A tangerina (nome científico: Citrus reticulata), também conhecida como laranja-mimosa, mexerica, mandarina, fuxiqueira, poncã (ou ponkan[1]), manjerica, laranja-cravo, mimosa e bergamota, é uma frutacítrica de cor alaranjada e sabor adocicado.[2][3][4] Parece ser uma antiga espécie selvagem, nativa da Ásia (Índia, China e países vizinhos de climas subtropical e tropical úmido).[5]
Etimologia
"Tangerina" vem de "laranja tangerina", isto é, "laranja de Tânger".[6] "Bergamota" vem do turcobeg armudi, "pera do príncipe", através do italianobergamotta ou do francêsbergamotte.[7] "Mandarina" vem do castelhanomandarina.[8] "Mexerica" possui origem no verbo mexericar, que, por sua vez, provêm de mexer.[9] "Poncã" é derivação da palavra japonesa ponkan.[3]
"Mexerica" é um termo mais comum nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, especialmente em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e norte do Paraná. No Espírito Santo faz-se distinção da mexerica (Citrus reticulata) da tangerina ou tangerina-verdadeira (Citrus tangerine), como ocorre na língua inglesa, onde a mexerica é uma mandarin orange e a tangerina é uma tangerine. No Rio de Janeiro, usa-se, mais comumente, o termo tangerina.
Setubalense (variedade de origem portuguesa[12])[13]
Plantio
A tangerina é cultivada há milênios na China, sendo introduzida na Europa apenas em 1805, inicialmente importada para a Inglaterra. No Brasil a variedade poncã veio com os colonos portugueses em 1892.[14]
Normalmente, é colhida entre os meses de maio a agosto, mas a safra pode ir de abril a setembro.
As variedades mais conhecidas são a cravo, monte-negrina, mexerica, poncã e mandarina, sendo mais comerciais as mexericas, para consumo natural e a morgote, para produção de sucos.
O valor nutritivo do suco ou da polpa varia conforme a espécie, mas é sempre boa fonte de vitaminas A e C e sais minerais como potássio, cálcio e fósforo. Os frutos produzidos em agricultura biológica são mais ricos em vitamina C que os produzidos na agricultura convencional.[15] A vitamina C é essencial para o sistema imunológico. A vitamina A é indispensável para a saúde dos olhos e da pele e aumenta a resistência às infecções. As vitaminas do complexo B fortificam os nervos.
A tangerina é considerada grande fonte de magnésio. O ser humano precisa de magnésio, apresentando maior concentração desse mineral nos ossos e músculos. Ele tem papel importante na síntese das proteínas, na contratilidade muscular e na excitabilidade dos nervos.
Popularmente, a tangerina é conhecida pelo seu efeito diurético, digestivo e aumento na eficiência física. Não existem evidências científicas que indiquem seu uso na hipertensão arterial ou na prevenção da arterioesclerose. É laxativa, pois apresenta grande quantidade de fibras, devendo ser ingerida com o bagaço para melhorar o funcionamento do intestino. Também não existem evidências que recomendem a tangerina como protetor de outras doenças como câncer, diabetes, hipertensão e outras doenças cardiovasculares. O chá das folhas é considerado popularmente como calmante. Conserva-se bem em geladeira por até três semanas.
Principais produtores
Dos frutos cítricos, em relação ao que é produzido mundialmente sua produção corresponde a 16 por cento da produção mundial anual.
Os 10 maiores produtores— 2005 (milhares de toneladas)
Em 2018, o Brasil produziu quase 1 milhão de toneladas de tangerina, sendo o 6º maior produtor do mundo.[16] Os estados que mais produzem são: São Paulo (331 mil toneladas), Minas Gerais (210 mil toneladas), Rio Grande do Sul (148 mil toneladas) e Paraná (143 mil toneladas).[17]
↑ abFERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. pp.1 646,1 647
↑(em inglês) Nicolosi, E.; Deng, Z.N.; Gentile, A.; La Malfa, S.; Continella, G. & Tribulato, E., 2000, Citrus phylogeny and genetic origin of important species as investigated by molecular markers. Theoretical and Applied Genetics100(8): 1155-1166. doi:10.1007/s001220051419 (resumo em HTML).
↑FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 1993. pp. 1646 e 1647, verbetes: "tangerina" e "tangerino".
↑FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.250
↑FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p.1 076
↑"Tangerinas ou mandarinas", por Luiz Carlos Donadio, Eduardo Sanches Stuchi, Fábio Luiz de Lima Cyrillo.
Jaboticabal : Funep, 1998. Boletim Citrícola, 5.