O conjunto tinha a função de defesa daquele trecho da costa no acesso à capital, Lisboa, e após 1870, de residência de verão dos reis de Portugal. Atualmente, serve de residência de verão, ao Presidente da República Portuguesa, para além da Pousada nela instalada.
Esse projeto, entretanto, não chegou a ser plenamente implementado, tendo se limitado ao reforço e ampliação da primitiva torre que, tendo recebido planta no formato triangular, foi reinaugurada sob a invocação de Nossa Senhora da Luz.
Após a Restauração da Independência de Portugal, a idéia do projeto filipino foi retomada, tendo a chamada Cidadela sido erguida. A inscrição epigráfica sobre o portão de armas reza:
"I.H.S.V.M. / EL=REI DOM IOÃO 4o. De FELICE MEMORIA MANDOU FA= / ZER ESTA FORTALEZA SENDo G.or DAS ARMAS Do ANto LVIZ / DE MENEZES CÔDe De CANTANHEDe DoS SEVS CONEiros DeSTADo E G= / Vrra VEADoR DE SVA FAda COMECOV NO ANNO DE 1681"
Mais recentemente, após a cedência da Cidadela à Câmara Municipal de Cascais, esta autarquia estudou projetos para revitalizá-la e à sua zona envolvente, um dos mais cotados visando a sua recuperação e implementação, ali, de um museu.
A 18 de Março de 2012 aconteceu a abertura de uma unidade hoteleira com 126 quartos, restaurante, espaço de música, lojas e espaço para eventos denominada de "Pousada Cascais". Este investimento foi feito pelo Grupo Pestana[2][3]
Dia 8 de Março de 2014 foi inaugurado o "Cidadela Art District", um centro de exposição de arte ao ar livre, com galerias culturais e estúdios abertos para artistas trabalharem perante os visitantes. O "Cidadela Art District" é uma iniciativa do Grupo Pestana, gestor da Pousada de Cascais, localizada na fortaleza da Cidadela. "O objectivo do projecto é que todos os espaços da Cidadela, desde a Pousada às muralhas da Fortaleza, se possam transformar em espaços expositivos e que a criação 'in loco' seja uma dinâmica constante entre os artistas de residência periódica e os artistas convidados", refere o Grupo Pestana.O Cidadela Art District inclui seis galerias culturais, entre as quais a primeira galeria Raw Art em Portugal, e seis "open studios", onde os artistas poderão ser vistos a trabalhar.Na direcção artística, o Grupo Pestana vai contar com a participação de Sandro Resende, conhecido por intervenções artísticas de grande mediatismo como o projecto "Contentores", "Outdoors" ou o mais recente "Janela". Duarte Amaral Netto, Paulo Arraiano, Paulo Brighenti ou Susana Anágua são alguns dos artistas convidados, assim como a Galeria Viarco ou a Magnética Magazine, entre outros.A agenda do Cidadela Art District integra, por ano, seis inaugurações bimensais em simultâneo, três concertos anuais e sete intervenções "site specific". Com a inauguração do projecto, a Pousada de Cascais muda também de nome passando a ter uma nova designação: "Pousada Cascais - Cidadela Historic Hotel & Art District".[4]
Este é o primeiro hotel na Europa a ter um espaço cultural do género.[5]
O Cidadela Art District pretende levar a arte contemporânea ao grande público através da apropriação de espaços não convencionais e meios associados à comunicação de massas enquanto promove o desenvolvimento artístico através do seu papel de mediador de artistas e galerias. Por um lado, traz a arte para um contexto do quotidiano e por outro, usando “não-lugares” ou espaços de transição, aposta na descontextualização.No Piso 1 do Art District situam-se os estúdios dos artistas: Bruno Pereira, Duarte Amaral Netto, Paulo Arraiano, Paulo Brighenti, Pedro Matos e Susana Anágua. Aqui, pode conhecer e seguir o seu processo de trabalho porque os estúdios encontram-se abertos ao público durante 12 meses. No Piso 0 localizam-se as galerias e plataformas criativas. Entre as quais, a Raw Art Brut Gallery - primeira galeria de arte bruta portuguesa e a Cinco – galeria de arte contemporânea com alguns artistas consagrados, como Luís Alegre, Paulo Mendes, Pedro Cabral Santo, entre outros. A Viarco abre, também, a sua primeira loja, a Magnética Magazine estabelece aqui a sua sede e a editora de autor, Branco abre as portas ao público.[6]
Em 29 de abril de 2014, a cidadela foi classificada como zona especial de proteção.[7]
Características
A Praça-forte de Cascais encontra-se subdividida em três partes:
a chamada Cidadela, ocupada pelo Exército antes da cedência à Câmara Municipal;
a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz (anteriormente afeta ao Estado-Maior da Armada e também já cedida) e;
o Palácio, afeto à Presidência da República, cuja cedência a Câmara vem negociando recentemente.
O Palácio da Cidadela de Cascais
A história do Palácio da Cidadela de Cascais está relacionada com a dos chefes de Estado de Portugal, da Monarquia à República. Utilizado como residência de verão da Casa Real a partir de 1870, o palácio ficou afecto à Presidência da República após a mudança de regime em 1910. Habitado por vários Presidentes da República Portuguesa – de Manuel de Arriaga a Bernardino Machado, na I República, ou Óscar Carmona que aí fixou residência oficial, durante o Estado Novo – o Palácio passou por um longo período de incerteza e de quase abandono.
Em 2004, o Museu da Presidência da República iniciou um estudo aprofundado sobre o Palácio da Cidadela de Cascais que permitiu reconstituir a sua memória histórica. Por iniciativa do Presidente Cavaco Silva, seguiu-se um processo de reabilitação do edifício conduzido pela Presidência da República, com verbas disponibilizadas pelo Turismo de Portugal IP, do qual resultou a sua abertura ao público, pela primeira vez na história.
Os visitantes poderão percorrer as salas de aparato do Palácio, a capela de N. S. da Vitória, o antigo quarto do rei D. Luís ou a sala árabe, que serviu de gabinete de trabalho ao Presidente Craveiro Lopes, ficando assim a conhecer um património de grande significado, pela sua história, arquitectura e localização privilegiada na baía de Cascais.
As visitas realizam-se através do Museu da Presidência da República.
Foi na Cidadela que se inaugurou, a 28 de Setembro de 1878, a iluminação eléctrica no país.
A Cidadela foi utilizada como residência real a partir de 1871, nela tendo falecido o rei D. Luís I. Foi em Cascais que a Família Real Portuguesa começou a ir à praia. A partir de então diversas famílias importantes começaram a estabelecer-se ali, erguendo os seus palácios, o que transformou a povoação numa comunidade cosmopolita.
Após a Implantação da República Portuguesa, o Palácio ficou dependente da Presidência da República, tendo sido utilizado sobretudo por Óscar Carmona que ali viveu quase todo o tempo em que foi Presidente da República.
↑O Regimento de Infantaria de Cascais fez a Campanha do Rossilhão e Catalunha de 1793 a 1795 e pela sua atuação nessa campanha foi mandado inscrever na sua bandeira "Ao valor do Regimento de Cascais". Posteriormente, ingressou na Guerra Peninsular sob o n° 19 de Infantaria (Janeiro de 1809), tendo regressado em 30 de agosto de 1814.