Firmado o espaço continental português com a conquista do Algarve, os últimos reis da primeira dinastia dedicaram-se ao ordenamento do território nacional : promoveram o povoamento, a exploração agrícola, a criação de estruturas de comércio, a criação de defesas, já não tanto a sul como a leste, etc. Deste modo, a dinastia de Avis pôde empenhar-se em novo processo de expansão territorial, que teve início em 1415 com a tomada de Ceuta.[3][4]
Ao processo de formação do Império Colonial Português foram motivos de ordem económica e político-estratégica que presidiram, aliados a uma certa curiosidade cultural e científica e a um intento de evangelização. Neste contexto, nem sempre o respeito pela identidade do indígena prevaleceu, mas deve, em todo o caso, reconhecer-se a coragem necessária ao enfrentar do desconhecido, que permitiu aos "descobridores", exploradores e colonos a criação de alianças e fraternidades, transformando e deixando-se transformar. Do contacto com os povos encontrados resultou um forte intercâmbio de produtos, costumes, técnicas, conhecimentos (de medicina, náutica, biologia, etc.), bem como uma interpenetração mais profunda através da miscigenação.
Este longo processo histórico tem como consequência, na atualidade, uma identidade cultural partilhada por oito países, unidos por um passado vivido em comum e por uma língua que, enriquecida na sua diversidade, se reconhece como una. Estes países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, com os respectivos núcleos de emigrantes, fazem do idioma português uma das línguas mais faladas do mundo, constituindo uma comunidade de mais de duzentos e quarenta milhões de pessoas.[5][6] A Lusofonia pode ser também a plataforma a partir da qual os povos que hoje falam português se poderão aproximar e ampliar o âmbito e a acção da CPLP.
Nota: Alguns linguistas argumentam que o galego, falado na Galiza, é na verdade apenas um dialeto do português;[9][10][11] o que naturalmente também tornaria o noroeste da Espanha uma parte do mundo lusófono.