Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde
A Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde é uma lista publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com os medicamentos considerados os mais eficazes e seguros para responder às necessidades de um sistema de saúde. A lista é frequentemente usada por países como apoio à criação das suas próprias listas de medicamentos essenciais.[1] Em 2016, mais de 155 países tinham criado listas nacionais com base na lista modelo da OMS,[2] incluindo tanto países em vias de desenvolvimento como países desenvolvidos.[1]
A lista está dividida em elementos essenciais e elementos complementares. Os elementos essenciais são considerados as opções com melhor relação custo-benefício para os principais problemas de saúde e podem ser usados mesmo em situações onde existem poucos recursos clínicos. Os elementos complementares tanto podem necessitar de infraestruturas adicionais, como formação de profissionais de saúde ou equipamento médico de diagnóstico, como apresentar menor relação custo-benefício.[3] Cerca de 25% dos elementos encontram-se na lista complementar.[4] Alguns medicamentos são considerados tanto essenciais como complementares.[5] Embora a maior parte dos medicamentos da lista esteja disponível como medicamento genérico, o facto de um medicamento estar protegido por uma patente não faz com que seja automaticamente excluído da lista.[6]
A primeira lista foi publicada em 1977 e incluía 212 medicamentos.[1][7] A OMS atualiza a lista a cada dois anos.[8] A 19ª edição foi publicada em 2015 e contém cerca de 410 medicamentos.[8] Em 2017 foi publicada a 20ª edição.[9] As listas nacionais contêm entre 334 e 580 medicamentos.[4]
Em 2007 foi criada uma lista em separado para crianças até 12 anos de idade, denominada Lista de Medicamentos Essenciais para Crianças (LMEC), encontrando-se à data de 2017 na sua 5ª edição.[8][10] A sua criação procurou assegurar que as necessidades das crianças, como formulações específicas, eram tidas em conta de forma sistemática.[11][12] Todos os elementos da lista para crianças fazem também parte da lista principal.[13] Tanto a lista como as notas têm por base as 19ª e 20ª edições da lista principal.[3][9] Um símbolo α assinala um medicamento que se encontra apenas na lista complementar.[3]
Efedrinaα (não é um anestésico local, estando incluído na lista para prevenção da baixa pressão arterial associada à anestesia espinhal durante uma cesariana)
Medicação pré-operatória e sedação para intervenções a curto prazo
↑Listado apenas para tratamento unidose de gonorreia ano-genital sem complicações
↑Cefalosporina de terceira geração de escolha para uso em recém-nascidos hospitalizados
↑Do not administer with calcium and avoid in infants with hyperbilirubinemia.
↑A benzilpenicilina procaína não está recomendada como tratamento de primeira linha para a sepse neonatal, exceto em cenários de elevada mortalidade neonatal e quando administrada por profissionais com formação nos casos em que não seja possível aceder a tratamento hospitalar.
↑Listada apenas para o tratamento de infeções hospitalares em que há risco de morte devido a infeções multirresistentes suspeitas ou confirmadas.
↑A ofloxacina e a moxifloxacina podem ser alternativas em função da disponibilidade e considerações do programa.
↑ abA FTC é uma alternativa aceitável ao 3TC, com base no conhecimento da farmacologia, padrões de resistência e ensaios clínicos dos antirretrovirais.
↑Para o tratamento de febres hemorrágicas virais e em associação com interferões pagilados para o tratamento de hepatite C
↑Em doença potencialmente grave ou complicada devido à presença confirmada ou suspeita de infeção por vírus da gripe de acordo com as recomendações de tratamento da OMS.
↑Para o tratamento da hepatite C, em associação com interferão pegilado ou antivíricos de ação direta
↑Não está recomendado no primeiro trimestre de gravidez ou em crianças com menos de 5 kg.
↑Usado em associação com amodiaquina, mefloquina ou sulfadoxina + pirimetamina
↑Podem ser alternativas outras associações que ofereçam as mesmas doses-alvo, como por exemplo 153 mg ou 200 mg (na forma de cloridrato) com 50 mg de artesunato.
↑Apenas para utilização no tratamento de infeção por P. vivax.
↑A Hidralazina está listada apenas para uso no tratamento agudo de hipertensão grave induzida por gravidez. Não está recomendado o uso no tratamento de hipertensão normal, dada a disponibilidade e evidências de maior eficácia de outros medicamentos.
↑A Metildopa está lista apenas para uso no tratamento agudo de hipertensão induzida por gravidez. Não está recomendado o uso no tratamento de hipertensão normal, dada a disponibilidade e evidências de maior eficácia de outros medicamentos.
↑Wirtz, VJ; Hogerzeil, HV; Gray, AL; Bigdeli, M; de Joncheere, CP; et al. (28 de janeiro de 2017). «Essential medicines for universal health coverage». The Lancet. 389 (10067): 403–476. PMID27832874. doi:10.1016/S0140-6736(16)31599-9
↑Kalle, H (9 de fevereiro de 2017). «Essential Medicines for Children». Clinical Pharmacology & Therapeutics. 101: 718–720. PMID28182281. doi:10.1002/cpt.661