A formação do distrito se deve especialmente à construção do Ramal Mairinque-Santos da Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurado em 1935. Havia três estações no distrito: a Rio de Campos, a Evangelista de Souza e a Engenheiro Marsilac. Esta última estação tinha o nome de Embura durante a sua construção, mas foi inaugurada em 1934 já com o nome de Engenheiro Marsilac, que viria a dar nome ao bairro do entorno e posteriormente ao próprio distrito, em homenagem a um dos engenheiros projetistas do ramal da ferrovia, José Alfredo de Marsillac.
Até o ano de 1935, a região pertencia ao município de Santo Amaro, que foi anexado a São Paulo. A parte mais ao sudeste do distrito, o bairro de Evangelista de Souza, marcado pela Serra do Mar, pela Ferrovia Mairinque-Santos e pelo Rio Capivari, pertenceu até 1944 ao Município de São Vicente, sendo então transferido para o distrito de Parelheiros, e passando a pertencer também à capital paulista.
Localizado próximo à serra do Mar, quase totalmente rural, tem a maior área territorial do Município de São Paulo, equivalente a toda sua área central. Possui também a densidade populacional mais baixa de todos os distritos, sendo boa parte coberto por reservas da Mata Atlântica, dentro da Área de Proteção Ambiental Municipal do Capivari-Monos.
A aproximadamente 7 km do centrinho do bairro, os moradores contam com uma cachoeira, onde é possível a prática de alguns esportes, como boia cross,stand up paddle, ducking e water ball. Ainda aos finais de semana, pode-se agendar um horário para descer de tirolesa[3].
De seus limites localizados ao sul, é possível ter uma visão do mar em alguns pontos.[4] Abriga uma minúscula área do município que fica ao nível do mar, localizada no pequeno vale do Rio Capivari,que é possível acessar por Itanhaém, e pelo bairro do Emburá, utilizando uma trilha proibida pela Funai e pelo Parque Estadual da Serra do Mar - Núcleo Curucutú.[5]
Clima
O clima de Marsilac é considerado subtropical úmido (Cfb de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger), com as quatro estações do ano relativamente definidas. A temperatura média anual é de 18 °C. O verão é morno, com precipitação, e o inverno é fresco, com pouca precipitação. Ao longo do ano, normalmente, a temperatura mínima nos meses mais frios é de 9 °C e a temperatura máxima nos meses mais quentes é de 27 °C e raramente são inferiores a 5 °C ou superiores a 30 °C.
Tal distrito é conhecido por ser um dos que registram as menores temperaturas mínimas e máximas da capital paulista.
Embora não ocorram todos os anos, temperaturas negativas ocorrem em Marsilac em alguns invernos. Na madrugada de 30 de julho de 2021, durante a passagem de uma intensa massa de ar polar, uma das estações meteorológicas do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE) aferiu impressionantes −2,9 °C no bairro Engenheiro Marsilac;[6] ao passo que registrou-se apenas 4,3 °C na Estação Meteorológica do INMET no Mirante de Santana,[7] que está próxima do centro da cidade.
Essa diferença de temperatura ocorre pois Marsilac está situada numa região extremamente vegetada, ao contrário dos distritos mais ao norte da capital.[8]
Evolução demográfica do distrito de Marsilac[10][11]
Turismo em Marsilac
Dentro da Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos de São Paulo, a cachoeira de Marsilac é formada pelo rio Capivari. A cachoeira é utilizada para fins de lazer por centenas de pessoas há mais de um século, isso segundo relatos de antigos moradores e trabalhadores da ferrovia Mairinque Santos, que corta o território, tendo sua inauguração no ano de 1938.
Devido ao fato de ter localização privilegiada, a poucos metros da estrada Capivari, a cachoeira recebia uma quantia enorme de visitação sem controle e organização, o que gerou uma série de impactos socioambientais negativos, como grande quantidade de lixo descartado, acidentes fatais e superlotação de vias de acesso.
Atualmente já conta com infraestrutura e serviços para atendimento aos visitantes, composta por estacionamento para até 50 veículos, vestiários, serviço mínimo de guarda-vidas e orientação ao público, além de atividades de ecoturismo como trilhas, rapel, tirolesa, boia cross e entre outras.
A área que compreende o distrito de Marsilac equivale a 1/8 de todo o território da capital de São Paulo, e abriga cerca de 10 mil moradores, porém, mesmo com isso, o distrito do extremo Sul de São Paulo não conta com serviços básicos como calçamento e hospital, assim também como esgoto e água tratada, ou seja, os habitantes de lá ainda ingerem água de poços artesianos e descartam seus esgotos em fossas, segundo dados registrados no final de 2016, e, fora isso, encontra-se a mais de 40 quilômetros de distância do Centro da cidade.
A não ser a área central do distrito, o resto todo é concebido como área rural e de resguardo ambiental. Os motivos aparentes para explicar tudo isso, é que existem regras para preservar o que é considerado como patrimônio da cidade, que acabam por impossibilitar que o distrito desenvolva-se e progrida até mesmo nos serviços básicos necessários à sobrevivência de qualquer ser humano. Até mesmo terrenos onde os moradores vivem não podem ser regularizados.[13]
↑«Censo 2022 | IBGE»(Em "Arquivos vetoriais (com atributos dos resultados de população e domicílios)", acesse "Malha de Distritos preliminares – por Unidade da Federação" (shp) e faça o download). IBGE. Consultado em 11 de novembro de 2024