História de Amor é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida originalmente de 3 de julho de 1995 a 1.º de março de 1996, em 209 capítulos. O último capítulo foi reexibido em 2 de março de 1996.[2][1] Substituiu Irmãos Coragem e foi substituída por Quem É Você?, sendo a 48ª "novela das seis" exibida pela emissora.
Escrita por Manoel Carlos, com colaboração de Elizabeth Jhin, Marcus Toledo e Maria Carolina, teve a direção de Roberto Naar e Alexandre Avancini, com direção artística de Paulo Ubiratan e direção geral de Ricardo Waddington.
Contou com as atuações de Regina Duarte, José Mayer, Carolina Ferraz, Carla Marins, Ângelo Paes Leme, Lília Cabral, Yara Cortes e Eva Wilma.[1]
Enredo
Helena enfrenta a gravidez prematura da filha Joyce, que foi abandonada pelo namorado Caio. Assunção, pai da moça e ex-marido de Helena, conservador e moralista, não se conforma com a situação da filha. Solitária, Helena se apaixona pelo famoso endocrinologista Carlos Alberto Moretti, e tem seus sentimentos correspondidos. Mas Carlos é comprometido com a possessiva Paula, que sofre com os constantes ataques de ciúmes. O médico também teve um relacionamento de dez anos com Sheila, sua sócia na clínica.[1]
O casamento de Carlos e Paula acontece depois de uma grande confusão. No caminho para a igreja, o médico se depara com Joyce e Caio brigando dentro de um carro. O rapaz empurra a moça, que bate a cabeça, e Carlos atrasa a sua chegada à igreja para levar a jovem para sua clínica, onde ela lhe revela estar grávida. Apesar do tumulto, Carlos chega a tempo para a cerimônia e se casa com Paula. Tempos depois, através de Joyce, ele conhece e se encanta por Helena. O casamento de Paula e Carlos vai mal e eles se separam. O médico então passa a se dedicar ao relacionamento com Helena, mas também é assediado por Sheila. Tem início então uma disputa entre Sheila e Paula (que está grávida de Carlos), para afastar Helena da vida do médico e ficar com ele. Paula acaba perdendo o bebê, depois de ser perseguida e atropelada por Sheila, que ainda tentou tirar a vida de Paula no hospital.[1]
Cansado das crises de ciúmes, Carlos se separa de Paula e assim decide se dedicar de verdade ao relacionamento com Helena, mas paralelamente, continua sendo perseguido também por sua primeira ex-mulher, Sheila, que ficou com ele por 10 anos e sonha a qualquer custo com uma reconciliação, mesmo sendo constantemente cortejada por Daniel, que não só é seu vizinho como também o terceiro sócio-proprietário da clínica junto a ela e a Carlos. Além de jamais ter acreditado que um relacionamento entre Carlos e Paula poderia dar certo de algum jeito, Sheila ainda goza da simpatia de praticamente toda a família Moretti - especialmente de Olga, avó de Carlos - e tenta usar isso a seu favor no processo. Apenas Rafaela, madrasta de Carlos e mãe de seus dois meio-irmãos Bruno e Bianca, decide ficar ao lado de Paula por também não enxergar Helena como uma mulher à altura para o médico.[1]
Ao longo da trama, Joyce descobre que na verdade é sobrinha de Helena, e não sua filha, pois anos antes, a irmã de Helena chegou a ter um rápido romance com Assunção, cujo resultado foi um bebê; mas a moça sofreu um acidente e morreu quando o bebê tinha apenas três meses de vida. Este bebê era Joyce, que Helena assumiu e criou como filha. Transtornada com a descoberta, Joyce se enfurece e se revolta contra Helena, mas no penúltimo capítulo, as duas se abraçam entre lágrimas, numa reconciliação comovente. Por outro lado, a disputa entre Paula e Sheila pelo amor de Carlos resulta em situações trágicas: Paula, grávida dele, chega a sofrer um acidente de carro e se recupera, mas pouco depois é atropelada ao ser perseguida por Sheila e perde o bebê. Já Sheila termina a novela desequilibrada e sozinha, depois de tentar matar Paula sufocando-a com um travesseiro no hospital.[1]
Elenco
Participações especiais
Produção
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História de Amor eu não queria que acabasse nunca. Eu cheguei a dizer para o Boni: 'Não dá para ficar como aqueles seriados de antigamente, que duravam cinco, dez, quinze anos?' Eu queria ficar fazendo História de Amor para sempre. Ele ria e dizia: 'Não. Tem que acabar. Mas a gente faz outra depois'. E, realmente, um ano depois, ele me chamou para fazer o que, para mim, era História de Amor 2, mas que teve o nome de Por Amor. E ainda chamou a Gabriela para fazer a minha filha. Foi o máximo!
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— Regina Duarte, sobre a novela.
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Após o fracasso do remake de Irmãos Coragem, uma trama rural, a Globo retornou a uma trama urbana com História de Amor,[4] "Eu escrevo sempre a mesma novela", disse Manoel Carlos, o autor. "Sem inovações, queremos recuperar o folhetim", disse Ricardo Waddington, o diretor.[5] Por determinação do Ministério da Justiça, Manoel Carlos modificou a história, imprópria para o horário, onde havia criado um triângulo amoroso onde Joyce (Carla Marins) disputaria o amor de Carlos (José Mayer) com sua mãe Helena (Regina Duarte), o autor não sabia que a novela seria exibida no horário das 18 horas, e declarou que havia modificado o enredo antes mesmo da decisão do Ministério. Este enredo seria apresentado em Laços de Família.[2] Outra razão seria o fato do perfil dos personagens coincidirem com os de A Próxima Vítima, a novela das oito na época. Entre os exemplos, estão a mudança do nome do personagem de José Mayer, que seria Marcelo, nome do personagem de José Wilker em A Próxima Vítima, e o pai do médico, que teria uma cantina e não um bar: ambas as mudanças vieram por causa da novela de Sílvio de Abreu.[4]
Temas sociais como o câncer de mama da personagem Marta (Bia Nunnes) levou a uma carta do Instituto Nacional do Câncer mostrando um aumento no número de exames preventivos.[2] O personagem Assunção (Nuno Leal Maia) fica paraplégico após um acidente de carro, recuperando a vontade de viver através do esporte, o então ministro do Ministério do Esporte, Pelé, participou da trama sendo entrevistado por Assunção que fica famoso em seu programa esportivo.[2] A novela fez com que Carla Marins, que interpreta Joyce, repensasse seu relacionamento com a mãe.[6]
Uma carta publicada no Jornal do Brasil fez com que o visual de Regina Duarte fosse mudado, dizendo "O que está havendo com o cabelo da Regina Duarte? Tenho duas dicas: uma permanente afro ou um corte na altura do pescoço. Aquela trança dá a ela um aspecto de favelada."[1]
Cenário e caracterização
História de Amor foi ambientada no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon, Jardim Botânico e Gávea, na Zona Sul, e Barra da Tijuca, na Zona Oeste, tendo algumas incursões a Teresópolis, na região serrana. As cenas externas reforçavam o tom urbano e carioca da novela, que começou a ser gravada no Jardim Botânico. Em novembro de 1995, passou a ser produzida nos estúdios do Projac.[2]
Críticas
Pouco após a estreia, Sérgio d'Ávila, da Folha de S.Paulo, disse que "Valeu o dito. "História de Amor", a nova novela das seis da Globo, que estreou anteontem, é a mesma novela de sempre. Era para ser já com "Irmãos Coragem". Nada melhor que o "remake" de um sucesso para deixar claro o desejo de inovar cada vez menos a teledramaturgia da casa. Mas mudou a direção e o estilo de filmagem no meio do jogo, e a emissora não pôde voltar ao tradicional. Com "História de Amor" deve conseguir. A cena inicial garante que não haverá sustos no decorrer do período: pôr-do-sol, gaivotas, Corcovado e fundo musical de Ivan Lins. O núcleo central é o triângulo amoroso formado por José Mayer, com a excitante profissão de endocrinologista; Carolina Ferraz, estreando como protagonista; e Regina Duarte, no papel que faz melhor, o de Regina Duarte.
Lembra da Raquel Aciolli, de "Vale Tudo"? Pois já no primeiro capítulo de "História de Amor" Regina foi amiga dos feirantes, brigou com a filha-problema e chorou. Chorou duas vezes.
E José Mayer foi o galã honesto, mas dividido em seu amor. Como o Pedro de "Pátria Minha". E Nuno Leal Maia garantiu o núcleo humorístico com seu personagem machão. Como Tony Carrado em "Mandala" e Bertazzo em "Vereda Tropical". E a abertura parece aqueles vídeos que recém-casados fazem questão de mostrar logo após a lua-de-mel. Não, "História de Amor" não é ruim. Manoel Carlos é competente (fez "Malu Mulher"), Waddington é talentoso (dirige "Quatro por Quatro"). Só que a nova novela das seis na Globo não é nova."[5]
Exibição
Reprises
Foi reexibida pelo Vale a Pena Ver de Novo a partir de 10 de dezembro de 2001, substituindo A Gata Comeu e finalizou em 27 de junho de 2002, sendo substituída por Por Amor.[7]
Foi exibida no Vídeo Show, no quadro Novelão, de 2 a 6 de julho de 2012, substituindo A Viagem e sendo substituída por Celebridade, em cinco capítulos. Foi reprisada novamente pelo Vídeo Show, no quadro Novelão, de 5 a 9 de outubro de 2015, substituindo Renascer e sendo substituída pela minissérie Sex Appeal, em cinco capítulos.[carece de fontes]
Foi reapresentada na íntegra pelo Viva, de 10 de março a 8 de novembro de 2014, substituindo Anjo Mau[8] e sendo substituída por Tropicaliente, às 15h30.[9] Foi novamente reprisada pelo Viva de 21 de agosto de 2023 a 19 de abril de 2024, substituindo A Sucessora e sendo substituída por A Viagem, na faixa que homenageia os 90 anos do autor Manoel Carlos, às 12h15.[10]
Exibição internacional
História de Amor foi vendida para cerca de 30 países, entre eles: Angola, Bulgária, Chile, Ilhas Maurício, Jordânia, Malásia, Marrocos, Martinica, Panamá, Polônia, Portugal, República Dominicana, República Tcheca, Rússia, Suíça, Turquia, Ucrânia, Uruguai e Venezuela.[2]
Foi reapresentada em Portugal pelo canal por assinatura Globo em 07 de março de 2016, substituindo Pedra sobre Pedra, na faixa das 22h.[11]
Outras Mídias
Foi disponibilizada na íntegra na plataforma de streaming Globoplay em 5 de junho de 2023.[12]
Audiência
- Exibição original
Sua média geral foi de 34 pontos de audiência na grande São Paulo, levantando a audiência do horário que foi perdida com o remake de Irmãos Coragem.[13] Este índice só veio a ser superado sete anos depois por Chocolate com Pimenta.[14]
- Reprise
O primeiro capítulo alcançou 16 pontos de audiência.[15] Essa reprise teve média geral de 20.83 pontos.[carece de fontes]
Música
Nacional
Internacional
Prêmios e indicações
- Prêmio Contigo! (1996)
- Melhor atriz coadjuvante - Eva Wilma
- Trilha sonora - André Sperling
- Melhores do Ano (1996)
- Troféu Imprensa (1996)
- Melhor novela (indicada)
- Melhor atriz - Regina Duarte (indicada)
Referências
Ligações externas
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Década de 1980 | |
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Década de 1990 | |
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Década de 2000 | |
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Década de 2010 | |
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Década de 2020 | |
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