Titular Macedo Soares Nenhum
Eleito Ademar de Barros PSP
As eleições estaduais em São Paulo em 1947 ocorreram em 19 de janeiro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Em São Paulo foram eleitos o governador Ademar de Barros (a escolha do vice-governador Novelli Júnior aconteceu mais tarde), os senadores Euclides Vieira e Roberto Simonsen, além de cinco deputados federais e setenta e cinco deputados estaduais.[1][2][nota 1][nota 2][nota 3][nota 4]
Nascido em Piracicaba e formado em Medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1923, Ademar de Barros trabalhava na Fundação Osvaldo Cruz e retornou a São Paulo para alistar-se na luta em prol da Revolução Constitucionalista de 1932 recebendo a patente de capitão, mas com a derrota do movimento teve que exilar-se na Argentina e no Paraguai. De volta ao Brasil foi eleito deputado estadual em 1934 até que o Estado Novo extinguiu-lhe o mandato. Apesar de ser um opositor do presidente Getúlio Vargas, foi nomeado por este para o cargo de interventor federal em São Paulo, o qual assumiu em 27 de abril de 1938 e nele permaneceu três anos.[3] Cioso de que nenhum dos três grandes partidos lhe concederia a legenda para concorrer ao Palácio dos Campos Elíseos, Ademar de Barros fundou sua própria agremiação e por ela foi eleito.[nota 5]
O vice-governador Novelli Júnior foi eleito em 9 de novembro de 1947. Médico natural de Itu e formado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, esteve na oposição ao Governo Vargas e após residir no Rio de Janeiro voltou a São Paulo elegendo-se deputado federal pelo PSD em 1945[4] e por um breve período foi Secretário de Educação do governo Ademar de Barros até que meses mais tarde renunciou ao mandato parlamentar após ser eleito vice-governador. Nesse mesmo dia houve eleições municipais e nelas o governador Ademar de Barros viu o seu partido obter aproximadamente um terço das prefeituras.
Foram apurados 1.116.883 votos nominais (97,38%), 18.578 votos em branco (1,62%) e 11.516 votos nulos (1,00%) totalizando 1.146.977 eleitores.[1]
A eleição de dois senadores atendia a uma circunstância política onde Euclides Vieira herdou a cadeira aberta com a renúncia de Getúlio Vargas em 1945, ano em que o mesmo conquistou simultaneamente nove mandatos parlamentares, preferindo representar os gaúchos no Senado Federal. Nascido em Itapira, formou-se engenheiro civil e também em arquitetura pela Universidade de São Paulo. Após trabalhar na Estrada de Ferro Sorocabana onde ocupou inclusive uma chefia de divisão, elegeu-se vereador em Campinas em 1936 e mesmo com o advento do Estado Novo permaneceu na vida pública ao ocupar a prefeitura da cidade no curso da interventoria de Ademar de Barros voltando à prefeitura campineira em 1945 e elegeu-se senador via PSP em 1947.[5][6]
Também engenheiro civil formado na Universidade de São Paulo, o empresário Roberto Simonsen nasceu em Santos numa família de ascendência britânica.[7] Funcionário da Southern Brazil Railway antes de assumir a diretoria-geral da prefeitura santista, firmou-se como líder empresarial a partir da fundação do Centro dos Construtores e Industriais de Santos, o qual foi o primeiro presidente.[8] Também presidiu o Sindicato Nacional dos Combustíveis Líquidos em 1925 e a seguir atuou nas áreas de cerâmica, borracha e artefatos de cobre. Prestou apoio logístico à Revolução Constitucionalista de 1932 e elegeu-se deputado federal em 1933 e 1935. Assumiu a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo no ano de instalação do Estado Novo, tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras e elegeu-se senador em 1947 pelo PSD, falecendo no ano seguinte em pleno curso do mandato.[7][9][10][nota 6]
Foram apurados 1.930.382 votos nominais, embora não existam informações disponíveis sobre os votos em branco e votos nulos.[1]
Foram apurados 1.829.417 votos nominais.[1]
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[12][13]
Representação eleita PSP: 3 PTB: 1 PSD: 1
Representação eleita
Estavam em jogo 75 vagas da Assembleia Legislativa de São Paulo.[1]
Representação eleita PSD: 26 PTB: 14 PCB: 9 PSP: 9 UDN: 9 PR: 3 PDC: 2 PRP: 1
Numa eleição realizada em 9 de novembro, houve 1.132.021 votos nominais (95,05%), 43.533 votos em branco (3,66%) e 15.370 votos nulos (1,29%), resultando no comparecimento de 1.190.924 eleitores.