A Estação Ferroviária de Vidago é uma interface ferroviária encerrada da Linha do Corgo, que servia a localidade e a estância termal de Vidago, no concelho de Chaves, em Portugal.
O primeiro caminho de ferro a ser planeado nesta região foi o prolongamento da Linha do Porto à Póvoa e Famalicão até Chaves, que porém não passava por Vidago, indo directamente na direcção de Chaves.[1]
Planeamento e inauguração
Em 1887, foi estudado o troço da Linha do Valle do Tamega entre Livração e Vidago, onde iria entroncar com a Linha de Regoa a Chaves, devendo ambas as linhas ser de via larga.[2] Com efeito, ficou estabelecido que a Linha deveria forçosamente passar por Vidago, devido à sua importante estância termal,[3] que criaria um elevado tráfego de passageiros e mercadorias.[1] Assim, quando a linha foi planeada, procurou-se um traçado de forma a melhor servir a estância, sem obras de grande vulto que pudessem prejudicar as nascentes de águas minerais.[1] Por outro lado, como se previa que esta estação seria o ponto de entroncamento da Linha do Corgo com a Linha do Tâmega, pelo que deveria ser construída num local com espaço para futuramente se fazer a ligação entre ambas as Linhas.[1]
Um diploma de 24 de Maio de 1902 autorizou o estado a adjudicar a construção do caminho de ferro da Régua até à fronteira; as bases da autorização determinaram que a terceira secção seria de Vila Pouca de Aguiar a Vidago, e a quarta secção desde aquela estação até Chaves.[4]
Em Outubro de 1905, já se estava a estudar a ligação entre Pedras Salgadas e Vidago.[5] Em 15 de Julho de 1907, entrou ao serviço o troço de Vila Real a Pedras Salgadas,[6] reduzindo desde logo o percurso por estrada até Vidago e Chaves.[7] Em Abril de 1908, o plano para o troço de Pedras Salgadas a Vidago já tinha sido enviado ao Conselho Superior de Obras Públicas.[8] Este troço foi inaugurado em 20 de Março de 1910, pela operadora Caminhos de Ferro do Estado, tendo o lanço seguinte, até Tâmega, entrado ao serviço em 20 de Junho de 1919.[6]
Década de 1910
Por volta de 1913, os Caminhos de Ferro do Estado, depois de várias reclamações, modificaram os horários do comboio Rápido de Medina, de forma a que na Régua desse ligação aos comboios para Pedras Salgadas e Vidago, medida que teve grande sucesso entre os utilizadores daquelas duas estâncias termais.[9]
Em 6 de Janeiro de 1919, chegou à Régua a coluna do major Alberto Margaride da Junta Militar do Norte, com o objectivo de conquistar Vila Real.[11] em 25 de Janeiro, os monárquicos causam vários distúrbios em Vila Real, tendo o inspector Francisco d'Almeira Guimarães dado ordem para que o material circulante fosse retirado para Vidago, para dificultar o avanço realista sobre Chaves.[11]
Em 1945, foi publicada a Lei n.º 2008, que determinou que todas as empresas ferroviárias em Portugal deviam ser fundidas numa só, tendo no ano seguinte sido assinada a escritura de transferência da concessão da Companhia Nacional para a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que começou a explorar as antigas linhas daquela empresa em 1947.[12]
↑«Linhas Transmontanas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (366). 16 de Março de 1903. p. 85. Consultado em 13 de Outubro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1903). «A linha da Régua a Chaves e à fronteira»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (365). p. 65-67. Consultado em 23 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Parte Official»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 15 (348). 16 de Junho de 1902. p. 181-182. Consultado em 9 de Janeiro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Linhas Portuguezas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 18 (427). 1 de Outubro de 1905. p. 298-299. Consultado em 23 de Março de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Há 50 anos»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1613). 1 de Março de 1955. p. 477. Consultado em 9 de Janeiro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Efemérides»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1229). 1 de Março de 1939. p. 158-159. Consultado em 19 de Setembro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑MAIO, José da Guerra (1 de Maio de 1951). «O «Porto-Medina»»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1521). p. 87-88. Consultado em 9 de Janeiro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 25 de Fevereiro de 2018
↑«O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 19 de Setembro de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 5 de Dezembro de 2020 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
AIRES, Joaquim Ribeiro (2010). Vila Real. Roteiros Republicanos. Matosinhos: Quidnovi, Edição e Conteúdos, S. A. 128 páginas. ISBN978-989-554-737-1
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)