Ao mesmo tempo que fazia carreira como atriz, Maria Barroso prosseguiu os estudos na Faculdade de Letras, onde viria a completar uma licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1951. Foi na Faculdade que conheceu Mário Soares, com o qual viria a casar a 22 de fevereiro de 1949, por procuração (mas com registo na 3.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa). Soares estava então preso por motivos políticos. Com Mário Soares Maria de Jesus Barroso teve dois filhos, João, que seguiu a carreira política; e Isabel, psicóloga e professora do Colégio Moderno, onde sucedeu a sua mãe como diretora.
Depois de ser impedida de trabalhar no teatro, Maria Barroso seria também proibida pelo governo de ser professora. Candidata ao estágio para o ingresso na docência, não foi admitida na escola pública, optando então por realizar o estágio no Colégio Moderno, dirigido pelo seu sogro, João Soares. Ao fim do período de dois anos, porém, ser-lhe-ia rejeitada pelo Ministério da Educação Nacional, a licença para o exercício da docência no ensino particular. Acaba por assumir a gerência do colégio familiar e só depois do 25 de abril de 1974 assumiria, legalmente, a função de diretora do Colégio Moderno.[4]
Em 1968 Maria Barroso acompanha o marido quando este está deportado em São Tomé onde é de novo impedida dar aulas, também a nível particular. Depois, já na década de 1970, quando o governo de Marcello Caetano permite a Soares o exílio em Paris, Maria Barroso volta a Portugal, continuando a assegurar a gestão do colégio familiar.[2]
Em 1969 Maria Barroso foi candidata a deputada pela CEUD, liderada por Mário Soares, e onde se inseriam também católicos e monárquicos envolvidos na oposição democrática ao regime. Em 1973 participou no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, sendo a única mulher a intervir na sessão de abertura.
Mário Soares e Maria Barroso no funeral do Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, em 1989
Em 1986Mário Soares é eleito Presidente da República e Maria Barroso assume o papel de primeira-dama de Portugal(1986–1996). Nessa qualidade a sua intervenção dirigiu-se à defesa do sentido da família e no combate à exclusão social e a todas as formas de violência, participando em diversas iniciativas quer em Portugal quer noutros países de língua oficial portuguesa. Em 1990 criou o movimento Emergência Moçambique, outorgando, no ano seguinte, a escritura da Associação para o Estudo e Prevenção da Violência. Em 1995 presidiu à abertura do ciclo de realizações do Ano Internacional de Luta contra o racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a exclusão social.[8]
Maria Barroso faleceu aos 90 anos de idade, no dia 7 de julho de 2015, às 5h20m, no Hospital da Cruz Vermelha, freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa, onde estava internada, em estado grave, desde 25 de junho de 2015, devido a uma queda que a deixou em estado de coma irreversível. Foi-lhe diagnosticado um derrame intracraniano e entrou em coma no mesmo dia.[13] O funeral realizou-se dia 8 na Igreja dos Santos Reis Magos, no Campo Grande. Foi sepultada no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, em jazigo de família.
Maria Barroso abraçou a fé católica e era politicamente republicana.[14] Foi também a única mulher presente na reunião de fundação do Partido Socialista em Bad Münstereifel, na Alemanha, em abril de 1973.[15]
Prémio “Impegno Per La Pace” da Associação Insieme per la Pace – Roma
Prémio “Beca” do Colégio Mayor Zurbaran – Madrid
Medalha de Ouro de Serviços Distintos da Liga dos Bombeiros Portugueses
Medalha da Solidariedade da CNAF
Medalha da Cruz Vermelha de Mérito
Medalha de Prata do Prémio Alcuin
Medalha de Ouro da FERLAP
Medalha de Ouro da Cidade de Ovar
Medalha de Ouro da Cidade de Olhão
Medalha de Ouro da Cidade de Faro
Personalidade do Ano 1998 na área da solidariedade pela Revista Gente e Viagem
Algarvia do ano de 1997 pela Associação de Imprensa Regionalista Algarvia
Mulher mais Elegante do Ano de 1998 – Revista VIP
Colar da Academia Internacional da Cultura Portuguesa
Prémio uma das Dez Mulheres do Ano 1999 – Brasil
Prémio D. Antónia Ferreira (2000)
Prémio Prestige
Troféu “Manus Cais”
Prémio “Vida Solidária” – Radio Central FM de Leiria
Prémio Femina de Honra 2011
Prémio Ângelo d’Almeida Rodrigues atribuído pela Ordem dos Advogados em 2016, pela denúncia da violação dos direitos humanos[18]
Em 2017 foi criado o Prémio Maria Barroso – Jornalismo ao Serviço da Paz e Desenvolvimento.[19]
O Município de Lagoa instituiu o Prémio Maria Barroso que pretende distinguir os contributos relevantes de mulheres e de homens para a construção e valorização da igualdade, género e cidadania no mundo contemporâneo e em particular no sul de Portugal.[20]
Presidente do Movimento Special Olympics em Portugal
Presidente do Movimento Very Special Arts em Portugal
Fundadora e Presidente do Conselho de Solidariedade Social da Fundação para o Estudo e Prevenção e Tratamento da Toxicodependência
Presidente de Honra da UNICEF em Portugal
Presidente da Comissão Nacional do Instituto de Emergência Infantil
Fundadora e Presidente da Assembleia Geral da Associação para o Estudo e Prevenção da Violência - APEV
Membro Eleito do Conselho de Opinião da RTP
Membro do Comité de Honra do Fundo Especial para a Saúde em África da Organização Mundial de Saúde
Membro da Comissão de Honra da AMI - Assistência Médica Internacional
Presidente de Honra da AIEPS - Associação de Informação, Educação e Promoção da Saúde
Membro da Fundação Idálio de Oliveira
Membro Fundador da “Association pour la Convention Thèatrale Européene - França
Presidente de Honra da Orquestra da Nova Filarmónica Portuguesa
Presidente da Comissão de Honra da Orquestra Filarmónica de Lisboa e Academia Nacional Superior de Orquestra
Sócia Fundadora da Associação de Miastenia Gravis e Doenças Neuro-Musculares
Membro do Conselho Directivo do Banyan Fund
Patrona do Projecto Masungulo - projecto cultural e de apoio humanitário aos refugiados de Moçambique e criado pelo Padre Jean-Pierre Le Scour (terminou)
Membro do Júri do Prémio Alcuin da EPA (European Parents Association)
Presidente de Honra da Associação para a Prevenção de Acidentes com Crianças
Professora Honorária do 38.º Curso de Altos Estudos Internacionais - Madrid (Sociedade de Estudos Internacionales - Madrid - Espanha)
Presidente de Honra da Revista Cais (dos sem abrigo)
Fundadora da Associação Regresso das Caravelas
Presidente do Conselho Administrativo do Instituto Rodrigues Lapa
Membro do Conselho Consultivo da Universidade Católica Portuguesa
Fundadora e Presidente da Fundação PRO DIGNITATE - Fundação para os Direitos Humanos e Contra a Violência
Membro do Board of Directors do “Angola Education Assistance Fund”
Membro do Special Olympics-Europa Eurasia Board
Presidente da Comissão de Honra da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores
Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa até Julho 2003
Membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa
Presidente da Fundação Aristides de Sousa Mendes
Membro da Fundação D. Ximenes Belo
Membro da Fundação Portuguesa de Cardiologia
Sócia Benemérita da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide
Júri do Prémio DuPont
Integra a Delegação Portuguesa da Organização Internacional de Bioética
Membro do Conselho de Curadores da Global Ethics Forum
↑DIAS, Patrícia Costa (2011). A Vida com um Sorriso - Histórias, experiências, gargalhadas, reflexões de Isabel Wolmar. Lisboa: Ésquilo. p. 60. ISBN978-989-8092-97-7. OCLC758100535|acessodata= requer |url= (ajuda)