O nome "Agudo" é devido ao morro localizado na região, denominado Morro Agudo, por ter uma característica acentuada. O morro é considerado uma atração local e encontra-se de frente à avenida principal da cidade (Avenida Concórdia).
A região aparece pela primeira vez em um mapa de 1800 organizado pela Província, onde consta um morro nominado "Agudo". Nessa região foi criada pelo Governo Provincial a Colônia Santo Ângelo em homenagem ao Presidente da Província, Ângelo Moniz da Silva Ferraz. Os primeiros imigrantes alemães, luteranos provenientes da Pomerânia, só chegam na região em 1 de novembro de 1857, desembarcando no Cerro Chato, margem esquerda do Rio Jacuí e os provenientes da Boêmia apenas chegaram em 1876. Antes da chegada dos imigrantes alemães, as terras próximas de onde se instalara a colônia eram habitadas por alguns posseiros de origem luso-brasileira.
O primeiro diretor da Colônia foi Florian Von Zurowski, que logo foi substituído pelo Barão Von Kahlden, que foi a primeira personalidade importante da história da Colônia Santo Ângelo, onde atuou como administrador público.
A partir de 1865, a Colônia Santo Ângelo se torna parte do 1º Distrito de Cachoeira do Sul, estendendo-se da margem esquerda do Rio Jacuí até a margem direita do Rio Botucaraí, divisa com a Colônia Germânia (atualmente o município de Candelária). A 4 de setembro de 1885, a Câmara Municipal de Cachoeira do Sul dividiu a Colônia Santo Ângelo em seis grandes complexos de acordo com a Lei Municipal nº 1.433 de janeiro de 1884, para a arrecadação de Imposto Colonial. Isso impossibilitava a colônia de tornar-se um grande município.
Já no século XX, Agudo é elevada a categoria de vila em 1938. O nome "Agudo" provêm de um morro a oeste do município com 429 m de altura, que possui característica acentuada.
O movimento de emancipação de Agudo foi iniciado a partir de 1957, objetivo alcançado dois anos depois quando a Lei nº 3.718 de 16 de fevereiro de 1959 criou o município, com uma área de 553 km².
Geografia
A cidade encontra-se ao centro do estado, a uma altitude de 150 metros, com uma população estimada em 2019 de 19.102 habitantes, tendo uma densidade demográfica de 33,45 hab/km² e área de 533,1 km², o que representa 0,1994% do estado. Os seus habitantes estão dividos em cerca de 9.002 na zona urbana, e cerca de 10.100 na zona rural.
Relevo
Na região pertencente ao município de Agudo, podemos destacar três principais: a várzea, áreas onduladas e de alta declividade.
A várzea costeia o rio Jacuí, o que faz com que a área seja própria para a cultura irrigada do arroz, principal produto agudense. É na várzea onde a sede do município foi instalada, cercada por uma cadeia de morros, a área de alta declividade, que caracterizam a região da Depressão Central do Rio Grande do Sul. É nessas áreas altas onde a vegetação nativa mais se mantém e que o fumo, segunda maior cultura de Agudo, predomina. Também o vemos plantado juntamente com o feijão, milho, mandioca e batata-doce nas áreas onduladas, relevo que apresenta ora saliências, ora depressões.
Hidrografia
Os imigrantes alemães que deram origem a Agudo vieram por meio do rio Jacuí, também de extrema importância na irrigação do arroz, no abastecimento de água e para a pesca. Em Agudo, o rio recebe inúmeros afluentes: Lajeado do Gringo (limite natural entre Agudo e Ibarama), Arroio do Lino Friederich, Arroio da Kroemer, Arroio Corupá, Arroio Hentschke, Arroio Grande, Sanga da Boa Vista (limite natural entre Agudo e Paraíso do Sul), além de vários outros. O Jacuí também delimita as divisas de Agudo entre outras cidades como Nova Palma, Dona Francisca, Restinga Seca.
Também destaca-se o Arroio Corupá, que recebe vários afluentes, destacando-se: Lajeado da Grota, Arroio Hotto Kegler, Arroio Teutônia, Arroio São Pedro e Arroio Araçá (limite natural entre Agudo e Lagoa Bonita do Sul). Esse arroio e seus afluentes percorrem uma região de relevo acidentado, formando muitas corredeiras e cascatas, sendo a mais conhecida a Cascata Raddatz.
O Arroio Grande-Nasce na localidade de Linha Nova. Recebe vários afluentes, destacando-se: Arroio Wendt, Arroio Radatz, Sanga Funda, Arroio do Engenho e Arroio Rincão Despraido. Desagua do Jacuí e também abastece a sede do município.
Entre as lagoas existentes em Agudo, destacam-se a Lagoa de Cerro Chato e Lagoa do Novo São Paulo.
Não há transporte ferroviário e aéreo, somente o rodoviário. O rio Jacuí, apesar de ser o mais importante do estado, é pouquíssimo usado para a navegação, devido ao seu leito assoredo é preciso uma drenagem para tornar a navegação possível. No passo Saint Clair, em Nova Boêmia, é realizada a travessia do rio Jacuí com barca por cabo, ligando Nova Boêmia - Agudo e Linha Ávila - Dona Francisca.
A agricultura é a principal força motriz da economia agudense, destacando a cultura do arroz, fumo e morango, além de outras como milho, feijão, amendoim, soja, mandioca, batata-doce e inglesa, frutas. Uma característica herdada pelos imigrantes e bem disseminada é a existência de horta e pomar de frutíferas em sua propriedade.
Na pecuária, cria-se o gado de forma extensiva, para uso da própria família criadora (carne, couro, banha, leite), e vende-se o excedente. Também destacamos a avicultura e a apicultura.
Turismo
Para quem vem de fora, os maiores atrativos que Agudo oferece estão em ecoturismo e gastronomia. Como exemplos do primeiro caso: os balneários Drews, Hoffmann e Friedrich, as cascatas Raddatz e do Chuvisco, a Gruta do Índio, Morro Agudo, o Morro da Figueira (531 m de altitude), com a Rampa de asa delta e paraglider, travessia do Rio Jacuí, através de barca por cabo. Na gastronomia de destacam os Cafés Coloniais.
Cultura
Apesar de ter como vizinhos alguns municípios pertencentes à Quarta Colônia de Imigração Italiana, Agudo é a cidade sede da Colônia Santo Ângelo, de imigração alemã. A cultura herdada pelos imigrantes é presente até hoje e pode ser observada em algumas manifestações de Agudo como feiras, festas e a tradição da língua alemã, que ainda é ensinada tanto domesticamente quanto nas escolas, preservada principalmente no meio rural. Com isso é possível facilmente ver pessoas falando no idioma.
Como cidade de colonização alemã, Agudo tenta preservar sua cultura germânica através de grupos de dança, ensino do idioma alemão — escolar e doméstico —, música, entre outras manifestações. O Instituto Cultural Brasileiro-Alemão, existente desde 1982, preserva a cultura através do Museu Histórico Pastor Rudolf Brauer e uma biblioteca alemã, além de proporcionar cursos e oficinas.
A principal festa é a feira anual Volksfest (alemão: "Festa do Povo"), que ocorre no mês de julho, em torno do dia 25, Dia do Colono. A feira compreende uma série de eventos que duram uma semana.Nela acontece, também a ExpoVolks - feira de gastronomia, negócios e entretenimento. Destaca-se uma grande quantidade de shows com bandas locais e danças folclórica, café colonial com comida típica da região e o comércio voltado tanto para o povo urbano quanto rural. É feriado municipal o dia 25 de julho, "Dia do Colono e do Motorista".
Agudo possui o Grupo de danças folclórico Freundschaft que representa o município, divulgando a sua cultura.
Outros eventos significativos são a "Feira da Cuca e do Moranguinho", "Choculin - Festa do Choppe, da Cuca e da Linguiça" e a "Kerbfest".