Estação Ferroviária de Amoreiras-Odemira

Amoreiras-Odemira
Identificação: 77099 AOD (Amor-Odemira)[1]
Denominação: Estação Satélite de Amoreiras-Odemira
Administração: Infraestruturas de Portugal (sul)[2]
Classificação: ES (estação satélite)[1]
Tipologia: D [3]
Linha(s): Linha do Sul (PK 226+461)
Altitude: 160 m (a.n.m)
Coordenadas: 37°41′23.81″N × 8°24′51.78″W

(=+37.68995;−8.41438)

Mapa

(mais mapas: 37° 41′ 23,81″ N, 8° 24′ 51,78″ O; IGeoE)
Município: OdemiraOdemira
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
S.Cla.Sabóia
Faro
  IC   Funcheira
Lis-Oriente

Equipamentos: Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Telefones públicos
Inauguração: 3 de junho de 1888 (há 136 anos)
Website:
 Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Campolide/Amoreiras, Estação Ferroviária de Luzianes, Estação Ferroviária de São Martinho do Porto ou Apeadeiro de São Martinho do Campo.

A estação ferroviária de Amoreiras-Odemira, originalmente conhecida como de São Martinho das Amoreiras e depois apenas como de Amoreiras ou das Amoreiras, é uma interface da Linha do Sul, que serve nominalmente as localidades de São Martinho das Amoreiras e Odemira, no distrito de Beja, em Portugal.

Descrição

Localização e acessos

Esta interface situa-se na localidade ferroviária de Amoreiras-Gare, distando, para noroeste, cerca de cinco quilómetros da aldeia homónima[4] e sensivemente à mesma distância da sede da freguesia local e localidade nominal histórica — São Martinho das Amoreiras.[5] A localidade nominal secundária e sede do concelho, Odemira, situa-se para oés-sudoeste, distante quase trinta quilómetros.[6]

Infraestrutura

Esta interface apresenta duas vias de circulação, numeradas I e II, ambas com comprimento de 609 m e acessíveis por plataforma de 80 m de comprimento e 685 mm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como III, com comprimento de 237 m; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado sul da via (lado esquerdo do sentido ascendente, para Tunes).[7][8]

Serviços

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo intercidades com uma circulação diária em cada sentido entre Faro e Lisboa-Oriente.[9]

História

Mapa da rede ferroviária do Sul e Sueste em 1895, onde esta estação surge com o nome de São Martinho das Amoreiras.

O lanço entre Casével e Amoreiras entrou ao serviço em 3 de Junho de 1888, tendo esta estação sido o terminal provisório do Caminho de Ferro do Sul[10] até 1 de Julho de 1889, data em que abriu a secção seguinte, até Faro.[11] Originalmente denominava-se de Amoreiras, sendo o nome de Odemira atribuído à estação de Luzianes.[12][13]

Devido à presença do caminho de ferro, Luzianes-Gare e Amoreiras-Gare estiveram entre as povoações no concelho de Odemira que mais se desenvolveram em termos da instalação de moagens motorizadas, entre os finais do século XIX e a primeira metade do século XX.[14] Com efeito, de acordo com o Anuário Comercial de 1925, em Amoreiras-Gare situava-se uma destas unidades, conhecida como Empresa de Moagem do Verdelho.[15]

Devido à falta de estradas entre estas duas estações e a vila de Odemira, o caminho de ferro não pôde servir convenientemente este concelho, nos primeiros anos.[12] Em 1901, estava a ser estudada a Estrada Distrital n.º 190, de Castro Verde a Colos por Ourique, que passaria junto à estação de Amoreiras.[16] No entanto, em 1903 esta estação ainda não estava ligada à vila, por via rodoviária.[17] A estrada entre a estação e a localidade de São Martinho das Amoreiras foi construída na década de 1930,[18] tendo sido aprovada, em 1934, a execução de terraplanagens e da camada de fundação desta via.[19] Em 1939, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses fez obras de reparação no edifício da estação.[20]

Um diploma de 7 de Agosto de 1956 da Direcção Geral de Transportes Terrestres, publicado no Diário do Governo n.º 192, II Série, de 14 de Agosto, aprovou o projecto para a expansão e modificação da estação de Amoreiras, tendo neste sentido determinado a expropriação de seis parcelas de terreno, situadas entre os PKs 226+124,40 e 227+643,22.[21]

Em Janeiro de 2011, possuía duas vias de circulação, ambas com 611 m de comprimento, e contava com duas plataformas, tendo a primeira 65 a 30 cm de altura e 70 a 58 m de comprimento, e a segunda 65 cm de altura e 70 m de comprimento[22] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[2]

Em Julho de 2024, a autarquia de Odemira iniciou obras de reabilitação em quatro antigas casas de ferroviários em Amoreiras-Gare, na sequência de um acordo com a operadora Infraestruturas de Portugal, que passariam a ser utilizadas como habitações.[23]

Ver também

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b c Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  3. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  4. «Cálculo de distância pedonal (37,6899; −8,4148 → 37,6695; −8,3753)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 27 de junho de 2024 : 5290 m: desnível acumulado de +101−100 m
  5. «Cálculo de distância rodoviária (37,6899; −8,4148 → 37,6695; −8,3753)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 27 de junho de 2024 : 4477 m: desnível acumulado de +123−121 m
  6. «Cálculo de distância rodoviária (37,6899; −8,4148 → 37,6695; −8,3753)». OpenStreetMaps / GraphHopper. Consultado em 27 de junho de 2024 : 27 680 m: desnível acumulado de +356−500 m
  7. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  8. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  9. Horário Comboios AP e IC - Lisboa ⇄ Norte / Sul («Horário em vigor desde 10 dezembro 2023»).
  10. TORRES, Carlos Manitto (1 de Fevereiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1683). Lisboa. p. 76-78. Consultado em 5 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  11. «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). Lisboa. 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 5 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  12. a b QUARESMA, 2006:318
  13. G. Audigier: Guia Official dos Caminhos de Ferro de Portugal 168 (1913.10). Pessoa & C.ª / Typ. Horas Romanticas: Lisboa: p.98-99 (em vigor desde 5 de setembro de 1913)
  14. QUARESMA, 2009:71
  15. QUARESMA, 2009:75
  16. «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (36). Lisboa. 16 de Abril de 1903. p. 119-130. Consultado em 19 de Janeiro de 2012 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  17. SOUSA, José Fernando de (16 de Março de 1903). «A Viação ordinaria e as linhas do Estado» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (368). Lisboa. p. 81-82. Consultado em 17 de Agosto de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  18. «Publicações recebidas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1177). Lisboa. 1 de Janeiro de 1937. p. 21. Consultado em 23 de Agosto de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  19. «Junta Autónoma de Estradas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1112). Lisboa. 16 de Abril de 1934. p. 212-213. Consultado em 21 de Maio de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  20. «O que se fez em Caminhos de Ferro em 1938-39» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1266). Lisboa. 16 de Setembro de 1940. p. 639. Consultado em 8 de Dezembro de 2023 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  21. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1649). Lisboa. 1 de Setembro de 1956. p. 399. Consultado em 8 de Outubro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  22. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  23. «Odemira reabilita casas antigas de função da Comboios de Portugal». O Atual. 14 de Julho de 2024. Consultado em 15 de Julho de 2024 

Bibliografia

  • QUARESMA, António Martins (2009). Cerealicultura e Farinação no Concelho de Odemira: da Baixa Idade Média à época contemporânea. Odemira: Câmara Municipal de Odemira. 124 páginas. ISBN 978-989-8263-02-5 
  • QUARESMA, António Martins (2006). Odemira Histórica. Estudos e Documentos. Odemira: Câmara Municipal. 501 páginas. ISBN 972-98168-5-9 

Ligações externas

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