A Copa Libertadores da América de Futebol Feminino ou Libertadores Feminina (em espanhol: Copa Libertadores de América Femenina), oficialmente CONMEBOL Libertadores Femenina, é uma competição de futebol feminino sulamericana entre clubes profissionais da América do Sul, a CONMEBOL Libertadores, organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) desde 2009. É considerada a competição de clubes femininos mais importante do continente e um dos torneios mais prestigiados do mundo (junto com a Liga dos Campeões Feminino da UEFA).
A edição inaugural do torneio surgiu por influência do então presidente do Santos, Marcelo Teixeira, interessado na criação de uma versão feminina da Copa Libertadores da América convenceu a Confederação CONMEBOL a organiza-lo, além de resolver questões sobre patrocínio e sede do torneio.[2]
A competição foi anunciada oficialmente pela entidade máxima do futebol sul-americano com apoio da FIFA em março de 2009,[3] sendo aprovada pelo comitê executivo da CONMEBOL no dia 3 de julho do mesmo ano. A primeira edição do campeonato sul-americano feminino teve a participação de dez equipes campeãs das associações nacionais da CONMEBOL,[4] sendo realizado no Brasil nas cidades de Santos, Guarujá e São Paulo, tendo como organizadores o Santos FC, a Federação Paulista de Futebol (FPF), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a CONMEBOL.[5] A primeira edição foi vencida pelo time do Santos Futebol Clube,[6] denominado Sereias da Vila,[4] o qual venceu o clube paraguaio Universidad Autónoma na grande final por 9–0, sendo esta a maior goleada em uma final de Libertadores Feminina.
Em 2016 visando impulsionar a modalidade feminina no continente a entidade máxima do futebol sul-americano anunciou que todos os clubes participantes da Libertadores e Sudamericana masculina a partir da temporada de 2019 deverá manter um elenco profissional e um juvenil de futebol feminino em atividade, disputando competições oficiais e proporcionando à ambas as equipes suporte técnico, equipamento e infraestrutura necessária para o desenvolvimento[7][8] (baseado na seção "igualdade de gênero" do estatuto da FIFA).[7]
Primeiros anos (2009-2018)
Os primeiros anos da competição foram marcados pelo dominio de equipes brasileiras, com exceção somente em três ocasiões. Em 2012, as chilenas do Colo-Colo conquistou o título no Brasil após uma disputa nos pênaltis, superando o Foz Cataratas.[9] A edição de 2016 no Uruguai foi a única onde uma equipe brasileira não chegou na grande final, sendo vencida pelo Sportivo Limpeño (Paraguai) sobre os Estudiantes de Guárico (Venezuela).[10] Por fim na edição de 2018, as colombianas do Atlético Huila sagrou-se campeã do torneio após superar o Santos em uma disputa de pênaltis fora de casa.[11] O São José-SP foi a equipe brasileira com mais participações durante as dez primeiras edições do torneio, sendo campeão em 2011 e bicampeão consecutivo da Libertadores Feminino em 2013 e 2014.[12]
Até 2014 todas as edições da Libertadores Feminino foram realizadas no Brasil. A edição de 2015 na Colômbia foi a primeira fora do território brasileiro, sendo realizada em Medelín, anunciada como anfitriã pouco antes da edição de 2014.[13]
Novas mudanças (2019-)
A partir da temporada de 2019, o torneio sofreu uma expansão para 16 equipes (anteriormente 12), aumentando também a sua premiação. [14]Adiada devido os protestos no Equador[15], essa edição marcou a primeira final brasileira, entre Corinthians e Ferroviária, com vitória da equipe alvinegra em Quito, conquistando seu segundo título continental e se igualando ao Santos.[16] As próximas edições continuaram sob dominio das equipes brasileiras, as quais conquistaram o título em todas as oportunidades. Em 2020 a Ferroviária conquistou o bicampeonato ao vencer o América de Cali em Buenos Aires. Em 2021, o Corinthians tornou-se tricampeão ao vencer o Santa Fé em Montevidéu, e em 2022, o Palmeiras venceu o Boca Juniors na grande final em Quito por 4–1, conquistando o seu primeiro título da competição continental.
Em 2023 ocorreu uma nova final brasileira, dessa vez entre Corinthians e Palmeiras, com vitória da equipe alvinegra em Cali, na Colômbia. Com essa vitória, o Corinthians superou o São José-SP e se tornou o maior vencedor da Libertadores Feminina, com quatro conquistas no total.[17]
Formato
Classificação
A forma de classificação para a competição é geralmente baseada nos resultados dos campeonatos nacionais dos países do continente, assim como a Liga dos Campeões da UEFA, na Europa. Mas há confederações que se utilizam de torneios próprios, independentes dos campeonatos nacionais propriamente ditos.
As duas primeiras edições da Libertadores Feminina contaram com apenas 10 equipes participantes, uma de cada país membro da CONMEBOL. O número foi ampliado para 12 em 2011 com a adição de vagas adicionais para o atual campeão da Libertadores Feminina e para o país-sede.[18] Na edição de 2019 no Equador, houve nova expansão para 16 equipes participantes, disponibilizando vagas adicionais de acordo com o ranking histórico da CONMEBOL.[19]
O número de equipes que cada associação tem para a competição baseia-se no ranking histórico da CONMEBOL das associações membros. Essas pontuações são gerados pelos resultados dos clubes que representam cada associação durante as últimas temporadas da Libertadores Feminina. Quanto maior a pontuação de uma associação, mais equipes representam a associação na competição.[20]
As associações que ocupam da 1.º a 4.º colocação tem direito a duas vagas, já as demais associações tem direito a apenas uma. Ademais, o campeão vigente da Libertadores classifica-se automaticamente e, o país sede da competição continental tem direito a uma vaga adicional.
O torneio começa com uma fase de grupos de 16 equipes, divididas em quatro grupos. Os grupos são definidos através de sorteio, sendo que equipes do mesmo país não podem cair em grupos iguais. É definido diretamente aos grupos A e B respectivamente, o atual campeão vigente da Libertadores Feminina e o campeão da federação anfitriã.[22] Cada equipe se encontra com os outros em um jogo único, onde será realizado no país-sede. As equipes que ficarem em primeiro e segundo lugar de cada grupo passam para a próxima rodada. Na fase final da competição, a equipe vencedora de um grupo joga contra os vice-campeões de outro grupo, também no sistema de jogo único eliminatório. Caso ocorra empate no tempo normal, não haverá prorrogação e uma disputa por pênaltis irá definir a equipe vencedora.[23]
Premiação
Na edição de 2023, na Colômbia, a CONMEBOL distribuiu em premiação em dinheiro um total de 3,35 milhões dólares estadunidenses, sendo um ajuste de 68% comparado a edição do ano anterior.[24]No ano seguinte, a Confederação Sul-Americana de Futebol anunciou um acréscimo de 300 mil dólares na premiação total.[25][26] Dessa forma, a distribuição do prêmio em dinheiro pago aos clubes participantes a partir de 2024 será:
Participação: US$50.000 (cinquenta mil dólares)
Terceiro colocado: US$300.000 (trezentos mil dólares)
Vice-campeão: US$600.000 (seiscentos mil dólares)
Campeão: US$2.000.000 (dois milhões de dólares)
Patrocínio
Os patrocinadores e marcas anunciantes atuais do torneio são:[27]
a.^ O Audax disputou esta edição da Libertadores em parceria com o Corinthians. O título é atribuído as duas equipes, mas com o fim da parceria a vaga para a edição seguinte ficou com o Audax por este estar com o CNPJ inscrito no torneio.[35]
a.^ O Audax disputou esta edição da Libertadores em parceria com o Corinthians, apesar de cada equipe possuir seu departamento próprio de futebol feminino.