Nota: Este artigo é sobre a estação na Linha do Sul. Se procura a estação na Linha do Douro, veja Estação Ferroviária de Ermida.
A estação ferroviária de Ermidas - Sado[1][2]:139 (nome também grafado como "Ermidas-Sado"[2]:111 e "Ermidas Sado"),[3][2]:139,214 igualmente conhecida apenas como de Ermidas[2]:74 e por vezes como de Ermidas do Sado,[2]:168 é uma gare da Linha do Sul, que funciona como ponto de entroncamento com a Linha de Sines e que serve a localidade de Ermidas-Sado, no concelho de Santiago do Cacém, em Portugal.
Descrição
Localização e acessos
Esta estação situa-se no centro da localidade epónima, com acesso pelo Largo da Estação.[3]
Infraestrutura
Esta interface apresenta duas vias de circulação, identificadas como I, II, III, e IV, com comprimentos entre 668 e 605 m; destas, duas (I e IV) são acessíveis por plataformas respetivamente com comprimentos de 140 e 210 m e alturas de 350 e 685 mm; existem ainda quatro via secundárias, identificadas como V, G1, R1, e R2, com comprimentos entre 110 e 295 m e que estão eletrificadas apenas parcialmente.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado poente da via (lado direito do sentido ascendente, para Tunes).[5][6]
Nesta estação a Linha de Sines entronca na Linha do Sul no lado direito do enfiamento descendente desta, bifurcando-se a via para sudoeste e possibilitando percusos diretos Sines-Setúbal e Tunes-Setúbal, enquanto que o percurso direto Sines-Tunes se efetua via a Concordância de Ermidas, topologicamente oposta a Ermidas-Sado. Fruto desse entroncamento, esta estação é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso:
Ermidas-Sado enquanto limiar de tipologia ferroviária:[2]
Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Ermidas-Sado, contratada à C.P., que assegura aqui a eletrificação de dois segmentos da rede, ambos limitados por uma zona neutra afeta à própria substação: um, para norte, estende-se pela Linha do Sul até à zona neutra da Grândola; o outro, para sul, inclui a totalidade da Concordância de Ermidas, o segmento contíguo da Linha do Sul até à zona neutra da Montenegro, e parte da Linha de Sines até ao respetivo PK 135+950, onde existe zona neutra também designada de Ermidas-Sado — para além da qual a eletrificação da via é feita pela substação de tração de Santiago do Cacém.[2]
Esta interface encontra-se no lanço da Linha do Sul entre Alvalade e Lousal, que abriu à exploração em 1 de Agosto de 1915, com o nome de Linha do Sado.[8] Por seu turno, a Linha de Sines começou a ser construída no dia 6 de Dezembro de 1919, quando se iniciaram as terraplanagens a partir de Ermidas,[9] tendo o primeiro tramo, até São Bartolomeu da Serra, sido aberto em 9 de Abril de 1927.[8] Ambos os lanços foram construídos pela operadora Caminhos de Ferro do Estado.[8]
Em 11 de Maio de 1927, os Caminhos de Ferro do Estado foram integrados na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[10] Em finais de 1933, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro autorizou a instalação de uma báscula de 40 t na estação de Ermidas.[11] Na reunião de Janeiro de 1934 daquele organismo, foi aprovada a construção de uma plataforma na gare de Ermidas.[12] A nova plataforma foi construída ainda naquele ano pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que também modificou as vias no interior da estação.[13] Em 1935, a companhia construiu um reservatório de betão e uma placa de inversão de máquinas, e ampliou o edifício da estação e a plataforma.[14] Estas obras de ampliação inseriram-se no âmbito de um programa da companhia para a requalificação das estações e apeadeiros do Sul e Sueste.[15]
Em 2 de Janeiro de 1990 foram encerrados os serviços de passageiros na Linha de Sines, no âmbito de um programa de reestruturação da empresa Caminhos de Ferro Portugueses.[16] Nesse ano foi aberto o concurso para o projecto SISSUL - Sistemas Integrados de Sinalização do Sul, que compreendia a instalação de sinalização electrónica em todas as estações e na plena via em vários lanços, incluindo de Ermidas-Sado até ao Poceirão, estando previsto em 1996 o seu prolongamento até à Funcheira.[17]
Em Janeiro de 2011, contava com quatro vias, uma com 679 m de comprimento e as restantes com 620 m; as duas plataformas tinham 40 e 70 cm de altura, e 139 e 208 m de comprimento[18] — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[2]
↑«Direcção Geral de Caminhos de Ferro»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1105). Lisboa. 1 de Janeiro de 1934. p. 29. Consultado em 27 de Março de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«Direcção-Geral dos Caminhos de Ferro»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1107). Lisboa. 1 de Fevereiro de 1934. p. 99. Consultado em 27 de Março de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«Os nossos Caminhos de Ferro em 1935»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1154). Lisboa. 16 de Janeiro de 1936. p. 52-55. Consultado em 27 de Fevereiro de 2017 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
↑«CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 6 de Abril de 2021 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
↑«Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
Bibliografia
MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN989-619-078-X !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
SILVA, Manuel João da (1992). Toponímia das Ruas de Santiago do Cacém. Breve História. Santiago do Cacém: Câmara Municipal. 207 páginas. ISBN972-95159-4-8
Leitura recomendada
GOMES, Paulo Alexandre P. N. (2000). Ermidas-Sado: história de uma povoação contemporânea: monografia sócio-histórica, 1915-1970. Ermidas-Sado: Junta de Freguesia de Ermidas-Sado. 242 páginas. ISBN972-95169-9-5