Os seljúcidas são originários do ramo Qynyk dos oguzes,[1] que no século IX viveram na periferia do mundo islâmico, ao norte dos mares Cáspio e Aral no Grão-Canato Yabgu da confederação oguz,[8] nas estepes do Turcomenistão.[9] Durante o século X, devido a vários eventos, os oguzes entraram em contato estreito com as cidades muçulmanas.[10]
Quando Seljuque, o líder do clã seljúcida, desentendeu-se com Yabgu, o chefe supremo dos oguzes, ele dividiu seu clã da maior parte dos turcos-oguzes e montou acampamento no banco ocidental do baixo rio Sir Dária (Jaxartes). Ca. 985, Seljuque converteu-se ao Islã.[10] No século XI os seljúcidas migraram de suas terras natais para o interior da Pérsia, na província de Coração, onde encontraram o Império Gasnévida. Lá, eles derrotaram os gasnévidas na batalha das planícies de Nasa em 1035.[11]Tugril Neo(r. 1037–1063), Chagri(r. 1040–1060) e Jabgu receberam as insígnias de governador, doações de terras, e o título de degã.[12] Na batalha de Dandanacã eles derrotaram o exército gasnévida, e após um cerco bem sucedido de Ispaã por Tugril em 1050-1051,[13] estabeleceram um império mais tarde chamado Império Seljúcida. Os seljúcidas se misturaram com a população local e adotaram a cultura e língua persas nas décadas seguintes;[14][15] a última foi empregada como língua oficial do governo.[1][16][17][18][19]
Os turcos seljúcidas fizeram suas primeiras explorações do outro lado da fronteira bizantina na Armênia em 1065 e em 1067 sob o nome líder deles Alparslano(r. 1063–1072). Em 1067, invadiram a Ásia Menor, atacando Antioquia e, em 1069, Icônio,[20] mas um contra-ataque bizantino os expulsou. No verão de 1071, enquanto eram conduzidos por Alparslano para a Armênia, foram atacados por um exército bizantino sob o comando do imperadorRomano IV Diógenes(r. 1068–1071). Na batalha de Manziquerta os bizantinos, além de sofrerem uma pesada derrota, tiveram seu imperador capturado. Alparslano o tratou com respeito e não impôs condições pesadas aos bizantinos.[21] Com os sucessos militares dos anos precedentes, os seljúcidas lançaram um ataque contra o Levante, conquistando do Califado Fatímida a cidade de Jerusalém em 1078.[22][nt 1]
O sucessor de Alparslano, Maleque Xá I(r. 1072–1092), aproveitando-se da vitória de seu pai em Manziquerta, realizou vigorosos esforços militares para conquistar a Anatólia. Até 1081, os seljúcidas expandiram seu domínio sobre quase todo o planalto da Anatólia e Armênia, a leste da Bitínia, e no ocidente fundaram, em 1077, o Sultanato de Rum, com capital em Niceia, a apenas 88 km de Constantinopla.[21] Em 1084 Antioquia é tomada[25] e Esmirna[26] torna-se a capital de um emir semi-independente chamado Tzacas que lança nos anos seguintes (até 1095) raides contínuos contra o Egeu no intuito de tomar algumas posições na região. Conseguiu algumas vitórias sobre os bizantinos, capturando ilhas como Quios e Lesbos, e autoproclamou-se imperador,[27][28][29] mas acabou sendo repelido.[30][31] Em 1091, as poucas cidades ainda sob controle bizantino na Anatólia são perdidas e Constantinopla é cercada por forças seljúcidas-pechenegues.[32]
↑Embora esta data seja convencional para a tomada de Jerusalém, alguns autores como Moche Gil argumentam, com base em outra fontes, que esta conquista não poderia ter ocorrido antes do verão de 1073.[23][24]
Referências
↑ abc«Seljuq» (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2013
↑«Turks» (em inglês). Consultado em 11 de novembro de 2013. Arquivado do original em 11 de novembro de 2013
↑Mikail teve dois filhos: Chagri (989-1060) e Tugril (990-1063). O Império Seljúcida foi fundado por eles.
↑Gabor Agoston-Bruce Mestres: Encyclopaedia do Império Otomano ISBN 978-0-8160-6259-1 p. 516
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