Os vencedores foram anunciados durante a cerimônia de premiação em 21 de março de 1999.[12]La vita è bella foi o segundo filme indicado simultaneamente a melhor filme estrangeiro e melhor filme no mesmo ano (o primeiro foi o argelino Z em 1970).[13] O vencedor da categoria melhor ator, Roberto Benigni, foi a segunda pessoa a dirigir ele mesmo em uma vitória de atuação. Laurence Olivier foi o primeiro a conquistar esse feito, na realização e performance de Hamlet (1948).[14] Benigni também se tornou a quarta pessoa a ser indicada nas categorias de direção, atuação e roteiro pela mesma obra,[15] além de ser o terceiro ator a vencer por um filme estrangeiro.[16] Dentre as performances femininas, Cate Blanchett e Judi Dench, indicadas a melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente, interpretaram a mesma personagem — Rainha Elizabeth —, em filmes distintos: Elizabeth e Shakespeare in Love, fato único da premiação.[17] A brasileira Fernanda Montenegro tornou-se a primeira atriz latino-americana a ser indicada na categoria de atuação.[11]
Com base no sucesso da cerimônia do ano anterior, que obteve recordes de audiência e vários prêmios Emmy, a AMPAS buscou modificar alguns pontos para elevar ainda mais o êxito conquistado. Em junho de 1998, o presidente da Academia, Robert Rehme, anunciou que a cerimônia seria realizada pela primeira vez em um domingo.[24] Em parceria com a rede American Broadcasting Company (ABC), esperava capitalizar os elevados índices de audiência desse dia da semana.[25] A Academia também afirmou que a mudança para o domingo aliviaria as preocupações das personalidades que compareciam à cerimônia com o engarrafamento, significativamente menor que nos finais de semana.[26]
No mês de janeiro, Gilbert Cates foi contratado como produtor da transmissão.[27] Imediatamente, ele selecionou a atriz Whoopi Goldberg para ser a anfitriã do Oscar 1999.[28] Cates explicou sua decisão de trazer Goldberg como apresentadora: "a audiência adora Whoopi e seu carinho, além do extraordinário talento, faz dela uma excelente anfitriã para o show".[29] Em uma declaração, Goldberg expressou que estava lisonjeada e entusiasmada por ser selecionada para comandar a transmissão: "estou emocionada por acompanhar o Oscar que celebra o novo milênio; quem imaginaria que eu estaria a frente da última cerimônia Oscar do século? É um grande feito".[29]
Inúmeras outras figuras do meio cinematográfico participaram da produção da edição e seus eventos relacionados. Bill Conti atuou como diretor musical da cerimônia.[30] Além de supervisionar as performances dos indicados à categoria de melhor canção original, a coreógrafa Debbie Allen produziu um número de dança com cinco bailarinos de diferentes países para apresentar os nomeados à categoria de melhor trilha sonora em filme de drama.[31] Pela primeira vez, a Academia produziu seu próprio pré-show, que tradicionalmente antecede a transmissão principal. Produzido por Dennis Doty, a celebração de meia hora foi apresentada pela atriz Geena Davis e pelo repórter da CNN, Jim Moret.[32] Semelhante à cobertura do tapete vermelho realizada pelo E! Entertainment Television, o pré-show apresentou entrevistas com indicados e outros convidados, recapitulações de nomeações e segmentos que destacam os preparativos para a cerimônia.[33]
Bilheteria dos filmes indicados
No dia do anúncio dos filmes indicados, em 9 de fevereiro de 1999, o valor bruto somado pelas cinco obras na categoria principal era de US$ 302 milhões, média de US$ 60.4 milhões por filme.[34]Saving Private Ryan assegurou a maior bilheteria entre os aparentes no Oscar 1999, totalizando US$ 194.2 milhões em recibos de mercado doméstico. Em seguida, aparecem Shakespeare in Love (US$36.5 milhões); The Thin Red Line (US$30.6 milhões); Elizabeth (US$21.5 milhões) e, finalmente, La vita è bella (US$18.4 milhões).[34]
O show recebeu críticas diversas de publicações da mídia. A colunista Lisa Schwarzbaum, da Entertainment Weekly, disse que "Whoopi brilhou ontem à noite, ela sabe disso — e, no entanto, grosseiramente, ela demonstrou seu poder de forma ultrajante".[36]Tom Shales, crítico do The Washington Post, lamentou que "a anfitriã passou muito tempo rindo das suas próprias piadas, muitas das quais eram bem ofensivas".[37] Ele também avaliou negativamente a apresentação de Goldberg na categoria de melhor figurino. John Hartl expôs em The Seattle Times que "a transmissão foi a mais longa do século, com tediosas quatro horas".[38]
Outros meios de comunicação receberam a transmissão de forma mais positiva. Robert Bianco, colunista de televisão da USA Today, elogiou a apresentação e o discurso de abertura da anfitriã: "comentários afiados, esclarece elementos conscientes da sociedade".[39]The Boston Globe publicou uma resenha de Matthew Gilbert: "foi um ano perfeito [...] ressaltou as intrigas de Hollywood". Joanne Ostrow, do The Denver Post, afirmou que "Whoopi estava definitivamente mais ligada que nas duas cerimônias anteriores que apresentou" e acrescentou que "o show foi excepcionalmente suave".[40]
Recepção e audiência
Em seu país de origem, a transmissão da ABC atraiu uma média de 45,51 milhões de telespectadores no decorrer do evento, queda de 18% em relação à audiência do Oscar 1998.[41][42] Estima-se que 78,1 milhões de pessoas assistiram parcial ou integralmente à cerimônia.[42] Pelo Nielsen Ratings, também obteve números inferiores à edição anterior, com 28,63% dos televisores sintonizados na rede, total de 47,79 pontos.[43] Além disso, numa restrição demográfica, apenas entre os espectadores de 18 a 49 anos, a edição contabilizou 37,31 pontos.[44]
Em julho de 1999, a apresentação do evento recebeu sete indicações ao Emmy Award, inclusive à categoria de melhor especial de variedades, música ou comédia.[45] Dois meses depois, na noite da premiação, conquistou duas dessas indicações: melhor direção de arte em programa de variedades ou música (para Roy Christopher e Stephen Olson) e melhor direção de iluminação em série, minissérie, telefilme ou especial (para Robert Dickinson, Robert T. Barnhart, Andy O'Reilly e Matt Ford).[46]
In Memoriam
O tributo anual In Memoriam foi apresentado pela atriz Annette Bening. Em homenagem aos artistas falecidos no ano anterior, a montagem exibida apresentou um trecho do tema principal do filme Ever After: A Cinderella Story, composta por George Fenton.[47]
↑«Oscar loves 'Shakespeare' Bard's film takes 7 Academy Awards; Benigni, Paltrow named best actors». San Antonio Express-News. 22 de março de 1999. p. 1DEm falta ou vazio |url= (ajuda)