Devido ao seu valor geológico, a riqueza de sua fauna e flora, parte do trecho paulista da serra do Mar foi tombado pelo Condephaat e incluído no Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo em 6 de junho de 1985.[4]
A Serra do Mar é uma imponente feição geomorfológica resultante de uma escarpa de falha com mais de 1.000 km de extensão, variando entre 5 a 10 km de largura, e apresentando um desnível médio de aproximadamente 1.000 metros. O ponto culminante dessa formação é o Pico Maior de Friburgo com uma altitude de 2.366 metros e localizado no Parque Estadual dos Três Picos, no Rio de Janeiro.[1] Esta cadeia montanhosa funciona como um divisor natural, separando o planalto brasileiro da estreita faixa litorânea que se estende desde o Espírito Santo até Santa Catarina.[6][7]
A origem geológica da Serra do Mar está intimamente ligada ao processo de separação continental entre a América do Sul e a África, que teve início há cerca de 150 milhões de anos com a formação do Oceano Atlântico. Durante esse processo de afastamento dos continentes, ocorreu um expressivo soerguimento ao longo da borda leste do continente sul-americano, especialmente na região sudeste do Brasil. Esse levantamento tectônico provocou uma série de falhamentos que resultaram na elevação e rebaixamento de grandes blocos geológicos. A Serra do Mar é fruto de uma dessas áreas elevadas, formada pela elevação do bloco ocidental e o consequente rebaixamento do bloco oriental, associado à Falha de Santos.[6][7]
Esse processo tectônico, ocorrido há aproximadamente 65 milhões de anos, deslocou a escarpa de falha da Serra do Mar para uma posição muito mais a leste do que a linha de costa que conhecemos hoje. Desde então, as escarpas foram intensamente modeladas pela erosão, que progressivamente as recuou até sua localização atual. O material erodido dessa região foi transportado e depositado nas áreas oceânicas adjacentes, formando as bacias marginais, como as bacias de Campos e Santos. Essas áreas sedimentares são hoje conhecidas como as principais fontes de extração de petróleo no Brasil.[6][7]
As bacias sedimentares da margem continental brasileira desempenham um papel crucial na produção de petróleo nacional. Elas se desenvolveram como consequência direta do processo de separação continental entre a América do Sul e a África. O soerguimento que deu origem à Serra do Mar também foi responsável por intensificar a taxa de erosão nas regiões costeiras, contribuindo para o acúmulo significativo de sedimentos nessas bacias. Esse depósito de sedimentos ao longo dos últimos 80 milhões de anos, durante o qual estima-se que cerca de três quilômetros de rochas tenham sido erodidas da borda do continente, possibilitou a formação dos principais reservatórios de petróleo que são explorados atualmente.[6][7]
O último segmento de montanhas da serra do Mar, no estado do Rio de Janeiro, recebe o nome local de Serra dos Órgãos, e possui os mais altos picos de toda a serra do Mar, como a Pedra do Sino de Teresópolis (2 255 metros), o pico da Caledônia (2 257 metros) em Nova Friburgo, e outros picos maiores localizados no parque estadual dos três picos, onde se encontram: os três picos (uma formação rochosa de granito e gnaisse com mais de 2 300 metros de altitude (Pico Maior de Friburgo: 2 366 metros [8] - ponto culminante da serra do Mar no Brasil) que possui três picos (ou "três agulhas") na parte superior desta rocha. Na serra do Mar encontram-se as maiores altitudes do Paraná, destacando-se os seguintes picos: Paraná (1 877,392 metros[9]), Caratuva (1 856 metros), Siririca (1 740 metros) e Marumbi (1 551 metros).[10]
O Parque Estadual Serra do Mar tem cerca de 332.000 hectares, vai da divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro até Itariri, no sul do estado paulista, cobrindo toda a região serrana e arredores da Serra do Mar dentro do estado, contendo a maior área contínua de Mata Atlântica preservada do Brasil. Porém grande parte da sua vegetação é de mata secundária e sem fauna de grande porte devido a caça intensa e corte de palmito,e é encontrada muita cana-de-açúcar no local.[11]
O objetivo principal de sua criação é a proteção da Serra do Mar nesse território, coberto por um extenso maciço de Mata Atlântica, sendo uma das áreas mais preservadas do estado e da região Centro-Sul brasileira, responsável pela grande diversidade de espécies vegetais e animais ali encontrados, notadamente as que são peculiares somente a essa região e aquelas ameaçadas de extinção.
Encontra-se inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA, cuja área foi reconhecida pela UNESCO, tratando-se da primeira unidade da Rede Mundial de Reservas da Biosfera declarada no Brasil, e uma das maiores Reserva da Biosfera em área florestada do planeta, tendo como objetivo principal de contribuir de forma eficaz para o estabelecimento de uma relação harmônica entre as sociedades humanas e o ambiente na área da Mata Atlântica.
Normalmente de maio a setembro é aberta a temporada de montanhismo, com aventureiros de toda parte buscando o contato direto com a natureza. O principal roteiro é a Travessia Petrópolis-Teresópolis, que exige três dias e é considerada a caminhada mais bonita do Brasil. O nome do parque deriva da semelhança dos picos da serra com os tubos de órgãos de igreja, derivando daí o nome Serra dos Órgãos.
Criado em 6 de julho de 2009, por meio do Decreto Municipal nº 3.693,[24] está situado na região noroeste de Teresópolis. Seu território abrange dois distritos: Teresópolis e Vale do Paquequer, possuindo dois núcleos: Santa Rita (sede principal, localizado no bairro Santa Rita) e Pedra da Tartaruga (localizado no bairro Granja Florestal).[25] Entre as atividades que podem ser realizadas no parque estão caminhada, escalada, rapel, acampamento, lazer ao ar livre e observação de aves.[26]
O Conjunto Marumbi ou Serra Marumbi é uma cadeia de montanhas de difícil acesso no estado do Paraná, no Brasil. O nome do seu cume mais alto (Olimpo) recebeu o nome da primeira pessoa conhecida que o atingiu, Joaquim Olimpio Carmeliano de Miranda. É formado pelas montanhas: Olimpo (1 539 metros), Boa Vista (1 491 metros); Gigante (1 487 metros); Ponta do Tigre (1 400 metros); Esfinge (1 378 metros); Torre dos Sinos (1 280 metros); Abrolhos (1 200 metros); Facãozinho (1 100 metros) e pelo Morro Rochedinho (625 metros). A maioria destes picos é separada por diques de diabásio com orientação azimutal. É o caso da separação entre a Torre dos Sinos e o Abrolhos, chamada Desfiladeiro da Catedral, e entre a Ponta do Tigre e a Esfinge, chamada Desfiladeiro das Lágrimas.
Com aspectos significativos da floresta Atlântica Brasileira, o Olimpo foi considerado por muito tempo o ponto culminante do estado do Paraná, e conquistado pela primeira vez em 1879 por Joaquim Olímpio de Miranda. A beleza natural do local faz, do Marumbi, um dos principais atrativos turísticos do Paraná, e também estimula a prática de esportes de aventura como o montanhismo técnico e caminhadas.
A Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima é uma Área de Proteção Ambiental nas encostas da Serra do Mar no município de Nova Friburgo, com 35.037 hectares do ecossistema de Mata Atlântica. Criada pelo Decreto Estadual nº 29.213, de 14 de setembro de 2001.[29] Corresponde ao local da nascente dos rios Macaé e São João. É notada pela grande diversidade de orquídeas e bromélias, algumas da quais são endêmicas na região, provavelmente devido à grande diversidade de microambientes específicos.[30]
↑Secretaria do Estado da Cultura do Estado de São Paulo. «Serra do Mar e de Paranapiacaba». Consultado em 22 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 4 de julho de 2013