Entretanto Moscou considera ao mesmo tempo um apoio militar a facção rival, liderada por Khalifa Haftar, um russófono que estudou na União Soviética[5] e ex-oficial de Muammar Gaddafi, como mais suscetível de defender os interesses russos.[4]
Intervenção russa
Apoio político ao Exército Nacional Líbio
Em novembro de 2016, Khalifa Haftar foi a Moscou e se encontrou com Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, para pedir o apoio russo em suas ofensivas contra as milícias islamistas que controlam Trípoli.[6] Sergey Lavrov diz a ele que: "Nossas relações são cruciais. Nosso objetivo hoje são trazê-las à vida (...) Esperamos erradicar o terrorismo o mais rápido possível com sua ajuda”.[6]
Em fevereiro de 2020, Khalifa Haftar se reuniu novamente com o ministro da Defesa russo Sergei Choïgou para discutir a situação na Líbia.[5]
Em 3 de julho de 2020, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou a reabertura de sua embaixada na Líbia. No entanto, a sede foi decidida a ser temporariamente baseada na Tunísia.[8]
Apoio militar ao Exército Nacional Líbio
Em março de 2017, após a entrega de armas e equipamentos pela Rússia, as forças especiais russas são enviadas para a base aérea egípcia de Sidi Barrani, perto da fronteira com a Líbia.[9] Esses militares, equipados com drones, servirão para apoiar as tropas de Khalifa Haftar em sua luta contra grupos islamistas na Batalha de Benghazi e em sua ofensiva, lançada no Crescente Petrolífero, para recuperar os terminais de Ras Lanouf e Al-Sidra controlados por uma milícia favorável ao governo de Trípoli.[9]
Em abril de 2015, um relatório da ONU mencionou a presença na Líbia de 800 a 1.200 mercenários do Grupo Wagner, próximo do presidente russo Vladimir Putin.[10] O grupo privado permite a Moscou intervir nos teatros de operações no exterior sem se envolver oficialmente, já que não é o exército russo que está mobilizado.[4] De acordo com o relatório da ONU, os mercenários do Grupo Wagner oferecem suporte técnico para o reparo de veículos militares, participam de combates e das operações de influência e trazem seus conhecimentos em artilharia, controle aéreo, fornecem expertise em contramedidas eletrônicas e implantam franco-atiradores.[10]
Além disso, o relatório da ONU menciona a transferência, sob a supervisão do Grupo Wagner, de combatentes sírios treinados pelo exército russo durante a Guerra Civil Síria, implantados como mercenários na Líbia.[10]
Em maio de 2020, o exército dos Estados Unidos acusou a Rússia de ter enviado quatro aviões de combate na Líbia para apoiar as tropas de Khalifa Haftar.[11] Os militares estadunidenses estimam que uma nova campanha aérea está sendo preparada com "pilotos mercenários russos voando em aeronaves fornecidas pela Rússia para bombardear os líbios e controlar as bases aéreas da costa."[11]