Nota: Este artigo é sobre a estação encerrada na Linha de Leixões. Se procura o antigo apeadeiro na Linha de Leixões, veja Apeadeiro de Leça. Se procura a antiga estação no Ramal de Matosinhos, veja Estação Ferroviária de Leça.
A Estação Ferroviária de Leça do Balio é uma interface ferroviária encerrada da Linha de Leixões, que servia a freguesia de Leça do Balio, no Município de Matosinhos, em Portugal. Fez parte desde o princípio do troço entre Leixões e Contumil, que entrou ao serviço em 18 de Setembro de 1938.[1] Não é utilizada por serviços de passageiros desde o dia 1 de Fevereiro de 2011, data em que todos os serviços deste tipo foram suspensos na Linha de Leixões.[2]
Descrição
Localização e acessos
Esta estação tem acesso pela Avenida Dr. Ezequiel Campos, junto à localidade de Gondival, no concelho de Matosinhos.[3]
Descrição física
Em 2010, apresentava duas vias de circulação, com 352 e 346 m de comprimento; as duas gares tinham ambas 70 m de extensão e 70 cm de altura.[4]
Azulejos
A estação foi decorada com painéis de azulejos policromados retratando cenas de temática campestre.[5] O artista responsável foi Leopoldo Battistini, que utilizou azulejos e enquadramentos muito recortados no estilo barroco, produzidos pela Fábrica Constância.[6]
História
Planeamento e construção
Em 1931, o empresário Waldemar Jara d'Orey conseguiu, por concurso público de 27 de Janeiro, a empreitada de construção da Linha de Cintura do Porto, incluindo a via férrea de Contumil e Leixões, e a construção de todas as estações e apeadeiros, incluindo a de Leça do Balio.[7] O conjunto desta estação incluía, entre outras infra-estruturas, as vias, vedações, as plataformas, a calçada à portuguesa, e uma estrada de acesso.[7] Também deveria ficar desde logo ligada à rede telefónica, para comunicar com as restantes estações da linha.[7] Em finais de 1933, estavam quase terminadas as obras de uma casa de pessoal em Leça do Balio.[7]
Na reunião de Janeiro de 1934 da Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro, foi aprovada a instalação de painéis de azulejos nos exteriores das estações de Leça do Balio e de São Mamede de Infesta.[8]
Em 1937, o Ministério das Obras Públicas e Comunicações contratou com a empresa de José Maria dos Santos & Santos para a realização da empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, correspondente à instalação de iluminação eléctrica em várias estações desta linha, incluindo a de Leça do Balio.[9]
Um diploma publicado pelo Ministério das Obras Públicas no Diário do Governo n.º 183, II Série, de 9 de Agosto de 1938, informou que já tinha sido recebido o auto de recepção definitiva da empreitada n.º 9 da Linha de Cintura do Porto, relativa à instalação da iluminação eléctrica em várias estações da linha, incluindo Leça do Balio, pela empresa José Maria dos Santos & Santos.[10]
Entrada ao serviço
O troço entre Contumil e Leixões foi aberto à exploração no dia 18 de Setembro de 1938.[1]
No XIII Concurso das Estações Floridas, organizado em 1954 pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses e pela Repartição de Turismo do Secretariado Nacional de Informação, a estação de Leça do Balio recebeu um diploma de menção honrosa especial.[11]
Século XXI
Todos os comboios de passageiros na Linha de Leixões foram suspensos pela operadora Comboios de Portugal no dia 1 de Fevereiro de 2011, devido à reduzida procura.[2]
↑«Parte Oficial»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1192). 16 de Agosto de 1937. p. 413-414. Consultado em 27 de Agosto de 2013
↑«Parte Oficial»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 50 (1216). 16 de Agosto de 1938. p. 391-393. Consultado em 20 de Fevereiro de 2018
↑«XIII Concurso das Estações Floridas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 2 de Janeiro de 2017
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. III. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN972-42-1225-4