Militarismo ou ideologia militarista é uma ideologia que defende que a sociedade é mais bem servida (ou servida de maneira mais eficiente) quando governada ou guiada por conceitos ou pessoas oriundos da cultura, doutrina e sistemamilitares.[1] Militaristas sustentam que a segurança é a mais alta prioridade social, e alegam que o desenvolvimento e a manutenção do aparato militar assegura essa segurança.
Acredita-se que a sociedade militarista surgiu na Grécia Antiga. O maior exemplo deste fenômeno foi Esparta, entre o século IX a.C. e o século IV a.C. Naquele povo, havia uma sociedade de guerreiros que, estruturalmente, se organizava como uma casta. Estes se identificavam como uma sociedade de "iguais".
Modernamente, acredita-se que o militarismo assumiu o poder nacional pela primeira vez em 1799 com Napoleão Bonaparte na França. Desta forma, a revolução burguesa atingiu seu objetivo, isto é, a derrubada da monarquiaabsolutista, entregando o poder político aos militares para garantir os privilégios recém-conquistados.[carece de fontes?]
Houve, a partir daí, uma ruptura da índole mercenária dos exércitos. Estes acabaram por se transformar em instituições nacionais. A profissionalização dos militares trouxe a consolidação e a construção das nacionalidades, aprofundando e fortalecendo sua influência sobre as nações.
Prússia e Bismarck
No Reino da Prússia, de meados do século XVIII até Otto von Bismarck assumir o poder nacional em 1871, houve a confirmação de que o militarismo estava iniciando seu domínio sobre algumas nações, ou seja, as forças armadas nacionais estavam impondo uma nova concepção de domínio.
Carl von Clausewitz, no início do século XIX, afirmou "a subordinação da guerra à política" na sua obra clássica Der Krieg ("A guerra") (1832-1837), afirmando que "a guerra é a continuação da política com o emprego de outros meios", e que "é o político que comanda o fuzil, não o inverso".
A Revolução Russa e a bipolarização
Depois da Revolução Russa de 1917, houve um substancial crescimento da importância do domínio das forças armadas sobre as nações. Além do aumento do poder do militarismo, ainda houve o início da influência ideológica sobre seus componentes. Entre a Revolução Russa e a Segunda Guerra Mundial, a ideologia nas forças armadas iniciou uma importante escalada rumo à bipolarização mundial.
O militarismo e a escalada armamentista foram constantemente financiados e utilizados nos países do Terceiro Mundo, ou em desenvolvimento, em que as forças armadas nacionais se fortaleceram e ampliaram sua atuação interna combatendo ora o comunismo, ora o capitalismo.[2]
JOHNSON, C. 2005. The Sorrows of Empire. Militarism, Secrecy, and the End of the Republic. Henry Holt, April 2005, Paperback. 389 pages.
Lens, Sidney (1987) Permanent War: The Militarization of America (New York: Schocken).
Soroko, Jennifer (2006). Water at the intersection of militarization, development, and democracy on Kwajalein Atoll, in the Republic of the Marshall Islands. MA thesis, Department of Anthropology, Brown University.