O Forte de São Bento localiza-se na freguesia do Porto Martins, concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, nos Açores.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.
Inicialmente compreendido na freguesia do Cabo da Praia, encontra-se hoje na de Porto Martins por divisão administrativa da primeira. Cooperava com o Forte de São Filipe e o Forte de São Jorge, o primeiro arruinado e este último desaparecido ao final do século XIX.
Foi uma das fortificações erguidas na Terceira no contexto da crise de sucessão de 1580 pelo então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto em 1567, após o ataque do corsário francês Pierre Bertrand de Montluc ao Funchal (outubro de 1566), intentado e repelido em Angra no mesmo ano (1566):
A seu respeito, DRUMMOND registou: "Na Ponta Negra edificou-se o forte de Nazaré, e logo adiante o de S. Tiago, que cruza, com o forte de São Bento, a enseada do Porto de Martim."[1]
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Forte de S. Bento." na relação "Fortificações nos Açores existentes em 1710".[2]
Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado em 1767:
Encontra-se referido como "17. Forte de S. Bento" no relatório "Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira", do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe aponta os reparos necessários:
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que "Tem algumas ruinas a cuja reparação se está procedendo."[5]
O tombo de 1881 encontrou-o abandonado e em relativo estado de conservação.[6]
Atualmente pouco resta das suas ruínas, assinaladas em 2005 a partir da estrada por um painel de azulejos, por iniciativa da Junta de Freguesia.
De tipo abaluartado, apresentava planta com formato poligonal triangular, em alvenaria de pedra. O conjunto ocupava uma área total de 480 metros quadrados.
Em seus muros, pelo lado de mar, rasgaram-se, ao longo dos séculos, seis, cinco e três canhoneiras. Pelo lado de terra apresentava dois pequenos baluartes nos vértices. Em seu terrapleno erguiam-se a casa da guarda e o paiol, abobadado.
Adossado ao muro, com acesso pelo exterior, erguia-se a cozinha, dotada de forno.
No baluarte este, acedido por uma escada, erguia-se o mastro da bandeira.