A estação de Caminha vista da gare (2009) e do exterior (2015).
A estação ferroviária de Caminha é uma interface da Linha do Minho, que serve a localidade de Caminha, em Portugal. Foi inaugurada em 1 de Julho de 1878.[4]
Descrição
Localização e acessos
A estação situa-se na periferia da localidade de Caminha, junto à Avenida Saraiva de Carvalho.[5]
Infraestrutura
Esta estação tem uma situação ferroviária singular,[carece de fontes?] confinando, a sudoeste, com a boca do túnel homónimo (ao PK 104+400, a 176 m do ponto nominal da estação)[6] e, a nordeste, com a amarração da ponte ferroviária sobre o Rio Coura.[carece de fontes?] Apresenta duas vias de circulação, identificadas como I e II, com 200 e 244 m de extensão e acessíveis por plataformas com comprimentos de 136 e 200 m e alturas de 80 e 70 cm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como III, com comprimento de 85 m que não está eletrificada.[7] O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Monção).[8][9]
Ponte sobre o Rio Coura, representada nos azulejos da estação.
O edifício está decorado com vários painéis de azulejos, produzidos pela Fábrica Sant’Anna,[10] em Lisboa, na década de 1930. O conjunto dos azulejos totaliza cerca de 4200 unidades, 2600 divididos por vinte painéis figurativos (para além de 1600 do tipo padrão) da autoria do pintor Gilberto Renda (Seixas, 1884-1971), retratando costumes, paisagens, monumentos, atividades típicas da região.[11]
O lanço da Linha do Minho entre esta estação e Darque foi inaugurado em 1 de Julho de 1878,[13] enquanto que o lanço seguinte, até São Pedro da Torre, entrou ao serviço em 15 de Janeiro de 1879.[14]
Em Julho de 1902, a divisão do Minho e Douro dos Caminhos de Ferro do Estado lançou bilhetes a preços especiais até ao Porto, para uma exposição no Palácio de Cristal, tendo a estação de Caminha sido uma das contempladas por esta promoção.[15]
Em 11 de Maio de 1927, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses passou a explorar as antigas linhas do Estado, incluindo a do Minho.[16] Em 1939, a C.P. fez grandes obras de reparação no edifício para passageiros desta estação.[17]
Um despacho de 26 de Maio de 1951 da Direcção Geral de Caminhos de Ferro aprovou um projecto da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses para aditamento à tarifa especial 1-C, relativa ao transporte de bilhetes para destinos de praia ou termas, de forma a incluir esta estação.[18] No XI Concurso das Estações Floridas, organizado em 1952 pelo Secretariado Nacional de Informação e pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, a gare de Caminha foi premiada com uma menção honrosa especial, sendo o chefe de estação Albino Fernandes Madeira.[19][20] No XIII Concurso, em 1954, a estação recebeu uma menção honrosa extra-concurso e um prémio de persistência excepcional,[21] e no XVII Concurso, em 1959, alcançou o primeiro lugar.[22]
Em 2004, esta interface tinha a classificação E (Estação) da Rede Ferroviária Nacional.[23] Em 2010, possuía duas vias de circulação, ambas com 300 m de comprimento, e duas plataformas, uma com 135 m de extensão e 30 cm de altura, e a outra com 159 m de comprimento e 40 cm de altura[24] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[7]
Em 2013, o antigo comboio internacional entre o Porto e Vigo foi reestruturado, passando a denominar-se Celta e deixando de servir algumas estações, como a de Caminha.[25] Apesar disto, o comboio continuaria a parar nesta estação, mas apenas para fazer cruzamento com circulações do sentido oposto, não permitindo a entrada e saída de passageiros.[25]
Em 2021, após obras de reparação e eletrificação, começaram a circular neste troço (Viana-Valença) comboios elétricos.[26]
↑NONO, Carlos (1 de Julho de 1948). «Efemérides ferroviárias»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 60 (1453). p. 362-363. Consultado em 7 de Julho de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑NONO, Carlos (1 de Janeiro de 1949). «Efemérides ferroviárias»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 60 (1465). p. 25-26. Consultado em 7 de Julho de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Avisos de serviço»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (350). 16 de Julho de 1902. p. 220. Consultado em 14 de Julho de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Parte Oficial»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1522). 16 de Maio de 1951. p. 114. Consultado em 7 de Julho de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«XI Concurso das Estações Floridas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 66 (1570). 16 de Maio de 1953. p. 112. Consultado em 14 de Julho de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«XIII Concurso das Estações Floridas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 14 de Julho de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«XVII Concurso das Estações Floridas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 72 (1727). 1 de Dezembro de 1959. p. 462. Consultado em 6 de Dezembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Directório da Rede Ferroviária Portuguesa 2005». Rede Ferroviária Nacional. 13 de Outubro de 2004
↑«Directório da Rede 2011». Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 68
PEREIRA, Paulo (1995). História da Arte Portuguesa. Volume III. Barcelona: Círculo de Leitores. 695 páginas. ISBN972-42-1225-4
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X