Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte da Rua Longa, ao sul.
História
Foi edificado por volta de 1520, pelo Provedor das Fortificações, Pedro Anes do Canto,[2] para defesa daquele ancoradouro que atendia não apenas as suas terras, mas as naus da Carreira da Índia, e em homenagem a quem foi assim denominado.
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), recebeu obras de reforço em 1828, passando a abrigar um destacamento de tropa de linha com a função de prevenir uma eventual tentativa de desembarque de forças opositoras ao regime liberal. Ao fim do conflito foi desguarnecido.
A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 refere-o como "Forte do Porto", informa que "Esta-se procedendo a algumas pequenas reparações de que preciza", e observa:
"Merece ser conservado, porque obsta ao dezembarque de forças agressoras neste ponto que é o único que podera offerecer probabilidade em toda a costa do Norte da Ilha."[4]
Quando da realização do tombo de 1881, encontrava-se abandonado e parcialmente arruinado; a casa da guarnição fora ocupada por um pescador da freguesia dos Biscoitos.[5]
Em nossos dias encontra-se conservado como miradouro por iniciativa da Junta de Freguesia dos Biscoitos.
Características
Do tipo abaluartado, apresenta planta com formato pentagonal irregular, com 805 metros quadrados. As muralhas erguidas em cantaria no paramento exterior, são rasgadas por três canhoneiras. Contava com algumas banquetas para fuzilaria e uma casa de alvenaria coberta com colmo, para a guarnição, erguida isolada, externamente ao recinto do forte.
BASTOS, Barão de. "Relação dos fortes, Castellos e outros pontos fortificados que devem ser conservados para defeza permanente." in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LV, 1997. p. 272-274.
FARIA, Manuel Augusto. "Ilha Terceira – Fortaleza do Atlântico: Forte de São Pedro 1". in Diário Insular, ano LII, nº 15513, 7-8 de março de 1998.
FARIA, Manuel Augusto. Pedras que falam, pedras que formam!. Praia da Vitória, Publiçor: s.d.
MARTINS, José Salgado, "Património Edificado da Ilha Terceira: o Passado e o Presente". Separata da revista Atlântida, vol. LII, 2007. p. 52.
MOTA, Valdemar. "Fortificação da Ilha Terceira". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. LI-LII, 1993-1994.
NEVES, Carlos; CARVALHO, Filipe; MATOS, Arthur Teodoro de (coord.). "Documentação sobre as Fortificações dos Açores existentes nos Arquivos de Lisboa – Catálogo". in Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, vol. L, 1992.