Após escândalo na CONMEBOL em 2015,[6] a Copa Sul-Americana perdeu patrocinadores,[7] embora tenha sido garantida até 2018 por aumento na cota de participação dos direitos de transmissão ao canal Fox Sports.[8] Em 8 de maio de 2017 a CONMEBOL anunciou a Bumbet, site de apostas, como novo patrocinador premium da entidade para as edições de 2017 e 2018.[9]
Antecessoras
A primeira tentativa de uma competição secundária a Libertadores foi a Recopa Sul-Americana de Clubes, que teve apenas uma edição oficial (reconhecida em 2005),[10] em 1970, e outra amistosa, no ano seguinte. Visava reunir os terceiros colocados nos campeonatos nacionais (alguns países criaram copas nacionais para indicar o representante), não contando com a presença de Brasil e Colômbia em nenhuma das duas edições.[11]
A Copa CONMEBOL, disputada de 1992 a 1999, é considerada sua predecessora pela similaridade dos meios de classificação: a presença em uma faixa depois do campeão nacional – único classificado a Copa Libertadores pela respectiva liga (o principal torneio continental era jogado apenas pelos campeões dos campeonatos e copas nacionais, além do atual campeão, até 1999) – era o critério mais usado, em que pese outras formas de acesso (como viria a ocorrer na Sul-Americana), dependendo do interesse de cada associação.[12][13][14] Uma diferença era o número de participantes, apenas 16 ou 18.[15][16][17] Expandida, a Sul-Americana é tida como uma disputa mais desafiadora que a Copa CONMEBOL.[18] Em 2022, entrou oficialmente em pauta a unificação da antiga taça como Copa Sul-Americana.[19][20]
Durante a vigência da Copa CONMEBOL, ressalva-se, a segunda competição em relevância era a Supercopa Sul-Americana (1988–1997) e, posteriormente, as copas Mercosul e Merconorte (1998–2001).[18] Apesar de anteceder na vaga da Recopa Sul-Americana, a afirmação de que a Supercopa antecede a Sul-Americana enfrenta limites: era uma competição que reunia os campeões da Libertadores (critério de classificação histórico), não tendo o formato de torneio secundário moldado pela Copa UEFA, sendo algo próximo de uma "Superliga".[18] Apesar das diferenças de fórmula, a CONMEBOL também lhe considera como antecessora.[21]
A Copa Mercosul e a Copa Merconorte (1998–2001), que ofuscaram a Copa CONMEBOL, são tidas como precursoras imediatas,[21] com as ressalvas: cada uma contava com times de cinco países sul-americanos; não davam vaga na Recopa, não tendo havido um jogo unificador com esse intento (a Recopa ficou fora de disputa nesse tempo); e a participação era por convite.[18][11][22] A Merconorte tinha uma semelhança com as edições de 2005 a 2008: a presença de times da CONCACAF (mexicanos, estadunidenses e costarriquenhos).[12] O último campeão da Mercosul, San Lorenzo, recebeu vaga para a primeira edição da Sul-Americana, direito não dado ao Millonarios, último campeão da Merconorte.
História
Em 2002, surgiu a ideia de uma Copa Pan-Americana, uma parceria da CONMEBOL com a CONCACAF, que possuiria 9 times no novo certame: 4 mexicanos, 3 caribenhos/centro-americanos e 2 estadunidenses. Os demais 23 times seriam sul-americanos.[23] O projeto foi adiado para 2003,[24] mas novamente não foi efetivado, quando estabilizou-se um torneio secundário meramente sul-americano, a Copa Sul-Americana, estreada em 2002.[18]
De forma menos incisiva do que o planejado para a Copa Pan-Americana, entre 2005 e 2008 clubes da CONCACAF participaram como convidados. Nesse período jogaram equipes de México, Estados Unidos, Costa Rica e Honduras. Na edição de 2006, o Pachuca tornou-se o primeiro (e atualmente único) clube não sul-americano a vencer uma competição organizada pela CONMEBOL.[18]
Em 2015 e 2016, teve o seu campeão participando da Supercopa Euroamericana, competição amistosa contra o campeão da Liga Europa da UEFA, organizada pela DirecTV.[27] Em 2023, retornou o confronto entre estes dois campeões, mas pelo Desafio de Clubes da UEFA–CONMEBOL, torneio gerido pelas confederações continentais de seus disputantes. A CONMEBOL lhe considera como oficial, enquanto que a UEFA lhe vê como amistoso.
Em novembro de 2011, a CONMEBOL e os representantes das confederações participantes do torneio decidiram pela abertura de mais 8 vagas para a edição de 2012. Os países que até então tinham apenas 3 vagas, passaram a contar com 4 representantes a partir daquela edição, com exceção de Argentina e Brasil (6 e 8 vagas respectivamente, sendo que a CBF perderia duas vagas em 2017).[28]
Até o momento, apenas uma vez o vencedor da Sul-Americana venceu a Copa Libertadores do ano seguinte: o River Plate, campeão de 2014, na edição de 2015. El Millonario ganharia ainda a Recopa[29] e a Copa Suruga de 2015, sendo o único a ganhar estas duas taças no mesmo ano. O time também ganhou a amistosa Supercopa Euroamericana, feito não obtido no ano seguinte pelo Santa Fe.
Já o inverso ocorreu em 2004 e 2009, quando foi conquistada pelo respectivo campeão da Libertadores do ano anterior (2003 e 2008), Boca Juniors e LDU. Neste último caso, reeditou-se a principal final continental pretérita, com o time equatoriano novamente superando o Fluminense.[30] Esta foi também a final com mais gols no agregado (nove: LDU 5 x 4 Fluminense) e em único jogo de decisão (seis: LDU 5 x 1 Fluminense; ida).
Em 2017, passou por uma nova reformulação. Antes disputada apenas no segundo semestre, passou a ocorrer durante toda a temporada, em paralelo com a Copa Libertadores, sendo que 10 equipes eliminadas desta competição antes das oitavas de final foram transferidas para a Copa Sul-Americana: os oito terceiros colocados nos grupos e os dois melhores eliminados na terceira fase preliminar.[31] Foi vetada a dupla classificação e a possibilidade de título no mesmo ano das duas competições continentais.[32] Extinguiu-se a fase de disputas nacionais, que retornaria em 2021. Desde a Libertadores daquele mesmo ano, o então campeão da Sul-Americana entrou em sua fase de grupos, não mais em fase preliminar, tornando-se também uma vaga extra, deixando de retirar a vaga do último classificado pelo nacional.[33]
Antes de 2017, apesar de não ser regra, a disputa da Sul-Americana (segundo semestre) após ter jogado a Libertadores (primeiro semestre), além do caso do atual campeão, podia ocorrer a depender dos critérios das confederações nacionais. O Atlético Nacional disputaria a final de 2016, não ocorrida por razão do acidente no voo da Chapecoense, como campeão da principal competição do continente daquele mesmo ano.[34]
Desde 2019, a final é disputada em jogo único e campo neutro, regra que recebe críticas em razão dos problemas de logística do continente.[35][36][37][38]
Em 2021, a fórmula mudou novamente, não sendo mais apenas mata-mata, passando a ser composta por três fases: uma fase nacional preliminar (de 32 continuam 16, sendo dois de cada país; nessa etapa não jogam times de Brasil e Argentina), a fase de grupos (8 grupos de 4: dos 32 times, 16 vêm da anterior, 6 do Campeonato Argentino, 6 do Campeonato Brasileiro e 4 da eliminação na terceira preliminar da Libertadores) e o mata-mata a partir das oitavas (o primeiro lugar de cada grupo e os 8 que ficaram em terceiro lugar nos grupos da Libertadores). A transferência pela eliminação na terceira preliminar passou a abranger os quatros times eliminados, aumentando para doze o número total de transferidos.[39]
Em 2023, a primeira fase, antes travada em ida-e-volta, passou a ser em jogo único, com mando de campo definido por sorteio. Após a fase de grupos, ocorre um play-off entre os segundos colados contra os terceiros colados dos grupos da Libertadores. Os vencedores enfrentam os primeiros colados pelas oitavas.[40]
Boca Juniors (2004 e 2005; único bicampeão consecutivo), Club Atlético Independiente (2010 e 2017), Athletico Paranaense (2018 e 2021), Independiente del Valle (2019 e 2022) e LDU Quito (2009 e 2023) são os maiores campeões. O torneio conta com 18 campeões de sete países (sendo um da CONCACAF), tendo tido uma sequência de 12 campeões diferentes em 12 anos (2005 a 2016).
Internacional (2008), Universidad de Chile (2011), São Paulo (2012) e River Plate (2014) foram os únicos campeões invictos na história da Copa; o primeiro com cinco vitórias e cinco empates em dez jogos,[41][42] o segundo com dez vitórias e dois empates em doze jogos;[43] o terceiro com cinco vitórias e cinco empates em dez jogos[44] e o quarto com oito vitórias e dois empates em dez jogos.[45]
No Brasil
A Confederação Brasileira de Futebol não participou da primeira Copa Sul-Americana (2002) alegando problemas de calendário. O torneio não foi muito valorizado pelos grandes clubes brasileiros nos primeiros anos de disputa.[46][47][48] Em 2003, a classificação se deu apenas pelo Ranking de Clubes da CONMEBOL. Em 2004 e 2005, envolveu o Ranking e o Campeonato Brasileiro.
Em 2006, 2007 e 2008 foram classificados o campeão nacional e os sete melhores colocados não classificados para a Libertadores, totalizando oito vagas.
De 2009 a 2012 classificavam-se os oito clubes melhores no Campeonato Brasileiro não qualificados para a Libertadores, que na época era reservada aos quatro primeiros colados. A partir de 2010, quando a CONMEBOL atribuiu vaga na Libertadores ao campeão da Sul-Americana, um título da mesma por um brasileiro transformaria o G4 em G3,[49] o que seria aplicado em 2012, mas coincidentemente o São Paulo findou justamente em quarto. Não retirava, porém, a última vaga definida para a Sul-Americana, lembrando-se que de 2003 a 2016 existia na Sula a vaga do então campeão.[50] A presença do campeão da Copa do Brasil ou Libertadores entre os doze primeiros abria vaga para os próximos mais bem posicionados. Desde a Libertadores de 2017, a vaga de campeão da Sul-Americana deixou de diminuir o número de vagas já destinadas para a Libertadores, ganhando o seu país um representante a mais.[33]
A partir da Sul-Americana de 2013, os classificados eram os melhores no Campeonato Brasileiro do ano anterior entre os que foram eliminados até a terceira fase da Copa do Brasil do mesmo ano (a quarta fase é a fase de oitavas de final), o que poderia incluir os quatro clubes promovidos da segunda divisão.[51] Tal critério foi utilizado até 2016.
Entre 2014 e 2016 a Copa do Nordeste passou a distribuir uma vaga ao seu campeão na Sul-Americana, desde que os clubes não estivessem na disputa da Copa do Brasil no segundo semestre.[52] Em 2015 e 2016, o campeão da Copa Verde (competição que envolve clubes do Norte, Centro-Oeste e Espírito Santo) também garantiu uma vaga na competição sul-americana.[53]
Existiam duas fases: a primeira, nacional, eliminava em jogos de ida-e-volta quatro equipes; na segunda, jogava-se com as demais equipes do continente, partindo-se das oitavas.
Com a reformulação da competição em 2017, o Brasil perdeu duas vagas, passando a contar com seis clubes, e o critério de classificação passou a ser unicamente através das colocações no Campeonato Brasileiro: os seis melhores não classificados para a Libertadores, sendo que os seis primeiros são classificados para esta. A presença de qualificados a Libertadores por outros meios (título de Copa do Brasil, Libertadores ou Sul-Americana) entre os doze primeiros deixa a vaga para o próximo mais bem colocado.[54] Acabou a fase nacional e os clubes brasileiros passaram a enfrentar equipes estrangeiras desde logo.
No novo formato, adotado desde 2021, os classificados pelos nacionais de Brasil e Argentina entram já na segunda fase (de grupos).
Classificação
A competição é integrada por clubes qualificados graças a critério desportivo, embora até 2009 os clubes argentinos Boca Juniors e River Plate fossem convidados pela AFA independentemente de desempenho técnico.
Em 2017, dez equipes desclassificadas na Copa Libertadores da América ganharam o direito de disputar a Sul-Americana no mesmo ano.[55] O número foi ampliado para doze em 2021. Também em 2017, a CONMEBOL proibiu a classificação de equipes por meio de competições subnacionais, como ocorria no Brasil com os campeões da Copa Verde e da Copa do Nordeste.[56] Além disso, devido a mudança nas datas do torneio, que passou a durar o ano inteiro e coincidir com a Copa Libertadores, extinguiu-se a vaga do atual campeão (que só poderá ganhar novamente se estiver entre as equipes transferidas da Libertadores).
Após as mudanças de 2017 e 2021, a distribuição das vagas pelas confederações se dá da seguinte maneira:
↑ abOficialmente, a CONMEBOL não disponibiliza uma classificação final dos clubes. Nesta tabela, os semifinalistas são ordenados da seguinte forma: primeiro, o clube eliminado pelo campeão e, depois, o clube eliminado pelo vice-campeão.
↑No dia 5 de dezembro, por solicitação do próprio Atlético Nacional, a CONMEBOL declarou a Chapecoense como a campeã da Copa Sul-Americana de 2016 após reunião virtual do conselho da entidade.[57][58] A final da competição foi suspensa após o acidente de avião, que levaria a equipe brasileira para o primeiro jogo da decisão, em Medellín, deixar 71 mortos, dentre eles dezenove atletas e dezesseis membros da equipe técnica da Chapecoense, além de oito integrantes da diretoria, 21 jornalistas e sete tripulantes.[59][60] Assim, o Atlético Nacional foi declarado como vice-campeão e recebeu o prêmio "Centenário da Conmebol ao Fair Play".[58]
↑ abCONMEBOL.COM (2020). SUDAMERICANA 2020. "Os quatro torneios antecessores da CONMEBOL Sul-Americana foram: Supercopa Sul-Americana, Copa CONMEBOL, Copa Mercosul e Copa Merconorte."
↑«Flamengo não conquista um título internacional desde 1999». GZH. 10 de agosto de 2011. Consultado em 13 de agosto de 2022. No dia 20 de dezembro deste ano [2011], o Flamengo completará 12 anos da conquista da Copa Mercosul, antecessora da Sul-Americana, diante do Palmeiras