Baxter era neta do arquiteto, escritor e educador norte-americano Frank Lloyd Wright.[a] Ela estudou interpretação com Maria Ouspenskaya, atriz russa indicada ao Óscar de melhor atriz coadjuvante, que alcançou sucesso em sua juventude como uma atriz de teatro na Rússia, e mais tarde como uma atriz de cinema em Hollywood, e tinha alguma experiência de palco antes de fazer sua estreia no cinema participando do western20 Mule Team, de 1940. Foi contratada pela 20th Century Fox[b] e foi emprestada a RKO Pictures para um papel em The Magnificent Ambersons, de 1942, dirigido pelo ator, diretor, escritor e produtor norte-americano, que trabalhou em teatro, rádio e cinema, Orson Welles, um dos primeiros filmes importantes dela.
Em 1947, Anne Baxter ganhou Óscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel como Sophie MacDonald em The Razor’s Edge, de 1946. Em 1951, ela recebeu uma indicação ao Óscar de melhor atriz para o papel-título de All About Eve, de 1950. Ela trabalhou com vários dos maiores diretores de Hollywood, incluindo o diretor e produtor inglês Alfred Hitchcock no filme I Confess, de 1953; o cineasta, realizador, argumentista e produtor nascido na Áustria, mas que dividiu sua carreira entre a Alemanha e Hollywood, Friedrich Anton Christian Lang, conhecido como Fritz Lang no filme The Blue Gardenia, de 1953; e o cineasta americano, um dos 36 fundadores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Cecil Blount DeMille, mais conhecido como Cecil B. DeMille no filme The Ten Commandments, de 1956.
Início da vida
Como neta do famoso arquiteto Frank Lloyd Wright, Anne Baxter passou a infância e adolescência em Nova Iorque, onde aos 13 anos já trabalhava em teatro.[2] Aos 15 anos foi submetida a um teste por Alfred Hitchcock e quase foi escolhida para trabalhar como a estrela do filme Rebecca, mas quem ganhou o papel foi a premiada atriz britânico-americana nascida no Japão, Joan de Beauvoir de Havilland, mas conhecida como Joan Fontaine.
Anne Baxter nasceu em Michigan City, Indiana, filha de Catherine Dorothy (nascida Wright; 1894–1979), cujo pai foi o famoso arquiteto Frank Lloyd Wright, e de Kenneth Stuart Baxter (1893–1977), um executivo de destaque da empresa Seagrams Distillery Company. Quando ela tinha 5 anos, apareceu numa peça de teatro da escola e, como sua família tinha se mudado para Nova Iorque quando ela tinha anos de idade, Baxter continuou a atuar. Ela foi criada em Westchester County, Nova Iorque[2] e participou da The Brearley School, escola privada para meninas em Nova Iorque, localizada no Upper East Side de Manhattan.[3] Aos dez anos, Anne Baxter assistiu uma peça da Broadway estrelada pela popular atriz norte-americana de origem judaica, conhecida como "a primeira-dama do teatro norte-americano", Helen Hayes, e ficou tão impressionada que declarou a sua família que queria se tornar uma atriz. Com efeito, com a idade de apenas treze anos, ela tinha aparecido na Broadway em Sean but Not Heard. Durante este período, Baxter aprendeu seu ofício de atriz como uma estudante da famosa professora Maria Ouspenskaya. Em 1939 ela foi lançada como a pequena irmã da importante atriz norte-americana Katharine Hepburn, indicada doze vezes ao prêmio Óscar de melhor atriz, vencendo em quatro ocasiões (marca até hoje não superada por nenhuma atriz), na peça teatral The Philadelphia Story, do dramaturgo norte-americano Philip Barry, mas Katharine Hepburn não gostava do estilo de atuação de Anne Baxter e ela foi substituída ainda durante o período de pré-show da Broadway. No entanto, ao invés de desistir, decidida, ela virou-se para Hollywood.
Carreira
1940–1959: Início e estrelato
Aos 16 anos, Anne Baxter fez um teste para o papel de Sra. DeWinter para o filme Rebecca, perdendo a oportunidade para a atriz britânico-americana Joan Fontaine, isto porque o diretor Alfred Hitchcock considerou-a jovem demais para aquele papel, mas Baxter logo conseguiu um contrato de sete anos com a 20th Century Fox. Seu primeiro papel no cinema foi no filme do gênero western, 20 Mule Team em 1940. Ela foi escolhida pelo diretor Orson Welles a aparecer em The Magnificent Ambersons, de 1942. Em 1943, ela interpretou uma empregada doméstica francesa num hotel norte-africano (com um sotaque francês credível) no filme Five Graves to Cairo,[4] do realizador de cinema, roteirista, cineasta e produtor norte-americano Billy Wilder, cuja carreira se estendeu por mais de 50 anos em mais de 60 filmes.[5]
Baxter coestrelou como o ator de cinema e de teatro Tyrone Edmund Power, Jr., creditado geralmente sob o nome Tyrone Power e conhecido, algumas vezes, como "Ty Power" e a atriz de cinema e teatro norte-americana Gene Eliza Tierney, creditado geralmente sob o nome Gene Tierney, em 1946, no filme The Razor’s Edge,[6] baseado no romance do romancista e dramaturgo britânico William Somerset Maugham, para o qual ela ganhou o Óscar de melhor atriz coadjuvante, apenas 6 anos depois de estrear em filmes.[7] Por sinal, ela mesma contou mais tarde que o filme The Razor’s Edge continha cena na qual foi seu único grande desempenho como atriz de cinema.[8] Esta cena se passa no hospital onde o personagem Sophie MacDonald "perde o marido, a filha e tudo o mais, em virtude de trágico acidente". Ela disse que naquela cena forte reviveu a morte de seu irmão, que morreu aos 3 anos. Ela interpretou Constance Mae "Mike", em 1948, no filme do gênero westernYellow Sky,[9] atuando ao lado do premiado ator norte-americano Gregory Peck e do ator e produtor de cinema, teatro e televisão norte-americano Richard Widmark.[10][11] Por sinal, o chefe do estúdio da 20th Century Fox, o produtor, roteirista e realizador norte-americano Darryl Francis Zanuck queria a atriz norte-americana Paulette Goddard, nome artístico de Pauline Marion Goddard Levy para interpretar "Mike", mas no final prevaleceu o nome de Anne Baxter, que juntamente com Gregory Peck e Richard Widmark brindaram o público com excelentes atuações.[12]
Em 1950, Baxter foi escolhida para coestrelar em All About Eve,[13] em grande parte por causa de uma semelhança com a premiada atriz norte-americana Claudette Chauchoin, conhecida como Claudette Colbert, que foi originalmente definida para estrelar o papel da personagem Margo Channing, mas retirou-se e foi substituída por Bette Davis.[14] A ideia original era ter o personagem de Anne Baxter (Eve Harrington) gradualmente vir a espelhar Claudette Colbert no decorrer do filme.[15] Por sinal, Baxter recebeu uma indicação ao Óscar de melhor atriz para o papel-título de Eve Harrington, mas perdeu o prêmio para a atriz norte-americana Judy Holliday, nome artístico de Judy Tuvin.[16] Certa vez, inclusive, ela disse que modelou o seu papel no filme em uma suplente de atriz mal-intencionada que ela teve na sua atuação de estreia da peça teatral Seen but Not Heard na Broadway com a idade de 13 anos e que tinha ameaçado "acabar com ela".[14] Através dos anos 1950, ela continuou a atuar no palco de teatros. Em 1953, Anne Baxter firmou contrato para atuar em dois filmes produzidos pela Warner Brothers. O primeiro deles foi o filme I Confess, de 1953, dirigido por Alfred Hitchcock,[17] atuando ao lado de Edward Montgomery Clift; e o segundo foi o romance The Blue Gardenia, também de 1953, representando o papel de uma mulher acusada de assassinato.[18]
Em junho de 1954, Anne Baxter ganhou o cobiçado papel da princesa egípcia e rainha Nefretiri, um de seus papéis mais memoráveis, atuando ao lado de Charlton Heston, nome artístico de John Charles Carter, o qual interpretou Moises, no premiado filme The Ten Commandments, de 1956, dirigido por Cecil Blount DeMille.[19] Suas cenas foram filmadas em estúdios de som da Paramount Pictures, em 1955, e ela participou da estreia do filme em Nova Iorque e Los Angeles, em novembro de 1956.[20][21] Apesar das críticas de sua interpretação como Nefretiri, Cecil Blount DeMille e o Hollywood Reporter concluíram que seu desempenho foi "muito bom", e o The New York Daily News descreveu-a como "extraordinariamente eficaz".[22] Mais tarde, ela se lembrou do filme numa entrevista, dizendo o seguinte: "DeMille me pediu para entrar. Seu escritório na Paramount estava repleto de livros, cabides, rolos de roupa de cama. Eu disse a ele que eu teria que usar um nariz egípcio falso e ele bateu na mesa. Não! Baxter, seu nariz irlandês permanece neste filme. Ele escreveu a minha parte e eu continuei a assentir, e eu saí com a parte escrita por ele. Os sets de som foram magníficos. Era tudo sentimental, claro, mas DeMille sabia que era antiquado – mas era o que ele queria, o que ele amava. Eu adorava o andar de leve, às escondidas, ao redor – realmente, esse foi um filme interpretado de maneira silenciosa, mas com diálogo".[23]
↑Um dos conceitos centrais da obra de Frank Lloyd Wright. Foi o de que o projeto arquitetônico deve ser individual, de acordo com sua localização e finalidade. No início de sua carreira, trabalhou com Louis Sullivan, um dos pioneiros em arranha-céus da Escola de Chicago. Responsável por mais de mil projetos, dos quais mais de quinhentos construídos, Frank Lloyd Wright influenciou os rumos da arquitetura moderna com suas ideias e obras e é considerado um dos arquitetos mais importantes do século XX. Antes de se tornar um dos maiores arquitetos de todos os tempos, ele estudou engenharia e, faltando poucas semanas para sua graduação, abandonou o curso e foi trabalhar em Chicago como desenhista no escritório de Silsbee, um arquiteto de renome. Tornou-se a figura chave da arquitetura orgâorgânica, exemplificada pela Casa da Cascata, um desdobramento da arquitetura moderna que se contrapunha ao International Style europeu. Foi o líder da Prairie School, movimento da arquitetura ao qual pertencem os projetos da Robie House e a Wescott House, e também desenvolveu o conceito de Usonian home, do qual a Rosenbaum House é um exemplo. Sua obra inclui exemplos originais e inovativos de edifícios dos mais diferentes tipos, incluindo escritórios, templos, escolas, hotéis e museus. Frequentemente detalhava também os elementos a serem empregados no interior de suas construções, tais como mobília e vitrais.[1]
↑STRATTON, Jean (2007). Long-time Princeton Resident Herbert W. Hobler: Has Been in the Action and Shaped Event’s. LXI. [S.l.]: Town Topics: Princeton’s Weekly Community. p. 15
↑MILLER, Ron; BAWDEN, James (2016). Conversations with Classic Film Stars: Interviews from Hollywood’s Golden Era. [S.l.]: The University Press of Kentucky. p. 148. 422 páginas. ASINB015JUDY12