Na transição para o século XX, a vila de Chaves ainda tinha graves problemas de comunicações, sendo servida apenas pelas estradas reais, onde circulava a mala-posta.[1]
Em 24 de Maio de 1902, foram publicadas as bases para o concurso da construção da Linha do Corgo, que foi dividida em vários lanços, sendo o quarto de Vidago a Chaves, e que o troço seguinte seria a partir deste ponto até à fronteira.[2] Um dos principais motivos para fazer chegar o caminho de ferro até Chaves era a existência de uma estância termal nesta vila.[3] Em 27 de Dezembro de 1904, foi noticiado que o troço da Régua a Chaves tinha sido dotado de 400 contos de Réis por influência do deputado Eduardo José Coelho, e que as obras iriam começar em breve.[1] Assim, o caminho de ferro chegou a Vila Real em 1906, a Vidago em 1910, e finalmente a Fonte Nova em 28 de Agosto de 1921, onde foi instalada a estação provisória para servir a localidade de Chaves.[1] A estação definitiva de Chaves só foi instalada durante as festas da Vila de Chaves, entre 8 e 9 de Julho de 1922.[4]
Primeiros anos
Em 11 de Julho de 1926, deu-se uma tentativa de golpe a partir de Chaves, contra o regime instaurado pela Revolução de 28 de Maio de 1926, tendo as comunicações rodoviárias e ferroviárias de Chaves ficado sob uma apertada vigilância militar.[5] Em 1928, a Linha do Corgo passou a ser explorada pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro.[6][7]
A ligação entre Chaves e Espanha, mais especificamente até à região de Verín, foi novamente referida em 1 de Abril de 1929, no relatório de uma comissão formada para estudar a revisão dos planos ferroviários portugueses.[8]
Em 1934, a Companhia Nacional instalou um dormitório para o pessoal de trem e de máquinas nesta estação.[9]
Décadas de 1980 e 1990
Na primeira metade da década de 1980, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses iniciou um programa de aproveitamento das cocheiras para a criação de núcleos museológicos, incluindo na estação de Chaves.[10]
O lanço entre Chaves e Vila Real foi encerrado em 2 de Janeiro de 1990 pela operadora Caminhos de Ferro Portugueses, como parte de um programa de reconversão e modernização daquela empresa, tendo os comboios sido inicialmente substituídos por veículos rodoviários.[11]
↑«Parte Official»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (348). 16 de Junho de 1902. p. 181-182. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Há Quarenta Anos»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1159). 1 de Abril de 1936. p. 200-201. Consultado em 30 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 28 de Novembro de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
MACHADO, Júlio (2000). Crónica da Vila Velha de Chaves. Chaves: Câmara Municipal de Chaves. 448 páginas
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)