Esta interface tem acesso pelo Largo da Estação Ferroviária,[3][4] no limite nascente da malha urbana da localidade epónima, distante pouco mais de um quilómetro do respetivo centro (Palmeiras), via Avenida Jorge Vasconcelos Nunes (= EM543).[5] A central de camionagem local, de localização central, situa-se pois aproximadamente à mesma distância; em contraste existem dois locais de estacionamento público para apoio ao automóvel individual situados mais perto: junto ao tribunal e na própria estação.[6]
Infraestrutura
Vista das plataformas e vias, em 2016.
Esta interface apresenta três vias de circulação, identificadas como I, II, e III, tendo esta última um comprimento de 348 m e as restantes 715 m, e são todas as três acessíveis por plataforma de 210 m de comprimento e 85 cm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como IV, com 146 m de comprimento; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado direito do sentido ascendente, para Tunes).[7][8]
O local deste interface é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso, nomeadamente mudando aqui o regime de exploração entre tipo RCI (que se estende para sul até Ermidas-Sado) e tipo RCAP (que se estende para norte até à estação da Somincor).[2]
No terceiro quartel do século XIX, Sousa Brandão idealizou a construção de uma linha ao longo do vale do Rio Sado, que forneceria uma ligação mais rápida entre Lisboa e o Algarve do que o Caminho de Ferro do Sul, que dava a volta por Beja, e que estava nesse momento em construção.[10] Esta proposta só voltou a ser considerada nos finais do século, em 1898, quando se começou a estudar o plano da Rede Ferroviária ao Sul do Tejo, cuja comissão técnica sugeriu uma linha de Setúbal a Garvão, seguindo o vale do Sado.[10] A linha deveria passar por Grândola, uma vez que aquela vila era considerada como o pólo de uma rica e populosa região até ao litoral.[11] As representações regionais, consultadas durante a preparação do Plano da Rede, propuseram a construção de um ramal até Sines, que deveria sair de Grândola ou Apeadeiro de Alvalade.[10]
Assim, a linha de Setúbal a Garvão foi inserida no Plano da Rede, decretado em 27 de Novembro de 1902.[12] Também foi inserido o Ramal de Sines, embora sem um ponto inicial definido, que foi mais tarde estabelecido em Alvalade.[10]
A construção da Linha do Sado iniciou-se em 1907, mas sofreu vários atrasos, devido primeiro à instabilidade governamental, e depois por causa da Primeira Guerra Mundial.[10] Em 1 de Julho de 1916, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que estava para breve a construção do troço entre Grândola e Lousal.[13] No entanto, este troço foi aberto em duas partes, tendo a secção até Canal Caveira entrado ao serviço em 20 de Setembro dese ano, e até Grândola em 22 de Outubro.[14] O troço seguinte, até à estação provisória de Alcácer do Sal, abriu à exploração em 14 de Julho de 1918.[14]
Estação de Grândola à noite em, 2010.
Em 1934, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos aprovou a instalação de uma báscula de vinte toneladas na estação de Grândola.[15]
Em Janeiro de 2011, contava com três vias, que apresentavam 724 e 346 m de comprimento; todas as plataformas tinham 70 cm de altura e 210 m de comprimento[16] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[2]
↑SOUSA, José Fernando de (16 de Outubro de 1903). «A Linha do Sado»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (380). p. 345-346. Consultado em 15 de Janeiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑SOUSA, José Fernando de (16 de Outubro de 1903). «A Linha do Sado»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (380). p. 345-346. Consultado em 15 de Janeiro de 2012 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«Efemerides»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 51 (1231). 1 de Abril de 1939. p. 202-204. Consultado em 23 de Janeiro de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«Direcção-Geral dos Caminhos de Ferro»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1107). 1 de Fevereiro de 1934. p. 99. Consultado em 26 de Outubro de 2014 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85