Resultados do Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1 realizado em Montreal em 30 de setembro de 1979. Décima quarta etapa da temporada, foi vencido pelo australiano Alan Jones, da Williams-Ford.[1][2][nota 1]
Derrotado por James Hunt na luta pelo título mundial de 1976, o austríaco Niki Lauda viu seu antigo rival encerrar a carreira durante o Grande Prêmio de Mônaco de 1979 realizado em 27 de maio[3] e quatro meses depois resolveu seguir o mesmo caminho, pois em 28 de setembro veio a público o anúncio da aposentadoria do bicampeão mundial onde este resumiu sua decisão em duas frases: "Acabo de compreender como o automobilismo é sem sentido" e "Quando uma pessoa deixa de se sentir bem fazendo alguma coisa, é o mesmo que dizer acabou".[4] Tais palavras adquirem relevância se lembrarmos o grave acidente do Grande Prêmio da Alemanha de 1976 onde Niki Lauda quase perdeu a vida,[5] mas é lícito considerar que a escassez de resultados com a Brabham em 1979 também contribuiu para tal desfecho, pois foram apenas duas pontuações na temporada (sexto lugar na África do Sul e quarto lugar na Itália).
Decisões bruscas são parte do repertório de Niki Lauda, a começar pela rescisão de seu contrato com a Ferrari pouco antes do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1977, onde conquistou o bicampeonato.[6] Os fatos a partir de então o conduziram à Brabham, contudo o desgaste entre o piloto e sua nova equipe cresceu paulatinamente em 1979, a começar pelo bate-boca entre Lauda e Bernie Ecclestone na Bélgica onde especulava-se a transferência do austríaco para a Renault.[7] Durante o Grande Prêmio dos Países Baixos, o assunto Niki Lauda suscitou especulações de um contrato com a McLaren tão logo a Brabham anunciou Nelson Piquet como primeiro piloto da equipe a partir de 1980.[8] Lauda, inclusive, sofreu um acidente a bordo de uma BMW-M1 no sábado durante uma corrida Procar e teve uma luxação no pulso esquerdo, razão pela qual abandonou a prova neerlandesa logo no começo.[9] Semanas depois ele participou do Grande Prêmio da Itália de 1979 e a partir do Canadá foi substituído pelo argentino Ricardo Zunino.[10]
No domingo o australiano Alan Jones largou na pole position, mas foi superado por Gilles Villeneuve ainda na primeira volta. Em uma disputa particular, os dois pilotos distanciaram-se dos rivais e apesar do aprumo da Williams somente na quinquagésima primeira volta Alan Jones ultrapassou o canadense da Ferrari. Brioso em relação ao público presente no Circuito da Ilha de Notre Dame, Villeneuve ensaiou uma reação a fim de repetir a vitória obtida em 1978, mas a condução de Jones garantiu-lhe a quarta vitória na temporada com Gilles Villeneuve em segundo e Clay Regazzoni em terceiro, a mais de um minuto de distância.[11] Aliás, somente estes terminaram a corrida na mesma volta tendo o campeão mundial, Jody Scheckter, em quarto lugar enquanto Didier Pironi e John Watson completaram a zona de pontuação.[12]
Atual campeão do mundo, Jody Scheckter chegou aos 51 pontos enquanto Gilles Villeneuve chegou aos 44 ante os 40 de Alan Jones e 36 de Jacques Laffite na busca pelo vice-campeonato. Clay Regazzoni, com apenas 29 pontos, não tem parte nessa contenda.[nota 2][nota 3]