O seu pai, Joseph Russell Levy, que era judeu, e a sua mãe, Alta Mae Goddard, divorciaram-se quando Paulette ainda era jovem (12 anos), ficando aos cuidados da mãe. O pai praticamente desapareceu de sua vida, ressurgindo posteriormente, no final de 1930, depois de ela se tornar uma estrela. Inicialmente, pareciam ter um bom relacionamento. Assistiram juntos as estreias dos filmes, mas depois ele alegou em mais de um artigo de revista que ela o abandonou quando jovem. Eles nunca se reconciliaram e, após a sua morte, ele lhe deixou apenas um dólar no seu testamento. Ela ficou sempre mais perto da sua mãe e, nos primeiros anos, com a ajuda do seu tio-avô, Charles Goddard.[carece de fontes?].
Início da carreira
Paulette frequentou a Washington Irving High School, em Manhattan, ao mesmo tempo que Claire Trevor, após o que decidiu se dedicar ao mundo artístico. Charles Goddard a ajudou a encontrar trabalhos como modelo, em especial com o Ziegfeld Follies, como uma das “Ziegfeld Girls” entre 1924 e 1928. Conseguiu participar do grupo de coristas ao alegar ter nascido em 1905, o que lhe conferia 5 anos a mais e a possibilidade de atuar nos palcos da Broadway, aos 15 anos de idade.
Sua estréia nos palcos foi na revista de Ziegfeld “No Foolin”, em 1926, e desempenhou um pequeno papel em “Rio Rita”.[3] No ano seguinte, fez sua estreia no palco atuando em “The Unconquerable Male”. Ela também mudou seu primeiro nome para Paulette, e adotou o nome de solteira de sua mãe (que também era o sobrenome do seu tio favorito Charles) como seu próprio sobrenome.
Paulette casou pela primeira vez aos 16 anos de idade, com o industrial do setor madeireiro Edward James. Em 1929, ainda casada, foi contratada por Hal Roach como extra. Em 1931, depois de se divorciar, foi para Hollywood. Participou do grupo “Goldwyn Girls”, nas comédias musicais de Eddie Cantor, produzidas por Samuel Goldwyn (ex-Samuel Goldfish, da Paramount); “The Kid from Spain” (O garoto da Espanha), “Roman Scandals” (Escândalos Romanos), “Kid Millions” (Cai, Cai, Balão).
Em 1932, Paulette conheceu Charles Chaplin, que a convidou para integrar o elenco de Modern Times (Tempos Modernos) (1936), filme que teve um grande sucesso na época. A sua carreira, contudo, não decolou devido aos comentários sobre seu relacionamento com Chaplin. Casaram-se secretamente nesse mesmo ano, acabando por se separar em 1940.
Paramount
Ainda antes do lançamento de The Great Dictator (O Grande Ditador), de Chaplin, em 15 de abril de 1940, Paulette trabalhou em “The Young in Heart” (Jovem no Coração) (1938), de David O. Selznick, “Dramatic School” (Escola Dramática) (1938), da Metro Goldwyn Mayer e “The Women” (As Mulheres) (1939). Por causa do papel de "Miriam Aarons" em “The Women”, foi contratada pelos estúdios Paramount Pictures. Ficou na Paramount até 1949, fazendo 21 filmes, e sendo emprestada para outros estúdios em 4 filmes.
Os anos 40, foram o período em que Paulette mais trabalhou. Após The Great Dictator (O Grande Ditador) (1940), participou no filme de 1942, "Reap the Wild Wind" (Vendaval de Paixões), de Cecil B. DeMille e contracenou com Burgess Meredith em "The Diary of a Chambermaid" (Segredos de Alcova), de 1946, filme de Jean Renoir para o qual foi emprestada pela Paramount.
Foi indicada para o Oscar uma única vez, na categoria de "Melhor Atriz Secundária" por "So Proudly We Hail!" (A Legião Branca), de 1943, e seu filme de maior sucesso foi "Kitty" (1945), onde interpretou o papel título.
No início dos anos 40, era uma das estrelas top contratadas pela Paramount. No final dos anos 40, entrou em declínio, tendo sido dispensada em 1949. Após sair da Paramount fez, entre 1949 e 1954, oito filmes como “free-lance”, entre eles “Anna Lucasta” (1949) e “The Torch” (Do Ódio Nasce o Amor) (1950).
Paulette foi uma das muitas atrizes que fez o teste para o papel de "Scarlett O'Hara", protagonista do filme Gone with the Wind, de 1939, papel que acabou ficando para Vivien Leigh. No mesmo ano atuou com Bob Hope em "The Cat and the Canary" (O Gato e o Canário), um filme considerado bom, mas nunca à altura de Gone with the Wind.
Lux Radio Theatre
Esteve 6 vezes no Lux Radio Theatre, de Cecil B. DeMille, transmitido pela CBS:
Paulette conheceu Charles Chaplin em 1932, no iate de Joseph M. Schenck, então presidente da United Artists, e que posteriormente, ao lado de Darryl Zanuck, fundaria a 20th Century Fox.[2] Casaram-se secretamente, numa união com muitas controvérsias, dúvidas e comentários, acabando por se separar em 1940. Havia comentários sobre o fato de seu casamento não ter sido testemunhado por ninguém, e de que nunca foram, realmente, casados, e que apenas moraram juntos, o que para a época era um escândalo. Paulette e Chaplin brigavam muito por ciúmes, e se separaram e voltaram diversas vezes.
Após a morte de Remarque, com quem vivia longe do cinema nos arredores de Lugano, ao sul da Suíça, Paulette dedicou-se aos negócios com jóias. Ainda aceitou um papel, a de mãe de Claudia Cardinale em "Gli Indifferenti" (Os Indiferentes), filme italiano. Seu último filme, feito para televisão, foi "Snoop Sisters" (também conhecido como "Female Instinct"), para a Universal, em 1972, dirigido por Leonard B. Stern, ao lado de Helen Hayes, Mildred Natwick, Craig Stevens e Jill Clayburn, fazendo um pequeno papel de uma estrela assassinada.
Goddard foi tratada de câncer de mama, aparentemente com sucesso, embora a cirurgia tenha sido muito invasiva e que o médico tenha tido de retirar várias costelas. Mais tarde, ela se estabeleceu em Ronco, na Suíça, onde morreu após uma doença de curta duração (supostamente) enfisema vários meses antes de seu aniversário de 80 anos. Ela está enterrada no cemitério de Ronco, ao lado de Remarque e sua mãe.[4]
Norma Treet. Filme feito para TV. Título alternativo: Female Instinct
Notas
↑Algumas fontes citam como local de seu nascimento Great Neck, Long Island, Estado de Nova Iorque, outras Whitestone Landings, Queens, também em Long Island.[2]
↑Há controvérsias sobre sua data real de nascimento. Lepiane cita o ano de seu nascimento 1911[2]
↑Não há muita coerência entre as fontes publicadas sobre o ano de nascimento de Goddard (por exemplo, no momento de sua morte, os funcionários, na Suíça, onde morreu, listaram seu ano de nascimento em 1905), mas o Censo dos EUA, feito em 15 de abril de 1910, mostra os seus pais, que viviam em Manhattan, ainda sem filhos; e o Censo dos EUA em 01 de janeiro de 1920 mostra Paulette Goddard (como Pauline G. Levy), 9 anos, morando com os pais em Kansas City, Missouri.