É conhecida como A Celeste desde seu primeiro triunfo em Montevidéu, em 15 de agosto de 1910 por 3 a 1, na primeira partida em que utilizou sua camiseta celeste, adotada como emblema nacional em reconhecimento ao triunfo que pouco antes havia conseguido o River uruguaio ante o poderoso Alumni portenho por 2 a 1 com essas mesmas cores.
Foi a primeira seleção, junto à Argentina, a jogar uma partida internacional fora das Ilhas Britânicas, em 20 de julho de 1902 em Montevidéu quando acabou sendo goleada pela Argentina por 6 a 0. Em 1903 veio a primeira vitória sendo um 3 a 2 sobre a Argentina
Possui uma das mais gloriosas histórias do futebol mundial, tendo conquistado um total de 19 títulos oficiais, tendo vencido as primeiras competições oficiais de alcance mundial - os torneios olímpicos de futebol de 1924 e 1928 - que lhe deram o apelido de Celeste Olímpica - e a primeira Copa do Mundo, da qual foi o país-sede. Também venceu a edição de 1950, no Brasil, derrotando os donos da casa no episódio conhecido como Maracanazo. O Uruguai também é o recordista de títulos da Copa América, sendo a última em 2011 - foram 15 títulos, incluindo aí a primeira edição do torneio, realizada em 1916. É uma das grandes seleções do futebol mundial, sendo uma das oito campeãs mundiais e destas uma das seis que tem mais de um título, sendo bicampeã da Copa do Mundo e considerada tetracampeã mundial[2] - e por isso ostenta quatro estrelas em seu escudo - já que os 2 dois torneios olímpicos conquistados antes da Copa de 1930 eram acreditados como "campeonatos mundiais"[3] também pela FIFA.[2] Até a Copa do Mundo de 2018, o Uruguai já havia se classificado para 13 edições da Copa do Mundo (1930, 1950, 1954, 1962, 1966, 1970, 1974, 1986, 1990, 2002, 2010, 2014 e 2018), o que faz dela a terceira Seleção da América do Sul com mais participações em Copas do Mundo, atrás somente do Brasil e da Argentina.
Contando-se somente as conquistas de Seleções principais, o Uruguai é a Seleção mais laureada na história do futebol mundial, com 19 títulos oficiais reconhecidos pela FIFA.[4]
As conquistas da Seleção Uruguaia tornam-se ainda mais impressionantes pelo fato de que o país tem uma população muito pequena de cerca de 3,4 milhões de habitantes (estimativa de 2011). Desta forma, o Uruguai é de longe o menor país do mundo a ter conquistado a Copa do Mundo em termos de população: 1,75 milhão de habitantes em 1930. Apenas seis países membros da FIFA com população atualmente menor do que a do Uruguai já se classificaram para qualquer Copa do Mundo: Irlanda do Norte (três vezes), Eslovênia (duas vezes), País de Gales, Jamaica, Trinidad e Tobago e Islândia. Depois de 1950 o Uruguai foi quarto lugar na Suíça em 1954 perdendo numa partida histórica para os Húngaros na semifinal. O Uruguai ficou fora da copa de 1958, mas disputou as edições de 1962, 1966, 1970 e 1974, sendo semifinalista em 1970 no México quando perdeu uma semifinal histórica contra o Brasil de Pelé. Participou ainda das copas de 1986, 1990 e 2002 quando passou por fases de pouco prestigio em mundiais, porém foi semifinalista em 2010.
História
1900 a 1929: O início
Historicamente o futebol tem sido um elemento fundamental no que se refere à aproximação da nacionalidade uruguaia e à projeção internacional da imagem do Uruguai como país, no começo do século XX.[5]
A Seleção Uruguaia brilhava nos gramados da América do Sul, a equipe conquistou sua primeira Copa América em 1916 em solo argentino após empatar 0 a 0 contra os donos da casa. Um ano depois conquistaria o bicampeonato, dessa vez em casa, jogando no Parque central o Uruguai goleou seleções como Chile e Brasil ganhando por 4 a 0 dos brasileiros e faturando o título na final com gol de Héctor Scarone ganhando da Argentina por 1 a 0 na final. Em 1919 perdeu a final para o Brasil por 1 a 0, mas um ano depois conquistaria o tri, novamente em cima dos argentinos porém massacrou o Brasil por 6 a 0 sendo esta sua maior vitória sobre a seleção Brasileira em todos os tempos.Como a Copa América era disputada de ano em ano até 1929 o Uruguai já tinha sido hexa, vencendo inclusive as edições que sediou o torneio.
Já em nível internacional, o Uruguai começou a brilhar, ao alcançar as medalhas douradas nos Jogos Olímpicos de 1924 e 1928. A Seleção Uruguaia deslumbrou na Europa com suas apresentações olímpicas e conquistou a admiração e o respeito do universo esportivo, colocando o futebol sul-americano no mais alto plano de consideração numa época em que o dito continente era ainda ignorado no mapa internacional do futebol.[6] Durante 76 anos o Uruguai foi o único país sul-americano a ocupar o máximo posto olímpico, honra atualmente compartilhada com a Argentina (bicampeã em Atenas 2004 e Pequim 2008) e o Brasil (bicampeão na Rio 2016 e Tóquio 2020).
A FIFA entende a Seleção Uruguaia como tetracampeã mundial, reconhecendo os dois Jogos Olímpicos organizados pela entidade antes desta criar a Copa do Mundo e por isso o emblema uruguaio ostenta orgulhosamente as quatro estrelas.[3][7]
O Uruguai, como bicampeão olímpico, foi escolhido para celebrar o primeiro Mundial de Futebol em 1930. Para isto construíram o Estádio Centenário em homenagem aos 100 anos da independência do Uruguai. A celeste caiu no grupo 3, junto com Peru e Romênia. Venceu o 1º jogo contra o Peru por 1 a 0 com gol de Héctor Castro. Já na segunda partida aplicou uma goleada de 4 a 0 contra a Romênia, com gols de Dorado, Scarone, Peregrino Anselmo e Cea.
Nas semifinais enfrentou a Iugoslávia e aplicou uma goleada avassaladora de 6 a 1; com três gols de Cea, dois de Anselmo e um de Iriarte. Na final, enfrentou a Argentina. 93 mil pessoas viram a Celeste vencer os vizinhos por 4 a 2, com gols de Dorado, Cea, Iriarte e Castro tornando a Celeste a primeira campeã mundial de futebol.
Desse transcendental triunfo o escritor Juán Sasturain disse: "Os uruguaios levaram sempre consigo a glória e a desgraça de ter sido; os argentinos, por anos, a soberba maldição de crer-se o que nunca puderam demonstrar que foram".[8]
Hepta e Octa da Copa América e o boicote às Copas de 1934 e 1938
Quatro anos depois da euforia de ter ganho a primeira Copa do Mundo, o Uruguai recusou-se a participar da Copa de 1934 em represália ao boicote europeu na edição anterior. Já em 1935, na Copa América sediada no Peru o Uruguai novamente venceu e conquistou o hepta em cima dos vizinhos argentinos.
Em 1942, a Copa América voltou a ser realizada no Uruguai. A celeste conquistou o octacampeonato da competição após vencer a Argentina novamente. Até ali, já haviam acontecido 11 finais entre Uruguai e Argentina, sendo que o Uruguai conquistou oito dessas disputas.
Copa do Mundo de 1950 - Uruguai bicampeão do mundo e o "Maracanazo"
Alguns anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a FIFA resolveu escolher o Brasil como sede da edição de 1950.[10]
Apesar dos títulos da Copa América e do Mundial de 1930, o Uruguai já não exibia a mesma força do período anterior à guerra e chegou desacreditado à Copa de 1950.
A Celeste Olímpica iniciou no Grupo 4 junto com a Bolívia e aplicou uma das maiores goleadas em Copas do Mundo; 8 a 0 nos bolivianos. Destaque para Míguez, que marcou 3 vezes.
No quadrangular final com Brasil, Suécia e Espanha, a celeste iniciou empatando com a Espanha por 2 a 2; gols de Ghiggia e Obdulio Varela. Já na segunda partida contra a Suécia, venceu por 3 a 2 a Seleção da Suécia com 2 gols de Míguez e um de Ghiggia. A última partida era contra a badalada Seleção Brasileira, que havia vencido as suas duas partidas no quadrangular com goleadas de 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha. o Uruguai precisaria vencer o Brasil por qualquer placar e o Brasil precisava apenas de um empate.
Na partida, o Brasil iniciou vencendo com gol de Friaça, mas o Uruguai empatou com Schiaffino e virou com Ghiggia. O silêncio tomou conta do Maracanã às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho. Desolados, os quase 200 mil torcedores demoraram mais de meia hora para deixar o estádio. O time brasileiro fez trinta lances a gol (dezessete no primeiro tempo e treze no segundo). Os jogadores cometeram quase o dobro de faltas, um total de 21, contra apenas onze do Uruguai.
Jules Rimet não conseguiu entregar a taça e decidiu se retirar. Mas logo depois voltou e Obdulio Varela recebeu a taça. Rimet disse: "Estou feliz pela vitória que vocês acabam de conquistar. Cheia de mérito, sobretudo por ter sido inesperada. Com minhas felicitações".
Em 1956, a celeste voltou a conquistar um título e seria o 9º da Copa América, novamente em casa após vencer do Chile. Na Copa do Mundo FIFA de 1958, o Uruguai não se classificou. Já um ano depois em 1959 na Copa América do Equador, venceu novamente os Argentinos por 5 a 0 e levou o 10º título. Até o momento o Uruguai era o maior campeão do torneio.
O Uruguai iniciou a competição no México no Grupo 2 junto com Itália, Suécia e Israel. Venceu Israel por 2 a 0 na primeira partida com gols de Maneiro e Mujica. Na segunda partida empatou por 0 a 0 com a Itália e na terceira perdeu para a Suécia por 1 a 0. Mesmo assim se classificou em 2º do grupo. Nas quartas enfrentou a antiga União Soviética e venceu por 1 a 0 com gol de Espárrago na prorrogação.
Nas semifinais enfrentaria o Brasil, considerado por muitos uma das melhores seleções que já existiu. Assim o Brasil continuou em Guadalajara, local do jogo da semifinal, e o Uruguai teve que viajar até a cidade. O Brasil de Pelé, Rivelino e Jairzinho venceu o Uruguai por 3 a 1 de virada após o Uruguai iniciar vencendo com gol de Cubilla. Ainda na disputa do 3º lugar, já abalados a celeste perdeu para a Alemanha Ocidental por 1 a 0.
1970-2010: Ostracismo
Três Copas Américas, Mundialito, Jogos Pan-americanos e um Uruguai adormecido em Copas
Depois de 1970, o Uruguai ficou 10 anos sem ganhar nenhum título, tabu que foi quebrado em 1980 após a celeste conquistar o Mundialito vencendo o Brasil na final por 2 a 1. O Mundialito foi o campeonato mundial de seleções de futebol campeãs do mundo organizado pela FIFA cada 50 anos e sediado o primeiro no Uruguai. Waldemar Victorino foi o artilheiro da competição com 3 gols e Rubén Paz, o melhor jogador. Três anos depois o Uruguai conquistaria a Copa América em cima do Brasil vencendo a primeira partida por 2 a 0 e empatando a segunda.
4 anos depois conquistaria o bicampeonato, em cima do Chile vencendo por 1 a 0. o Uruguai conquistaria o seu 14º título em 1995, em casa, após empatar com o Brasil em 1 a 1 no tempo normal e vencer por 5 a 3 nas penalidades.
Já em Copas do Mundo o Uruguai realizava fracas campanhas. Em 1974 foi eliminado logo na primeira fase, sem vencer nenhum jogo.[11] Em 1978 e em 1982 nem se classificaram. Em 1986 no México parou nas oitavas para a Argentina por 1 a 0. Em 1990, também ficou nas oitavas, perdendo para a Itália por 2 a 0. Em 1994 e 1998 não se classificaram. Em 2002 a equipe ficou na primeira fase após empatar o último jogo contra Senegal por 3 a 3. E em 2006 a seleção sequer se classificou.
Em 2010, o Uruguai classificou-se para jogar a Copa do Mundo da África do Sul na repescagem, após vencer a Costa Rica por 1 a 0 e empatar em casa por 1 a 1. O Grupo que o Uruguai ficaria na Copa de 2010 seria o A, junto com a França, México e os anfitriões da África do Sul. Empatou a 1ª partida contra a França em 0 a 0. Já na segunda aplicou uma goleada de 3 a 0 na África do Sul, com dois gols de Diego Forlán e um de Álvaro Pereira. E na última partida da fase de grupos, venceu o México por 1 a 0 com gol de Luis Suárez.
Já nas oitavas de final jogou com a Coreia do Sul. Iniciou vencendo com gol de Luis Suárez, mas deixou a Coreia do Sul empatar e faltando 10 minutos para acabar o jogo, Luis Suárez marcou de novo e colocou o Uruguai nas quartas de final para enfrentar Gana. Nessa partida contra Gana (considerada a mais emocionante da Copa)[12] o Uruguai saiu perdendo por 1 a 0, contudo Diego Forlán marcou de falta e colocou o Uruguai de volta ao jogo, que terminou empatado. Após os 30 minutos de prorrogação empatado, Muslera sai errado numa confusão na área aos 120 minutos do jogo, o jogador Ganês cabeceia com o gol vazio, então o atacante Luis Suárez defende a bola com a mão e é expulso. Asamoah Gyan desperdiçou o pênalti que poderia ter classificado Gana no último minuto de jogo. As câmeras da FIFA capturaram uma imagem de Luís Suares desesperado no vestiário após sua expulsão, mostrando apreensão, e comemorando como se fosse um gol após saber que Gana perdeu o pênalti. Logo depois o Uruguai ganharia nas penalidades com o El Loco Abreu fazendo o último gol e classificando a celeste para uma semifinal de Copa do Mundo, o que não acontecia desde 1970.
Nas semifinais, o Uruguai enfrentaria o ótimo time da Holanda. Iniciou perdendo após um grande golo de Van Bronckhorst, mas Diego Forlán novamente colocou o Uruguai no jogo. Só que Sneijder em posição de impedimento[13] e Robben decretaram o adeus da celeste. Maxi Pereira ainda descontou aos 92 minutos.
Na disputa do 3º lugar, Uruguai enfrentou a seleção considerada favorita para ganhar a Copa, seria a Alemanha que após golear a Inglaterra por 4 a 1 e a Argentina por 4 a 0, caiu diante da Espanha por 1 a 0. Mais uma vez o Uruguai mostrou a força do futebol uruguaio contra a Alemanha, e esteve até vencendo o jogo por 2 a 1 com gols de Edinson Cavani e Diego Forlán, mas a qualidade da equipe alemã fez diferença e acabou virando de novo o jogo por 3 a 2. No final da partida aos 92 minutos, Forlán acertou um chute no travessão e impediu a reação uruguaia.[14] E para fechar o bom desempenho da celeste na copa, Forlán foi eleito pela FIFA como o melhor jogador da competição, feito este que apenas alguns jogadores sul-americanos conseguiram.[15]
Em 2011, após uma 1° fase não tão boa, tendo empatado duas vezes com Peru e Chile, e ganhado de seleção sub-23 do México por 1 a 0 e terminando em 2° lugar no grupo, a Celeste iria consagrar sua volta ao cenário do futebol mundial eliminando a Argentina na Copa América em partida válida pelas quartas de finais, em pleno estádio Cemitério dos Elefantes, localizado na Argentina. O jogo foi 1-1 no tempo normal, e continuou assim na prorrogação. A partida foi para a disputa de penalidades máximas, e terminou em 5-4 para o Uruguai, depois de Carlitos Tévez, chamado na Argentina de "jogador do povo", perder um pênalti. O goleiro do Uruguai, Fernando Muslera, argentino de nascimento, foi o grande nome da partida. Depois a Celeste enfrentou a Seleção Peruana, que passou pela Seleção Colombiana nas quartas, pelas semifinais. Num jogo morno e sem muita emoção, fez 2 a 0 com dois gols de Luis Suárez no segundo tempo. O placar terminou assim e o Uruguai foi para a final. A final foi disputada no dia 24 de julho e o adversário da celeste foi o Paraguai que chegou à final graças a sua sólida defesa e bons resultados nas disputas de pênalti (nas quartas eliminara o Brasil após empate em 0 a 0),mas a celeste não tomou conhecimento do adversário e o Uruguai sagrou-se campeão pela 15ª vez ao golear os paraguaios por 3 a 0, com dois gols de Forlán e um de Suárez.
Em 2013 foi a vez da Copa das Confederações FIFA de 2013, disputada no Brasil. A Seleção Uruguaia. classificada como campeã sul-americana, figurou no Grupo B, ao lado da então campeã mundial Espanha, da campeã africana, Nigéria e do carismático e desconhecido, Taiti. Na estreia perdeu para a favorita Espanha, mas se recuperou e venceu a Nigéria e goleou o Taiti por 8 a 0 com o time reserva. Na semifinal o Uruguai enfrentou os donos da casa, o favorito, Brasil. Em uma partida bastante equilibrada, o Uruguai por pouco não venceu a partida, perdendo por 2 a 1, com gol decisivo do volante Paulinho nos minutos finais. Na partida o uruguaio Diego Forlán ainda desperdiçou um pênalti, defendido pelo goleiro Julio Cesar. Na disputa pelo terceiro lugar o Uruguai enfrentou a Itália, eliminada na semifinal pela favorita Espanha nos pênaltis. Em outra partida bastante equilibrada, Uruguai e Itália empataram em 2 a 2. O atacante Edinson Cavani marcou os dois gols da Seleção Uruguaia, que acabou derrotada nos pênaltis e ficou com o 4° lugar da competição.
O Uruguai foi selecionado para o chamado "Grupo da morte", no qual estavam 3 campeões mundiais, Itália, Inglaterra e o Uruguai. Perdeu o primeiro jogo para a Costa Rica, para a surpresa de todos. No jogo seguinte, contra a Inglaterra, venceu por 2x1, com dois gols de Luis Suárez, considerado o principal jogador da equipe, no primeiro jogo do atacante uruguaio 27 dias após uma cirurgia no joelho esquerdo. O terceiro jogo, contra a Itália, seria decisivo; só a vitória interessava à seleção uruguaia, ao passo que um empate ou a derrota classificaria os italianos. Aos 34 minutos do segundo tempo, com a partida empatada em 0 a 0, Suárez colidiu com o italiano Giorgio Chiellini enquanto aguardava um cruzamento. Os replays mostraram que Suárez teria mordido o ombro do zagueiro italiano, a qual seria sua terceira agressão desse tipo. Entretanto, o juiz não viu a agressão e, apesar do protesto dos italianos (Chiellini tentou mostrar as marcas de mordida no ombro), não puniu Suárez. No lance seguinte, um escanteio para o Uruguai, Godín marcou o gol que daria a vitória por 1 a 0 e a vaga para as oitavas de final para a seleção uruguaia.[20]
Após o jogo, houve muita discussão sobre o caso de Suárez, e no dia 27 de junho a FIFA expediu um comunicado dizendo que Suárez não poderia atuar por 9 partidas oficiais da FIFA e estaria afastado de qualquer atividade relacionada ao futebol por quatro meses. Sendo assim, Suárez não pôde mais atuar pela Celeste na Copa de 2014 e também estaria fora da Copa América de 2015.[21]
Pelas oitavas de final, o Uruguai enfrentou a Colômbia, sendo eliminado em uma derrota por 2 a 0, com ambos os gols de James Rodríguez para a seleção colombiana.[22]
Copa América no Chile em 2015
Na Copa América de 2015 a Celeste caiu no chamado Grupo da Morte, ao lado de Argentina, Paraguai e a desacreditada Jamaica. Na primeira rodada o Uruguai jogou mal, mas venceu a Jamaica por apenas 1 a 0, com gol de Cebola Rodríguez. Na segunda rodada derrota por 1 a 0 para os argentinos, e empate contra o Paraguai por 1 a 1 na terceira rodada, apesar de ter feito um jogo superior aos paraguaios. Com quatro pontos conquistados, o Uruguai se classificou como terceiro colocado de seu grupo. Nas quartas de final perdeu para os donos da casa por 1 a 0 e acabou eliminado.[23]
Em março de 2018, como preparação com o disputa da Copa da China, onde enfrentou a Seleção da República Tcheca onde venceu por 2 a 0, o que lhe daria o acesso à final que disputou contra o País de Gales onde também venceu, desta vez por 1 a 0.
O Uruguai iniciou sua participação na Copa do Mundo no dia 15 de junho, com uma goleada vitória sobre a seleção egípcia por 1 a 0 com gol de José Giménez que converteu o gol da vitória aos 89 minutos de jogo. Na segunda rodada da fase de grupos, o Uruguai enfrentou Arábia Saudita, onde conseguiu a vitória com gol de Luis Suárez. Por fim, enfrentou a seleção local que foi motivada pelas vitórias contra Arábia Saudita e Egito (5 a 0 e 3 a 1 respectivamente), apesar disso, o Uruguai conseguiu vencer os donos da casa por 3 gols a 0, fechando assim sua participação na fase de grupos e classificação para as oitavas de final com a classificação invicta. Depois de classificada como primeira do Grupo A, a seleção uruguaia teve que enfrentar a vice-liderança do Grupo B, que nesta edição foi Portugal. Depois de um duro duelo entre uruguaios e portugueses, os sul-americanos levaram a vitória e foram às quartas de final ao vencer os lusos por 2 a 1, com dobradinha de Cavani. Nas quartas de final, o Uruguai enfrentou a seleção francesa, que havia acabado de ficar de fora a Argentina. Neste jogo, uma das estrelas do time uruguaio Edinson Cavani não pôde atuar, pois vinha com uma lesão após o jogo com Portugal que o obrigou a deixar o campo e não disputar a partida contra os franceses. Esta partida resultou na derrota uruguaia pelo placar de 2 a 0, um gol do zagueiro Raphaël Varane e outro do atacante Griezmann com a ajuda de uma inesperada movimentação de bola que deixou Fernando Muslera sem a devida reação. Desta forma, a equipe ficou com a quinta posição da tabela geral do campeonato.[24]
Estilo de Jogo
“
"Quando vê o exército, nenhum uruguaio sente que ali está a pátria. Em outras manifestações de vida social, também não. Mas quando está a seleção de futebol, sim, ali está o Uruguai. E se compra esse "pacote", digamos, dramatúrgico, de significação da nação, e, nesse momento, se sofre como se ao país estivesse acontecendo algo mais que a uma seleção de futebol."[25]
”
O Uruguai vê no futebol o retrato da identidade de um povo valente.[25] Por isso, a chamada "Escola Uruguaia de Futebol" é mundialmente conhecida por prezar a catimba, raça e aplicação tática.[26] É o que explica o jornalista Fabio Salgueiro, do portal Terra. Para ele "a vontade e o desejo de superação estão no DNA dos uruguaios."[27]
Segundo Luis Fernando Veríssimo: "os uruguaios recorrem a tudo que os distingue como raça para ganharem de um time melhor que o deles".[28]
Observação: Dessa forma, a Seleção Uruguaia de Futebol (juntando todas as categorias) é a terceira maior recordista de títulos de seleções no mundo (só ficando atrás das Seleções Argentina e Brasileira).
Registro competitivo
Segue-se abaixo o histórico do Uruguai quanto às competições nas quais o selecionado se fez presente.
Protagonizando o Clássico do Rio da Prata (também conhecido como Clássico do Atlântico),[32] Uruguai e Argentina detém a marca de maior número de partidas entre dois países, cujo histórico teve início em 1902.[33]
A primeira partida entre uruguaios e argentinos foi, igualmente, o primeiro amistoso internacional (em caráter oficial) a ser disputado fora da Inglaterra. Antes disto, as seleções do Canadá e dos Estados Unidos disputaram dois amistosos em 1885 e 1886, mas ambas as partidas não foram oficializadas, uma vez que canadenses e norte-americanos não participaram de um amistoso oficial até 1904 e 1916, respectivamente.
Com a não classificação para os Jogos de Pequim em 2008, o selecionado uruguaio completou oitenta anos sem disputar o torneio. Curiosamente, na última participação até então, em Amsterdã 1928, a equipe sul-americana havia conquistado o seu bicampeonato olímpico.[34]
O Uruguai voltou a disputar os Jogos Olímpicos em Londres 2012, depois de oitenta e quatro anos de ausência.[35]
Anteriormente, o uniforme reserva uruguaio esteve presente sob a coloração vermelha. Isto se explica pelo torneio sul-americano de 1935, ao qual a seleção utilizou uma camisa vermelha com calção branco para se diferenciar da Argentina, que adotava o branco e azul celeste. Porém, tal combinação de cores foi abandonada após o torneio, sendo adotando um uniforme branco como suplente, de forma que as camisas vermelhas só retornaram em 1993. Atualmente, o uniforme branco é definido como a terceira vestimenta do selecionado uruguaio.
↑«Uruguay gana bronce en futbol varonil». www.informador.mx (em espanhol). El Informador :: Noticias de Jalisco, México, Deportes & Entretenimiento. 28 de outubro de 2011. Consultado em 18 de junho de 2018
↑Pichonelli, Matheus; Vives, Fernando (19 de julho de 2011). «Ainda existe identidade no futebol». www.cartacapital.com.br. CartaCapital (salvo em archive.is). Consultado em 14 de fevereiro de 2019
↑Salgueiro, Fábio (20 de junho de 2014). «Todos têm raça, o Uruguai tem alma». esportes.terra.com.br. Esportes - Terra | | Fábio Salgueiro (salvo em Wayback Machine). Consultado em 14 de fevereiro de 2019