Apesar de sua superior unidade e, à semelhança de todos os idiomas falados em países distantes uns dos outros, a Norma-Padrão do português apresenta variações em Portugal, Brasil, nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Timor-Leste e noutros territórios asiáticos (Macau, Goa, Damão, Diu). A escrita reflete naturalmente essas diferenças: fonéticas, lexicais (vocabulário), morfossintáticas (construção da frase/sentença) semânticas e pragmáticas.
As diferenças ortográficas são mínimas e, após o Acordo Ortográfico de 1990, celebrado entre os países lusófonos por meio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os sistemas ortográficos desses países fundiram-se num só, com a possibilidade de duplas grafias.[1] São geralmente casos em que acentos agudos eram empregados em Português Europeu e circunflexos em Português Brasileiro, i.e. cronómetro (PE) e cronômetro (PB), passando a ser admitidas as duas formas em todos os países.
No que tange a diferenças lexicais (veja-se o caso de autocarro em Portugal, e ônibus no Brasil), havendo designações diferentes para uma mesma realidade, as entradas ao serem grafadas numa das formas (por exemplo, sistema operativo ou astrónomo) anulariam qualquer pesquisa feita na outra grafia (p. ex. sistema operacional ou astrônomo). Este problema pode ser resolvido desde que cada um crie uma entrada remissiva com a grafia alternativa. Ajuda se cada membro da comunidade conhecer os casos de dupla grafia ou variações lexicais, que, aliás, acontecem mesmo dentro de um mesmo país (bolacha, bexiga e farol em São Paulo; biscoito,balão esinal respectivamente no Rio de Janeiro). Pode-se sempre colocar alguma dúvida que se tenha sobre o assunto à wiki comunidade.
Gramaticalmente, convém sempre escrever na norma-padrão do português, a qual é comum a todos os países de língua portuguesa. Empregar um nível de discurso minimamente cuidado atenuará muitas das dificuldades que poderiam surgir.
Sobre o projeto de acordo há as remissões do IPOL,[2] do IILP-CPLP[3] e do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.[4]
É lícito mencionar que estas particularidades que se aplicam ao português também são válidas para as línguas que se difundiram pelo globo terrestre e que passaram a ser faladas nos cinco continentes, tais como o inglês e o espanhol, nos quais se verifica a existência de fenómenos ortográficos, lexicais e gramaticais similares, sem que isto afete, entretanto, a superior unidade dessas línguas; um falante britânico compreende um americano e vice-versa, um cidadão espanhol compreende um mexicano, assim como um português entende um brasileiro e vice-versa; fá-lo com o auxílio da norma-padrão, também chamada língua padrão.
É a norma-padrão aquela que se convencionou nos países de língua portuguesa como isenta de variações diatópicas (regionais), diafásicas (de registro) e diastráticas (das camadas sociais). Não é, portanto, relacionada com a língua falada pelas camadas cultas numa determinada área geográfica, apesar de estas camadas historicamente empregarem a língua padrão - falada ou escrita - com mais frequência[5]. Para referências da norma-padrão, podemos consultar os artigos científicos, acadêmicos, jornalísticos e históricos publicados em qualquer dos países de língua portuguesa. Finalmente, diga-se que, no futuro, a Wikipédia terá os títulos dos artigos para redirecionamento escritos de forma e incluir as diferentes possibilidades lexicais de todos os países lusófonos, maximizando a eficiência da pesquisa e trazendo mais conveniência a todos os seus utilizadores. As diferenças entre as variantes do português é um tema linguístico que esquematiza os modos em que os falantes da língua portuguesa expressam sua linguagem. (Ver Variação Linguística)
Com mais de 260 milhões de falantes, a língua portuguesa é a quinta mais falada no mundo e adotada como oficial em nove países e mais uma região administrativa,[6][nota 1]. Portanto é natural que haja alguma variação na maneira em que os falantes expressam a língua; conquanto nada que comprometa, voltamos a afirmar, a sua superior unidade.
Diferenças ortográficas
Com o tempo, as duas principais variedades do português, o português de Portugal e o português do Brasil, divergiram ligeiramente na ortografia de algumas poucas palavras. Os representares desses países, com o fim de garantir a uniformidade da ortografia da língua, selaram acordos que foram sendo implementados em fases diferentes. Foi, no entanto, o Acordo Ortográfico de 1990 aquele que mais sucesso obteve ao integrar o modo como as palavras são escritas. Eis algumas reformas implementadas em Portugal e no Brasil:
A lista seguinte permite identificar algumas das palavras ou expressões que diferem consoante a norma ou versão da língua portuguesa, no que diz respeito aos dois padrões.
Boleia geralmente possui um significado diferente no Brasil, o de cabine de comando de caminhões e camionetes, porém em algumas regiões possui o mesmo uso que em Portugal e na África.
acessório de moda geralmente com alça (curta ou a tiracolo), usado por mulheres (e também por homens) e que serve para carregar diversos pequenos objetos, como dinheiro, chaves, maquiagem, cigarro, isqueiro, documentos, pente etc.
Sarjeta também é usado no Brasil, porém mais no sentido figurado (= situação ruim ou degradante). No Nordeste do Brasil bueiro é a chaminé de usinas, engenho de açúcar ou outras indústrias.
No uso padrão do português brasileiro, sumo é o líquido natural extraído da fruta, a mistura com água e açúcar é o suco, porém no uso cotidiano de muitas regiões sumo é substituído por suco e suco é substituído por refresco.
Em Portugal éclair lê-se eclér, conservando assim a ortografia francesa. No uso informal do português brasileiro, fecho ecler é geralmente pronunciado, e por vezes erroneamente escrito, "fechecler" (isto gera confusão, pois deletamento da última vogal antes de palavras que começam em vogal pode ser até mesmo considerado padrão no português europeu, no qual poucas pessoas falando cuidadosamente não o fazem, mas raro mesmo na variedade informal no português brasileiro – no uso formal desta variedade linguística, a pronúncia seria sempre AFI: [feʃw eˈklɛʁ], pronunciando-se o "o" como um "u" em semivogal).
Devido à diferença dos sistemas de numeração utilizados no Brasil e em Portugal, este termo é utilizado para referir quantidades diferentes nos dois países: no Brasil, 1 Bilhão = 10^9 = 1 000 000 000; em Portugal, 1 Bilião = 10^12 = 1 000 000 000 000.
Abaixo está um comparativo de uso de estrangeirismos nas variedades do português, ou seja, uma lista que compara o uso de palavras e siglas estrangeiras, referenciado como estrangeirismo, nas diferentes versões da língua portuguesa. Abaixo, os estrangeirismos foram destacados em itálico.[carece de fontes?]