois de ter sido afastado da Fiorentina pelo vice-presidente Cecchi Gori, Dunga foi vendido ao Pescara. Como a temporada 1992–93 marcou o retorno do clube à Serie A, a diretoria também contratou nomes como John Sivebæk (campeão europeu com a Dinamarca) e Roger Mendy para fortalecer o elenco. Ainda assim, o time era fraco e conseguiu somente seis vitórias no Campeonato Italiano, sendo rebaixado em 18º lugar para a Serie B – eles ficaram simplesmente da 8ª rodada até a 34ª em último lugar.[12]
Ao final da temporada, Dunga encerrou sua experiência no futebol italiano.[13] No total pelo Pescara, atuou em 23 partidas e marcou três gols.
Stuttgart
Foi contratado pelo Stuttgart, por 2 milhões de euros na temporada 1993–94. Primeiro brasileiro a atuar na equipe alemã, Dunga teve uma difícil missão com a camisa Suábia: substituir Karl Allgöwer, o maior ídolo da história do clube.[12] Realizou sua estreia pelos Die Roten diante do Borussia Dortmund na Bundesliga, onde inclusive já marcou de cara um gol.[14] O volante brasileiro terminou sua primeira temporada com 28 partidas disputadas, quatro gols marcados e quatro assistências distribuídas.[15]
Já na segunda temporada, o Stuttgart almejava melhores posições e contratou Élber e Fredi Bobič para ajudarem o brasileiro, porém só esses três não foram o suficiente.[16]
Dunga deixou o Stuttgart sem conquistar nenhum título. Pelo clube alemão, o jogador atuou em 53 jogos e marcou oito gols.[17]
Júbilo Iwata
Foi contratado pelo Júbilo Iwata em 1995. Ele disputou quatro temporadas na Celeste de Shizuoka, entre 1995 e 1998, enquanto era titular absoluto na Seleção Brasileira. Durante esse período o Júbilo se tornou um dos grandes do futebol japonês. Em 1997 o time conquistou a J-League pela primeira vez e o brasileiro levou o prêmio de melhor jogador do campeonato.[18][19]
Retorno ao Internacional
Dunga retornaria ao Internacional, no qual fez três gols na sua última passagem. Foi decisivo na última rodada do Campeonato Brasileiro de 1999 ao fazer o gol que livrou o Colorado do rebaixamento contra o Palmeiras.[20] E em 2000, na vitória do Inter por 3 a 0 contra o 15 de Novembro, marcou seu último gol como profissional.
Seleção Nacional
Ficou internacionalmente conhecido quando foi convocado para disputar a Copa do Mundo de 1990 na Itália pela Seleção Brasileira. O técnico Sebastião Lazaroni, querendo transformar o jeito do Brasil jogar, que nas duas Copas anteriores com Telê Santana havia sido acusado de perder por se preocupar apenas em jogar bonito, convocou jogadores mais aguerridos e fortes na marcação. Dentre estes novos jogadores, o que chamou mais atenção foi o volante Dunga. Daí logo a imprensa apelidar a nova filosofia de jogo como sendo próprio da "Era Dunga".[21] O termo teria sido criado por Paulo Roberto Falcão.[22]
A derrota na Copa e esse rótulo infeliz trouxeram grandes dissabores para o jogador. Mas em 1994 ele retornaria para uma nova chance. E dessa vez não decepcionou: com a faixa de capitão, ergueu a taça do mundo do Brasil tetracampeão. Além da liderança do time, Dunga fora ainda incumbido de outra espinhosa missão, na qual também se saiu bem: foi o companheiro de quarto de Romário, a fim de segurar na linha o indisciplinado mas indispensável jogador.[23]
Em 1998, o volante disputaria a sua terceira Copa. Mostrando toda a garra e vontade de vencer de sempre, desta vez Dunga acabou exagerando e foi flagrado pelas câmeras de televisão dando uma cabeçada no atacante Bebeto, durante uma discussão na partida contra o Marrocos, válida pela primeira fase do torneio, enquanto a bola estava parada.[24] Constrangido, o capitão acabou se sentido isolado e diminuiu seu ímpeto.
Carreira como treinador
Mesmo depois de parar de jogar futebol, Dunga nunca foi esquecido, e num dos momentos mais tristes para a torcida, quando o Brasil foi eliminado da Copa do Mundo de 2006 sendo amplamente favorito, muitos acreditavam que aquela Seleção carecia de uma voz forte de comando, um estilo oposto ao de Carlos Alberto Parreira. Surpreendentemente, Dunga foi anunciado pela Seleção Brasileira na sua primeira experiência como treinador, com a missão de mexer com o brio dos jogadores e montar novamente um time competitivo e vencedor.[25]
Seleção Brasileira
Em 24 de julho de 2006, foi nomeado como o novo treinador da Seleção Brasileira, embora não tivesse nenhuma pré-experiência profissional no cargo.[25]
Sua primeira partida no cargo foi num empate por 1–1 contra a Noruega, em amistoso realizado no Estádio Ullevaal, em Oslo.[26] Sua segunda partida foi contra a Argentina, no dia 3 de setembro, em que os brasileiros venceram por 3–0 no Emirates Stadium.[27] Em 5 de setembro derrotaram o País de Gales por 2–0, no White Hart Lane. Mais tarde derrotaram o Equador por 2–1, e tiveram uma vitória em cima da Suíça, por 2–1.
Em 2007, começou com a derrota para Portugal por 2–0, o que acarretou nas primeiras críticas ao treinador. Na preparação para a Copa América, quatro amistosos foram realizados, tendo o Brasil conseguido duas vitórias e dois empates. Sua estreia oficial foi numa derrota para o México no Polideportivo Cachamay, mais uma vez por 2–0, dessa vez válida pela Copa América, fazendo com que as críticas aumentassem.[28] No entanto, a Seleção se recuperou, batendo Equador, Chile, Uruguai e derrotando a favorita Argentina por 3–0 na final, conquistando o título e devolvendo a confiança aos torcedores.[29]
Após a conquista da Copa América, a Seleção fez três amistosos e quatro jogos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, obtendo cinco vitórias e dois empates. Mesmo assim, o grupo chegou a 2008 sob a desconfiança do torcedor brasileiro, o que não melhorou com as derrotas para Venezuela e Paraguai em junho, esta última pelas Eliminatórias.[30] Três empates consecutivos em terras brasileiras contra Argentina, Bolívia e Colômbia só agravaram a situação do comandante, que, um mês antes, havia treinado também a Seleção Brasileira Olímpica na decepção nos Jogos Olímpicos, em que esta saiu derrotada nas semifinais para os rivais argentinos. O ano terminou, porém, com a goleada histórica sobre Portugal por 6–2, num amistoso realizado em Brasília.
A volta por cima continuou em 2009, com a Seleção tendo vencido a Itália por 2–0 em fevereiro, e feito excelentes campanhas no restante das Eliminatórias, goleando Peru, Uruguai, Argentina e Chile, além de ter devolvido a derrota ao Paraguai. Já pela Copa das Confederações de 2009, o Brasil sagrou-se campeão ao derrotar o Egito, os Estados Unidos (duas vezes, inclusive na final), mais uma vez a Itália e a anfitriã África do Sul.[31]
A preparação para a Copa do Mundo de 2010 foi proveitosa, tendo a Seleção vencido inclusive a Inglaterra ainda em novembro de 2009. Na disputa do mundial, o Brasil se classificou em primeiro do Grupo G, vencendo Coreia do Norte, Costa do Marfim e empatando com Portugal. Nas oitavas de final, os comandados de Dunga venceram o Chile por 3–0, em jogo realizado no Estádio Ellis Park. A despedida brasileira do Mundial aconteceria na partida seguinte, após uma derrota por 2–1 diante da Holanda, de virada, no Estádio Nelson Mandela Bay.[32] Dunga acabou repetindo Zagallo em 1974, Telê em 1982 e Zagallo em 1998 como técnicos eliminados sem utilizar todas as substituições permitidas.
No dia 4 de julho de 2010, dois dias depois da eliminação, a comissão técnica, após o ciclo iniciado em 2006, foi destituída do comando da Seleção Brasileira.[33][34]
Internacional
No dia 12 de dezembro de 2012, foi confirmado como novo técnico do Internacional para a temporada 2013.[35] Retornou ao clube depois de doze anos longe do Estádio Beira-Rio, onde iniciou e, após passagens por diversos clubes, encerrou sua carreira como jogador. Estreou no dia 30 de janeiro, contra a equipe do Novo Hamburgo, onde o jogo terminou em 0 a 0, pelo Campeonato Gaúcho.[36]
Em julho, durante uma coletiva de imprensa, Dunga acusou os repórteres de ganharem "presentes" para cobrar a titularidade do meia Jesús Dátolo e do atacante Cassiano. A manifestação do treinador motivou uma nota oficial do sindicato dos jornalistas, mas Dunga não foi processado.[37]
Encerrou sua passagem como técnico do Internacional no dia 4 de outubro, após uma derrota contra o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro.[38]
Dunga dirige o projeto Seleção do Bem 8 — auxílio às comunidades e instituições que atendem famílias em condições de vulnerabilidade social.[44][45]
Vida pessoal
Em 13 de julho de 2024, Dunga e Evanir Miller, sua esposa, ficaram feridos após o carro em que estavam capotar na BR-116, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O treinador e sua esposa tiveram ferimentos leves. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente foi registrado no km 39, às 12h30, após o veículo sair da rodovia.[46]