Natural da extinta freguesia lisboeta de São Lourenço, posteriormente anexa à de São Cristóvão e São Lourenço, era filha de João Baptista Moreira Freire Correia Manuel Torres de Aboim (1822-1890) e de Josefina Arcângela Pereira de Castro Teles de Eça Monteiro e Cunha, sendo a mais nova dos seis filhos do casal.[2] Era irmã de Francisco Moreira Freire Correia Manoel Torres de Aboim, 1.º Visconde de Idanha, e sobrinha pelo lado paterno de José Maria Correia Freire Manoel de Aboim, 1.º Visconde de Vila Boim. A família de fortes convicções monárquicas residia no Palácio Aboim, localizado na zona do Martim Moniz, em Lisboa.
Descendente de famílias de tradição aristocrática, teve uma formação católica e monárquica adequadas.
Durante o período de crise política da Primeira República Portuguesa e após o homícídio de Sidónio Pais, apesar das convicções monárquicas do casal, João do Canto e Castro, então Secretário de Estado da Marinha, aceitou o cargo da Presidência da República em 1918 e Mariana do Canto e Castro tornou-se inerentemente Primeira-dama de Portugal.[4] Durante esse período a família Canto e Castro viveu o afastamento de muitos familiares e amigos, adeptos da causa monárquica. Mariana permaneceu quase sempre em sua casa, longe da vida política ou pública, somente mudando-se para o Palácio da Cidadela de Cascais, de Maio a Setembro de 1919, devido ao estado de saúde do marido, que sofria de angina de peito, condição que anos antes o fez pedir a exonoração dos cargos de governador de Lourenço Marques, em Moçambique, e de Moçâmedes, em Angola.[5]
Durante os últimos anos de vida do seu marido, o casal viveu de forma isolada, uma vez que aqueles que lhes eram outrara próximos nunca perdoaram João de Canto e Castro pelo facto de ele ter reprimido as várias intentonas monárquicas durante o seu mandato presidencial.[6]
Após a morte do marido em 14 de Março de 1934, Mariana de Canto e Castro permaneceu longe da vida pública, até falecer aos 79 anos de hemorragia cerebral, em casa, no Largo de Andaluz, número 16, segundo andar, da freguesia de Camões (atual freguesia Coração de Jesus), em Lisboa. Repousa, junto do marido, no jazigo da família do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
↑Esteves, João; Castro, Zília Osório de (2013). Feminae, Dicionário Contemporâneo. Lisboa: Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género. ISBN978-972-597-372-1