Jogador formado nas escolinhas do Ferroviário, Jardel destacou-se nos juvenis do clube e, antes de ser profissional, despertou o interesse do Vasco da Gama, que adquiriu o seu passe por 27.500 dólares, em 1993. No clube carioca, conquistou o bicampeonato brasileiro de juniores.
Na mesma época, participou do Mundial Sub-21, na Austrália, pela Seleção Brasileira, sagrando-se campeão. De volta ao Brasil, assinou o seu primeiro contrato profissional com o Vasco, embora seguisse atuando junto a forte equipe de juniores formada em São Januário.
Revezando entre o time de juniores e o profissional, os seus primeiros títulos como profissional, ainda atuando como reserva, foram os Campeonato Carioca de 1992 e Campeonato Carioca de Futebol de 1993.[2] Na reta final do Campeonato Carioca de 1994, Jardel ganhou finalmente a titularidade. Carente de atacantes após a morte prematura de Dener, o técnicoJair Pereira apostou no então jovem atacante, que acabou o torneio com 17 gols, foi autor de dois deles na final diante do Fluminense e garantiu o inédito Tricampeonato estadual do clube!
Conquistando o título e a artilharia, chamou a atenção do Grêmio, que na época voltava a ser protagonista no futebol nacional após a conquista da Copa do Brasil no ano anterior. Acabou emprestado ao clube gaúcho, onde integrou a extensa lista de reforços da equipe tricolor que disputaria a Libertadores da América em 1995.
Grêmio
No Sul do Brasil, Jardel caiu nas graças da torcida e do técnico, Felipão, que montou um esquema tático especial para o atacante. Formando uma dupla de ataque afiada com o veloz Paulo Nunes e contando com os cruzamentos precisos de Francisco Arce e Roger, Jardel fez correr o mundo a sua fama de bom cabeceador, na campanha que deu ao Grêmio o seu segundo continental. Terminou a competição como artilheiro, com doze gols.
Para ficar em definitivo com o jogador, o Grêmio teria de pagar 1.275 milhão de dólares ao Vasco até 18 de agosto de 1995, valor considerado alto para a época. A diretoria do clube conseguiu arrecadar somente 10% deste valor através da campanha "Fica Jardel".[3]
O artilheiro, ídolo da torcida, acabou sendo vendido ao Porto por US$ 1,8 milhão[7] (sendo que o Porto pode ter pago até US$ 6 milhões[8]), deixando o Grêmio em junho de 1996 após marcar três gols sobre o Juventude na final do Gauchão,[9] sem participar da campanha que consagrou o Grêmio campeão brasileiro em 1996.
Foi cinco vezes artilheiro do Campeonato Nacional, em 1996–97 (30 gols), 1997–98 (26 gols), 1998–99 (36 gols) e 1999–00 (38 gols) e 2001–02 (42 gols). Em torneios internacionais, marcou quinze vezes em 24 partidas. Essa profusão de gols foi em parte creditada a simbiose estabelecida junto ao extremo-esquerdo Ljubinko Drulović. Ainda no Porto, foi também artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA na época de 1999–00 com 10 gols, em igualdade com Rivaldo e Raúl.
Tantos gols pelo Campeonato Português acabaram levando Jardel ao posto de principal artilheiro da Europa. Em decorrência disso, conquistou a Bota de Prata em 1997, a Bota de Ouro em 1999 e a Bota de Bronze em 2000, além de ter recebido do prêmio de maior goleador da Europa dado pela revista inglesa World Soccer.
Galatasaray
Em 2000–2001, despediu-se do Porto e rumou ao futebol turco. Marcando cinco gols logo na estreia, destacou-se pelo Galatasaray, anotando 24 gols em 22 partidas naquela temporada, levando o clube ao vice-campeonato nacional e ao título da Supertaça Européia. Por repetitivas lesões e por problemas extracampo, sua relação com o clube de Istambul acabou sendo curta.
Sporting
Na temporada seguinte, foi negociado com o Sporting. De volta ao país onde havia colhido tantas glórias, Jardel reencontrou o seu grande futebol. De 2001 a 2003, foi Campeão Português, vencedor da Taça de Portugal e Campeão da Supertaça. Marcou 42 gols em 30 jogos na temporada 2001–2002, recebendo novamente Bota de Ouro.
Tanto sucesso fez despertar uma série de especulações sobre o artilheiro, entre elas, o interesse de grandes clubes europeus pelo seu futebol.
O declínio
Em julho de 2002, Jardel alegou problemas psicológicos relacionados com a ausência da Seleção Brasileira, falha na transferência para um grande europeu e a separação da sua esposa Karen Ribeiro, acabando mesmo por ser internado numa clínica em agosto.[10] No final de setembro voltou aos treinos no Sporting.[11] Em junho de 2003, depois de uma época com muitos conflitos com o clube e os adeptos e onde ainda assim fez 12 golos em 21 jogos,[12] foi acordada a rescisão do contrato por 2,5 milhões de euros.[13]
Em agosto de 2003, assina contrato pelo Bolton da Premier League, onde jogou apenas sete partidas, sendo repassado logo em seguida ao Ancona.
Em 2004, tentou se transferir para o Corinthians, chegando a aceitar uma hipotética redução salarial. Acabou não sendo contratado, novamente por questões físicas. Acabou sendo emprestado ao Palmeiras.
A partir daí, uma porção de clubes ao redor do mundo passou a apostar no jogador tentando trazer de volta os seus grandes tempos de artilheiro. Primeiro, foi o Newell's Old Boys onde jogou três partidas. Em 2005, foi para o Deportivo Alavés.
Ainda em 2005, treinou por três dias no Nancy, da França, antes de ser anunciado como novo reforço do Ankaraspor, da Turquia. Porém, Jardel atrasou-se para viajar e a equipe turca não conseguiu inscrevê-lo a tempo de disputar o campeonato nacional. Acabou dispensado logo em seguida, sem sequer entrar em campo.
Depois de passar por Goiás em 2006 voltou ao futebol português, ao serviço do Beira-Mar.
Em entrevista ao programa Esporte Espetacular, em abril de 2008, Jardel abriu o jogo revelando que havia usado cocaína nos últimos anos e que talvez fosse esse o motivo do jogador ter perdido o seu condicionamento físico. No entanto, afirmava estar curado do vício e otimista quanto ao andamento de sua carreira.
O ressurgimento no Criciúma
Em 2008, aos 35 anos, firmou um contrato de cinco meses com o Criciúma. Estreou no dia 5 de agosto de 2008 em pleno Estádio Heriberto Hülse em Criciúma e, aos 23 minutos do segundo tempo, marcou o segundo gol do time na vitória de 3–2.[14]
No dia 12 de dezembro de 2009 participou de um jogo de despedida do, agora, ex-goleiro Danrlei. Jardel fez parte do time Grêmio de 1995, que enfrentou os Amigos de Danrlei. A partida terminou 4–3 para o time de 1995, com Jardel marcando 2 gols.[15] Antes do jogo comemorativo, Jardel deu entrevista afirmando que ainda pretende encerrar a carreira no Grêmio.[16]
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Jardel, juntamente com outras 10 pessoas, extorquiu funcionários, nomeou servidores-fantasmas e desviou verbas em benefício próprio. O MP ofereceu denúncia em fevereiro de 2016 como resultado da investigação deflagrada em novembro de 2015 (Operação Gol Contra), desencadeando um processo disciplinar de cassação do seu mandato. O deputado Marlon Santos, do PDT, corregedor do Parlamento estadual, afirmou que Jardel realizava atividades "incompatíveis com o decoro parlamentar". Uma outra razão citada foi o envolvimento de Jardel com o tráfico de drogas. Segundo o corregedor "Há provas cabais da utilização de carro indenizado pela Assembleia para andar com traficante de cima para baixo".[21]
No dia 8 de junho de 2016 a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa Gaúcha aprovou o pedido de cassação do mandato de Jardel, encaminhando o caso à Comissão de Constituição e Justiça.[21] No início do mês de dezembro o relatório que recomendava a cassação do deputado foi aprovado pela CCJ, sendo levado ao plenário no dia 22 de dezembro de 2016 resultando na cassação por unanimidade do deputado.[22] Em seu lugar assumiu o suplente Edu Olivera.[23]