A Universidade Estácio de Sá (UNESA) é uma Universidadeprivadabrasileira fundada em 1970 no bairro de Rio Comprido, na Zona Central do Rio de Janeiro, como uma faculdade de Direito, e que hoje faz parte do grupo de universidades YDUQS. Possui 39 campi espalhados por todo o estado do Rio de Janeiro, sendo o Campus Tom Jobim o principal e responsável pela administração da universidade.
Por ser a maior universidade privada do Brasil, a empresa é conhecida pelo alto índice de reclamação e de insatisfação dos alunos. Entre as queixas estão cobranças indevidas, matrículas sem o consentimento do interessado e dificuldades para trancá-las. No site "Reclame Aqui", a reputação da empresa é "regular" e apresenta um total de 10.577 reclamações (número de agosto de 2022).[3]
História
Fundada em 1970 por João Uchôa Cavalcanti Netto, com a implantação do curso superior de Direito. Seu nome é em homenagem ao militar português fundador da cidade do Rio de Janeiro e primeiro governador-geral da capitania do Rio de Janeiro. Depois da Faculdade de Direito, o complexo educacional-empresarial Estácio de Sá não parou de crescer. Com efeito, foram criadas a Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas(1971), a Faculdade de Comunicação Social (1972); a Faculdade de Turismo (1973), a Faculdade de Formação de Professores (1975), a Faculdade de Arqueologia e Museologia (1975), a Faculdade de Fonoaudiologia (1976), a Faculdade Politécnica (1981) e a Faculdade de Música (1983). Em 1986, a Estácio de Sá era, então, a única instituição no Brasil a oferecer o curso de Arqueologia, a primeira a criar, no Rio de Janeiro, o curso de Hotelaria e de Turismo, além de ser a única a ter um plano de curso de Relações Internacionais, com ênfase no Comércio Exterior.[4]
Durante a década de 1980, a Universidade Estácio de Sá (UNESA) dedicou-se à abertura de outros cursos de Ciências Humanas, tendo se convertido em universidade no ano de 1988.[5] Com isso, na década seguinte, cresceu ainda mais, abrindo cursos pouco tradicionais na área de Comunicação e Negócios; o que foi uma grande inovação na mercadologia do ensino superior no Estado do Rio de Janeiro e, posteriormente, em nível nacional. Nos anos 2000, expandiu-se rapidamente em cursos da área de Ciências Biomédicas.
Em 2019, a Universidade Estácio de Sá (que faz parte da marca Estácio), passou a ser administrada pelo do grupo YDUQS (uma holding de capital aberto com foco no ensino superior, fundada em 1970 no Rio de Janeiro, Brasil), Que desde 2018, passou a ser considerada como a segunda maior empresa de educação superior no Brasil em número total de alunos e no valor de mercado, atrás apenas da Kroton Educacional. A YDUQS possui 15 marcas de ensino em seu portfólio (Estácio, Ibmec, Damásio Educacional, Clio Damásio, SJT, UniFacid, Unifanor, UniFBV, UniRuy, Faculdade Martha Falcão, Unifavip, Unimetrocamp, Área 1, UniToledo, Facimp e Faci), e mais de 700 mil alunos matriculados em cursos de graduação e pós-graduação, nas modalidades presencial e educação à distância. Todas as instituições da marca Estácio possuem juntas 93 campi, divididos em uma universidade, 12 centros universitários e 35 faculdades, sendo 39 campi da Universidade Estácio de Sá, dos quais estão localizados no estado do Rio de Janeiro. No mesmo ano o grupo anunciou a aquisição do Centro Universitário Toledo (Unitoledo localizada em Araçatuba-SP) por 102,5 milhões, e as instituições Ibmec, a Wyden Educacional e a Damásio Educacional.[6][7]
No site "Reclame Aqui", a reputação da empresa é "regular " e apresenta em 29 de agosto de 2022 um total de 10.577 reclamações.[3] Na cidade de São Paulo, local onde o grupo não representa segmento importante, é a 9ª empresa do segmento com maior número de reclamações.[8] No Maranhão, Procon tem atuado a partir de denúncias de práticas irregulares nas Faculdades dessa Instituição que, conforme nota emitida, está colaborando com as autoridades.[9]
Matrículas e cobranças indevidas
Em outubro 2019, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) multou a Estácio em 71 mil reais por cobrar indevidamente estudantes que, após terem passado no vestibular da instituição, desistiram de efetuar a matrícula, mas foram incluídos por funcionários da Estácio na lista de matriculados e, depois, na de inadimplentes, mesmo após tê-los informado sobre o cancelamento do débito.[10][11]
Ainda em 2013, a universidade foi condenada a pagar 10 mil reais a um aluno por ter colocado seu nome no SPC. O aluno, após ter pedido o trancamento da matrícula, recebeu novas cobranças. A universidade reconheceu o erro, mas mesmo assim o nome do aluno foi para a lista dos inadimplentes. A universidade emitiu uma nota de esclarecimento informando que "pretende interpor recurso para redução da indenização a título de dano moral, uma vez que tomou as medidas necessárias [...], tendo corrigido o processo de cobrança antes do trâmite judicial."[12]
Outras controvérsias
A Universidade Estácio de Sá foi pivô de polêmicas e denuncias publicados em jornais:
Em março de 2001 uma passarela do novo campus Barra, desaba ferindo entre 30 e 45 pessoas que prestariam um concurso público no local. Após o acidente o concurso foi adiado. Posteriormente a prefeitura do Rio afirmou não ter autorizado a abertura do campus.[13][14]
Em outubro de 2001, seu fundador, João Uchôa Cavalcanti Netto, concede uma entrevista polêmica ao jornal Folha Dirigida, onde afirma, entre outras coisas, que pesquisa é uma inutilidade pomposa, Na cúpula da Estácio quem tem mestrado e doutorado não entra. Isso é uma regra, Eu não me interessei pela educação e nem acho que eu seja uma pessoa muito interessada em educação. Eu sou interessado na Estácio de Sá, isso é que é importante.[15]
Em dezembro de 2001, ficou conhecida nacionalmente após matéria do programa Fantástico denunciar a aprovação de um semianalfabeto para seu curso de Direto no vestibular 2002. O padeiro Severino da Silva, semianalfabeto, respondeu somente alternativas A e B em todas as questões da prova, além de não fazer a redação. O então diretor da Unesa, Marcelo Campos, atribuiu o desempenho de Silva a uma questão de sorte, já que o candidato havia escolhido cursar Direito no período vespertino em uma turma que contava com vinte vagas, porém somente 9 candidatos se inscreveram e assim Severino Silva se classificou em 9º lugar. Após o episódio, a realização da redação tornou-se obrigatória.[16]
Em dezembro de 2017 a Instituição demitiu 1.200 professores, o que ensejou diversos debates jurídicos sobre a aplicabilidade da Reforma Trabalhista no Brasil em 2017 (Lei nº 13.467/2017), então recém publicada. Os sindicatos propuseram uma série de ações judiciais questionando as demissões.[17] Em seu comunicado, a empresa afirmou que pretende reestruturar seus quadros e manter a sustentabilidade financeira e os Tribunais decidiram manter as demissões.[18] Tais circunstâncias ensejaram debate importante sobre a política de financiamento público do ensino superior privado por fundo público - FIES.[19] O principal acionista controlador pessoa física do Grupo Estácio, empreendedor da área educacional, Chaim Zaher, já havia reduzido significativamente sua participação no grupo[20] e deu entrevista na qual critica as ações de demissão em massa.[21]