Foi ocupada pela França a partir de 1635. Em 1660, os índios nativos da ilha foram deportados pelos franceses, no episódio que ficou conhecido como expulsão caribenha. Desde então, a ilha tem sido uma possessão francesa, exceto por três breves períodos de ocupação estrangeira.
Desde 1635 (chegada de Pierre Belain d'Esnambuc, um aristocrata francês que tomou posse da ilha para a França) até 1946, a Martinica sobreviveu como colônia francesa produzindo mercadorias tropicais, como cana-de-açúcar, café, rum e cacau. Prisioneiros africanos foram trazidos da África Ocidental para formar a população escrava que é a origem da maior parte da população atual.
A economia é baseada no comércio. A agricultura é responsável por aproximadamente seis por cento do PIB e o pequeno setor industrial por onze por cento. A produção de açúcar declinou, ficando a maior parte da cana-de-açúcar destinada à produção de rum. A exportação de banana tem crescido, principalmente para a França. O volume necessário para o consumo local de carne, verduras e grãos precisa ser importado, contribuindo para o deficit crônico da balança comercial, que requer grandes transferências anuais de auxílio financeiro da metrópole.
Forte da França é o quinto porto da França em movimentação de contêineres (contentores). O turismo tem se tornado mais importante que as exportações agrícolas como fonte de intercâmbio internacional. Forte da França é considerada a mais francesa cidade fora da França. A maior parte da força de trabalho está empregada no setor de serviços e no setor administrativo.
Tem uma área total de 1 100 km2, sendo a terceira maior ilha das Pequenas Antilhas (é menor somente que as ilhas de Trinidad e de Guadalupe). Tem 65 km de comprimento por 27 km de largura. Para comparação, a superfície é semelhante à de Hong Kong.
Tal como o resto das Pequenas Antilhas, Martinica está sujeita a risco sísmico. Em 29 de novembro de 2007, um sismo de magnitude 7,3 na escala Richter ocorreu nas proximidades da ilha.
Martinica é separada em duas zonas em relação ao eixo central constituído por Forte da França e Le Robert. Ao norte, fica uma região de relevo acidentado e com grandes florestas. Nela, se localiza o monte Pelée, um estratovulcão ativo que teve em 1902 uma erupção catastrófica que matou entre 30 000 a 40 000 residentes na ilha e deixou apenas dois sobreviventes. Ao sul, fica a região mais seca, de relevo menos acidentado e com maior ocupação humana.
Relevo
O terreno é acidentado nesta ilha vulcânica. As áreas mais planas se localizam no sul da ilha. A ilha tem se desenvolvido ao longo dos últimos 20 000 000 de anos por uma sequência de movimentos e erupções vulcânicas ao norte. O monte Pelado, que ocupa o norte da ilha, atinge 1 397 metros de altitude. A última erupção data de 8 de maio de 1902, matando 29 000 pessoas em dois minutos. O monte Vauclin é o ponto mais elevado ao sul da ilha, com 504 metros.
Hidrografia
A hidrografia da ilha da Martinica tem pequenos rios próprios de sua pequena extensão territorial. Os principais são o Lézarde, com 30 km de comprimento e que é o mais longo da ilha, o Galion, o Lorrain, o Hood, o Branco, o Baixo Pointe, o Hackaert, o Macouba, o La Grande, o Prêcheur, o Roxelane, o Père, o Carbet, o Monsieur, o Madame, o Longvilliers, o Salado, o Vauclin, o Paquemar, o Simon e La Nau.
No Brasil, a escritora Isa Fonseca (1954-...) escreveu e lançou um romance em São Paulo, denominado A Paz do Meu Avô. A jornalista e escritora é neta da martiniquense Marie Louise Renée cyr Athis. Esta casou-se com João Fonseca e teve três filhas. A primeira, mãe da escritora, chamou-se Josephina. A segunda, Maria Luíza e a terceira, Leopoldina.
A família da avó da escritora era originalmente da região de Marselha. João Fonseca trabalhava na marinha mercante quando conheceu Marie Louise Renée. Esta veio para o Brasil com o marido e, já bastante independente, atravessava a rua na cidade de Lins e ia tocar piano nas sessões de cinema mudo. Faleceu por volta de 1993.
Curiosidade: no romance da italiana Milena Agus, Uma Certa História de Amor (editora Leya), a expressão martinicca aparece designando 'mercado de escravos'. Talvez seja esta a origem do nome da ilha.