Uma das hipóteses para a origem do nome do distrito reside no fato de, antigamente, ter funcionado, nas imediações, uma antiga chácara do Jockey Club de São Paulo. Pouco se sabe sobre a criação do distrito, mas moradores mais antigos especulam que o distrito de Campo Limpo originou-se da Fazenda Pombinhos, da família Reis Soares, em meados de 1937. Várias colônias de japoneses, italianos e portugueses se estabeleceram na região, devido ao preço baixo dos terrenos naquela época. Por volta de 1950, a paisagem do distrito era ainda de muitas fazendas, chácaras e olarias. Havia também três "secos e molhados", uma farmácia, uma barbearia, um grupo escolar de madeira e um mosteiro da Igreja Católica. As igrejas de São Judas Tadeu e São José Operário, constituídas nos anos 1960, são importante referência para a região. A energia elétrica chegou em 1958, a primeira linha de ônibus foi criada em 1963 e o calçamento das primeiras ruas iniciou em 1968.
Nos anos 1960/70, iniciou-se uma explosão populacional no distrito. Foi então que chegaram os novos moradores, em sua maioria de origem pobre e migrante, principalmente do interior de São Paulo e dos estados das Regiões Nordeste e Sul do Brasil, se estabelecendo na região a partir das décadas de 1960 e 1970.
A região também contou com uma importantes indústrias, como a indústria química chamada Poliquima, instalada na principal via da região, a Estrada do Campo Limpo. No final dos anos 1980, a holandesa Akzo Nobel, então naquela época simplesmente Akzo, adquiriu a Poliquima, mudando assim o nome. No final dos anos 1990, a Akzo deixa o Campo Limpo e muda-se para o interior paulista. Até hoje, o terreno permanece por lá sem ocupação alguma, um enorme espaço na mais importante via da região. Também na Estrada do Campo Limpo tivemos a indústria metalúrgica Metafil, que funcionou até o final da década de 1990 e, hoje, em seu lugar, temos a Universidade Anhanguera (antiga Uniban). Outra grande indústria do distrito que também era sediada na Estrada do Campo Limpo foi a multinacional de aparelhos eletrônicos Sharp, que operou até o final da década de 1990.
O crescimento da região, assim como em outras áreas periféricas da cidade, ocorreu de maneira mais intensa entre as décadas de 1970 e 1980, sem planejamento necessário pelos órgãos públicos.
A partir da década de 1990, o distrito sofreu um grande crescimento imobiliário com o lançamento de empreendimentos residenciais para a classe média. O distrito, por ser vizinho de outros grandes centros comerciais e de escritórios em crescimento acelerado, como o Centro Empresarial São Paulo, a Marginal Pinheiros e a região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, além de também ser vizinho de bairros considerados nobres, como a Vila Andrade e Morumbi, começou a atrair novos moradores com perfil diferente daquele dos moradores que vieram na primeira fase de ocupação na década de 1960. Muitos destes novos moradores têm nível superior e/ou são profissionais liberais e paulistanos de outros distritos em busca de preços de imóveis mais baratos e próximos das novas áreas de trabalho.
A partir de 2001, o Campo Limpo iniciou uma modesta ação de crescimento em construções e instalações comerciais e educacionais. Recentemente, o distrito recebeu duas universidades particulares: Universidade Anhanguera (antiga Uniban), e em 2006 a Faculdade Horizontes, no Campus do Colégio Concórdia. Além de supermercados, hipermercados e o recém-inaugurado Shopping Campo Limpo, localizado no distrito vizinho de Capão Redondo. Nesse último, estão presentes as cinco únicas salas de cinema da região e a recém-inaugurada agência do Banco do Brasil.
O distrito do Campo Limpo, hoje, tem a estrutura mais completa da região, contando com Shopping Campo Limpo, Sesc Campo Limpo, Hospital Campo Limpo, estação de Metro Campo Limpo, CEU Campo Limpo, Ampla opção de escolas, Universidade Anhanguera e faculdade Horizontes, Terminal Campo Limpo, comércio completo com diversas lojas de rua como Casas Bahia, Ponto Frio, Pernambucanas, O Boticário, Mc Donald's, Habib's, Ragazzo, Subway entre outras.
O distrito está numa localização próxima de várias vias importantes da cidade, como por exemplo a Marginal Pinheiros, Rodovia Regis Bitencourt, Rodoanel, Av. Francisco Morato, Estrada de Itapecirica, Av. Morumbi e Av. Giovanni Gronchi.
Demografia
Evolução demográfica do distrito do Campo Limpo[1][2]
Características gerais
O Campo Limpo faz divisa com os distritos de Vila Sônia, Vila Andrade, Jardim São Luís, Capão Redondo e com o município de Taboão da Serra através do Córrego Pirajuçara. O distrito está localizado a cerca de 16 quilômetros do Marco Zero da cidade de São Paulo, na Zona Sudoeste.
De acordo com dados do censo demográfico de 2022 a população do Campo Limpo é de 236.162 habitantes e a densidade demográfica é de 18.743 habitantes por quilômetro quadrado.[3][4]
Contrastes sociais
O distrito é conhecido pela presença de uma grande divisão social, com pessoas de baixa renda vivendo em favelas, residências de baixo padrão e conjuntos habitacionais populares, ao lado de condomínios horizontais e verticais de classe média e média alta.
Além disso, o distrito possui grandes áreas de comércio popular e uma atividade industrial em processo de declínio, com alguns galpões e fábricas ainda em atividade.
Nos municípios de Embu das Artes e Taboão da Serra, a inauguração do trecho oeste do Rodoanel, em 2002, beneficiou o trânsito nas principais vias de tráfego na região do Campo Limpo, eliminando consideravelmente o fluxo de caminhões nessa área.
A então prefeita Marta Suplicy, entre 2003 e 2004, fez o corredor na região da Avenida Francisco Morato e remodelou corredores e faixas exclusivas para ônibus realizados nas gestões de seus antecessores, Paulo Maluf e Celso Pitta, priorizando o transporte coletivo na região dos distritos de Campo Limpo e Capão Redondo. Em 2009, a prefeitura inaugurou o Terminal Campo Limpo, que conta com diversas linhas de ônibus que levam os moradores para várias regiões da cidade.
A Prefeitura também implantou outras melhorias, como os Centros Educacionais Unificados, conhecidos como CEUs, que contam com biblioteca, piscinas, escolas e atividades educativas e culturais para toda a comunidade, e o SESC Campo Limpo, que conta com diversas atividades esportivas e culturais.
Espera-se ainda a reposição de duas importante linhas da região. Uma, que ligava o distrito até a Barra Funda, fora desativada anos antes, deixando o distrito isento de uma importante ligação com o Terminal Rodoviário da Barra Funda e outras linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Além dessa, também foram desativadas três linhas que davam acesso à Estação da Luz, gerando um grande protesto por parte da população. Em resposta, a São Paulo Transporte inaugurou uma nova linha para o distrito, porém esta funcionando no horário da manhã (das 04:00 às 8:00).
Polêmica
A construção do terminal gerou uma grande polêmica na região, pois populares reclamaram que as viagens ficaram mais longas e com tempo de espera maior.[6] A proposta do terminal é facilitar o acesso às diversas linhas da região, que já sofre bastante com a falta de transporte público de qualidade.
As reclamações mais frequentes são relativas à extinção das linhas que faziam a interligação direta entre os bairros e o centro. Historicamente, a população contava com linhas de ônibus que operavam há décadas e, com o seu fim, houve muita resistência às mudanças. Além disso, o Terminal Campo Limpo se tornou um ponto de passagem obrigatória, sem opções de linhas diretas para os bairros do Butantã e Pinheiros.
Por outro lado, a SPTrans e a Prefeitura de São Paulo se defendem justificando a racionalização das linhas em direção ao centro e ao metrô, permitindo uma maior fluxo de veículos, menor espera nos pontos e menos congestionamentos nos corredores de ônibus da região oeste.
Problemas e dificuldades
Apesar dos investimentos em piscinões e canalização de córregos, a região ainda sofre em alguns pontos isolados com as enchentes e alagamentos no Córrego Pirajuçara, principalmente em casos de chuva muito forte. As chuvas muito fortes, particularmente no verão, também provocam o deslizamento de terra em áreas onde famílias vivem precariamente, quase sempre áreas invadidas e de risco já conhecido.
Apesar da construção de Centros Educacionais Unificados (CEU), faltam mais opções de lazer e cultura para a população da área.
Em 1989, o Papa João Paulo II escolheu o distrito para sediar uma das novas dioceses desmembradas da Arquidiocese de São Paulo. Assim, Campo Limpo, como diocese, abrange toda a região do Capão Redondo, Jardim São Luís, Butantã, Morumbi, e municípios como Taboão da Serra, Itapecerica da Serra, São Lourenço da Serra, Embu das Artes, Embu-Guaçu e Juquitiba. Em 1997, foi consagrada a Catedral Diocesana de Campo Limpo, dedicada à Sagrada Família.