Total Linhas Aéreas

Total Linhas Aéreas
Total Linhas Aéreas
IATA L1[1]
ICAO TTL
Indicativo de chamada TOTAL
Fundada em dezembro de 1994 (30 anos)
Principais centros
de operações
Frota 8 aeronaves
Destinos 12 localidades
Sede Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Pessoas importantes Alfredo Meister (CEO)
Sítio oficial www.total.com.br

A Total Linhas Aéreas, ou simplesmente Total, é uma companhia aérea brasileira sediada na cidade de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.[2]

História

A Total Linhas Aéreas S.A. foi fundada em 2 de maio de 1988, com o nome de Total Aero-Táxi. Contava com um equipamento EMB-110 (Bandeirante) e sede em Belo Horizonte.

Em dezembro de 1994, a Transportadora Sulista S/A, uma das maiores organizações de transporte rodoviário do país, com sede em Curitiba - PR, comprou 100% das ações da Total Aero-táxi. Iniciou-se então um processo de reestruturação para tornar a empresa capaz de operar no segmento de transporte regular. Nessa data a frota da Total já era composta por nove aeronaves (01 BE-99, 07 EMB-110 e 01 EMB-120 ER QC).

Em janeiro de 1996 esse processo se concretizou com o recebimento do “CHETA” (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo) vindo do DAC (o extinto Departamento de Aviação Civil, substituído em 2005 pela ANAC). A partir desse momento a Total Aero-táxi passou à categoria de companhia aérea regular, se transformando em empresa homologada segundo o RBHA-121 (Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica) e podendo operar aeronaves de qualquer categoria.

Hoje a Total opera com autorização para transportar malas postais, cargas e passageiros, na América do Sul e Caribe. Foi uma empresa regional de grande expressão no passado, tendo sido considerada a maior do Brasil neste segmento, voando com as aeronaves turbo-hélices ATR-42 e ATR-72 em suas rotas de passageiros, e o Boeing 727 em voos de carga. Operava majoritariamente em Minas Gerais, embora também tenha servido diversas cidades nos estados de Amazonas, Pará, Tocantins, Goiás, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Atualmente a Total permanece como referência em manutenção de aeronaves ATR, tornando-se "Oficina Autorizada" do fabricante na América Latina. Seus funcionários, por sua vez, têm incentivos constantes para melhorias no currículo, como aulas de inglês dentro das dependências da empresa e o programa Bolsa-Auxílio (pagamento parcial de cursos de graduação e pós-graduação).

A Total Linhas Aéreas conquistou por dois anos consecutivos o prêmio da revista Avião Revue de Melhor Companhia Aérea Regional do Brasil, nos anos de 2006 e 2007.

As últimas rotas inauguradas pela empresa foram voos para Búzios, Macaé, Rio Verde e Goiânia.

Em dezembro de 2007 a Total teve seus voos de passageiros "aviação regular" transferidos para a empresa TRIP Linhas Aéreas ficando somente com os voos cargos, e alguns voos de passageiros da Petrobras. Sua sede operacional continua em Belo Horizonte - Minas Gerais, com parte da administração da empresa tendo sido transferida para Curitiba - Paraná. A Total Cargo opera somente voos para grandes clientes corporativos, como Correios, Petrobras e Banco Central. E seus ATR42-500 operam exclusivamente na ponte aérea da Petrobrás em Manaus.

Envolvimento em Escândalo Político

A Total Cargo teve seu nome envolvido no Caso Erenice Guerra, escândalo político que derrubou a então Ministra Chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, seu último ano de mandato. Erenice, braço direito de Dilma Rousseff durante os dois mandatos de Lula, assumiu o cargo de ministra em substituição à Dilma, que deixou o cargo para se candidatar às eleições presidenciais daquele ano.

O caso relata uma suposta cobrança de propina para a interferência na contratação, pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, de companhias aéreas para o transporte de malotes e cargas. Segundo vários órgãos de imprensa apuraram, a empresa MTA (Master Top Airlines) poderia estar sendo favorecida nessas contratações. Dois filhos e dois irmãos de Erenice Guerra estariam envolvidos na prestação de consultorias à MTA junto à órgãos públicos. A Total Cargo havia ganho uma concorrência em meados de 2010 para efetuar o serviço, porém, seu contrato não chegou a ser assinado pela diretoria dos Correios e a concorrência foi cancelada. Supostamente, isso seria uma manobra para favorecer a MTA, que havia contratado o escritório de um dos filhos da ministra para agilizar procedimentos junto à ANAC e com isso resolver pendências burocráticas que a habilitassem a assumir mais contratos com a estatal. Meses depois, com a troca da diretoria da ECT, o contrato com a Total Cargo foi finalmente assinado, mas com um valor acrescido em 2.8 milhões de reais do praticado no pregão concorrencial. Sentindo-se traído, um dos representantes da MTA deu declarações expondo todo o esquema. O caso gerou a demissão, além da ministra, de outros servidores federais e de um diretor dos Correios e ainda, recebeu da Controladoria Geral da União relatório de reprovação de várias contratações que tinham ligação com a ministra. Porém, investigações posteriores do Ministério Público Federal não foram conclusivas, devido a existência apenas de provas circunstanciais mas não de provas materiais dos fatos. Com isso, o inquérito acabou arquivado em 2012.[3][4][5]

Subsidiárias

Total Cargo

A Total Cargo é uma subsidiária que atua no setor do transporte nacional de carga. Seu principal cliente são os Correios, e opera na Rede Postal Noturna (RPN),[6][7] a maioria no Aeroporto Internacional de Curitiba e Guarulhos.[8] Outros clientes, por exemplo, são o Banco Central, realizando vôos fretados de seus malotes, e a Petrobras, transportando trabalhadores às suas bases e levando malotes, peças e documentos.[7]

A Total foi a última companhia aérea brasileira a operar o Boeing 727. Em 21 de setembro de 2024, as únicas três unidades deste modelo, de prefixos PR-TTP, PR-TTO, e o PR-TTW, foram finalmente aposentados, para dar lugar a mais Boeing 737 cargueiros mais novos.[8][9] Também opera com um Boeing 737-400, de prefixo PS-TLA, fabricado em 1996 e incorporado em 2021. Foi pintado inicialmente com as cores da Total Express,[nota 1] contudo, já não contêm mais a pintura.[10][11] Tem planos para obter outra unidade, de prefixo PS-TLB, sem data de entrega.[11]

Frota

ATR-42 da Total Linhas Aéreas
Boeing 737-4Q8(SF) PS-TLB com a nova identidade visual da Total Cargo no Teresina Senador Petrônio Portella (THE / SBTE)
Um Boeing 727-200 da Total Cargo, em abril de 2010.
Frota de aeronaves da TOTAL Linhas Aéreas[12]
Aeronave Assentos Quantidade Prefixos
ATR 42-300 47 3 aeronaves PR-TTK, PR-TTH, PR-TTM
Boeing 727-200F Cargo 6 aeronaves PR-TTB, PR-TTO, PR-TTP, PR-TTW, PT-MTQ, PT-MTT
Boeing 737-300F Cargo 1 aeronave PS-TOT
Boeing 737-400F Cargo 3 aeronaves PS-TLA, PS-TLE, PS-TLF
Total de Aeronaves 13 aeronaves

Frota atual da Total

Frota atual da Total
Prefixo Aeronave Serial Ano f.f Notas
PR-TKB ATR 42-500 610 2000 Ex I-ADLV
PR-TTH ATR 42-512 506 1996 Ex F-WQNL
PR-TTM ATR 42-512 551 1997 Ex D-BNNN
PR-TTB Boeing 727-223F 22007 1980 Desmontado
PR-TTO Boeing 727-2M7F 21200 1976 Aposentado
PR-TTP Boeing 727-2M7F 21502 1978 Aposentado
PR-TTW Boeing 727-225F 22438 1980 Aposentado
PT-MTQ Boeing 727-243F 22053 1980 Estocado
PT-MTT Boeing 727-243F 22167 1981 Estocado
PS-TOT Boeing 737-300F 25215 1991 Ativo
PS-TLA Boeing 737-400F 28753 1997 Ativo
PS-TLB Boeing 737-400F 28753 1997 Perda Total[13]
PS-TLE Boeing 737-400F 26606 1997 Ativo
PS-TLF Boeing 737-400F 28887 1997 Ativo

Acidentes e incidentes

Notas e referências

Notas

  1. A Total Express, embora seja uma companhia homônima, é uma empresa independente da Total Linhas Aéreas.

Referências

  1. «Empresas Aéreas - Consulta - Empresas Aéreas». sistemas.anac.gov.br. Consultado em 27 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 10 de agosto de 2022 
  2. «Total Linhas Aéreas». cargo.total.com.br. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  3. [1]
  4. [2]
  5. [3]
  6. Escosteguy, Diego (5 de janeiro de 2006). «Correios contratam empresa aérea por R$ 2 mi sem licitação». O Estado de S. Paulo. Senado Federal do Brasil. p. A6. Consultado em 30 de abril de 2024 
  7. a b «Total Linhas Aéreas». www.total.com.br. Consultado em 18 de abril de 2018 
  8. a b Benevides, Gabriel (21 de fevereiro de 2023). «Histórico: os 'últimos' três Boeing 727 operacionais do Brasil são vistos pousando em sequência no Aeroporto de Guarulhos». Aeroflap. Consultado em 30 de abril de 2024 
  9. Passalacqua, Fábio M. (11 de maio de 2023). «Conheça os três Boeing 727 ainda em operação no Brasil». Flap International. Consultado em 30 de abril de 2024 
  10. Ferreira, Carlos (27 de maio de 2021). «O Boeing 737-400 da Total já chegou, mas seus pilotos estão saindo do Brasil». AEROIN. Consultado em 1 de maio de 2024 
  11. a b Ferreira, Carlos (4 de abril de 2024). «Total Linhas Aéreas solicita registro de um segundo Boeing 737-400F no Brasil». AEROIN. Consultado em 1 de maio de 2024 
  12. Fleetlist Total Linhas Aéreas, CH Aviation, recuperado em 14 de maio 2014
  13. Basseto, Murilo (9 de novembro de 2024). «Boeing 737 da Total tem incêndio ao pousar em emergência e é queimado na pista de Guarulhos». AEROIN. Consultado em 9 de novembro de 2024 
  14. Basseto, Murilo (9 de novembro de 2024). «Boeing 737 da Total tem incêndio ao pousar em emergência e é queimado na pista de Guarulhos». AEROIN. Consultado em 9 de novembro de 2024 

Referências

Ligações externas

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