A Igreja Metodista Livre, em inglêsFree Methodist Church, é uma denominação evangélica histórica, de herança metodista e influenciada pelo Movimento de Santidade ocorrido nos EUA no século XIX.[2][3] Sua membresia mundial é estimada em mais de 1 milhão e 200 mil pessoas. [1] No Brasil, a denominação tinha, em 2017, um total de 9.802 membros, sendo 7.347 membros na Conferência Geral e 2.455 membros no Conselho Nikkei.[4]
Do domínio episcopal, passando a ter a participação dos leigos na administração espiritual e material da igreja;
Do pecado original, com a ênfase na santidade e na doutrina da inteira santificação;
Da rígida liturgia dos cultos, para ser guiada e usada pelo Espírito Santo.
Apenas meio século depois da expulsão, a Igreja Metodista Episcopal reconheceu que a expulsão era injusta e devolveu as credenciais pastorais de Roberts e outros pregadores e desculpou-se publicamente ao Reverendo Benson Roberts, filho de B. T. Roberts.[7]
O governo Metodista Livre é episcopal, mas com modificações. O bispo não é eleito por seus pares, e sim em uma assembleia de clérigos e leigos e depois ratificado no Concílio (ou Conferência) Geral. As Igrejas Metodistas Livre se organizam em Concílios (ou Conferências), cuja área é geográfica, ainda que existam concílios étnicos. A reunião anual é denominado de Concílio Anual, com os delegados de cada igreja. Todos os Concílios são subordinados a um Concílio Geral, com reunião a cada quatro anos. Estes por sua vez se sujeitam ao Concílio Mundial.[2]
Em 1999, a Free Methodist World Fellowship fundiu-se com o Free Methodist Constitutional Council para formar a Free Methodist World Conference (FMWC). A Conferência Mundial tem sido realizada em diversas partes do mundo: Harare, Zimbábue (2003); São Paulo, Brasil (2007); e Bujumbura, Burundi (2011).[8] Na Conferência de 2019, em Orlando, Flórida, foi eleita a primeira mulher bispo.[9] Atualmente, os três bispos da FCMUSA são Matt Whitehead (bispo líder), Linda Adams e Keith Cowart, os quais dividem a responsabilidade pelos Estados Unidos e supervisionam as igrejas nos outros continentes.[10]
Dentre seus ministérios e organizações, a FMCUSA mantém:[1]
a Free Methodist Foundation, administrando fundos e doações para apoiar os ministérios da FMC;
a Free Methodist World Missions;
a revista Light and Life Magazine, nascida em 1868;
a Association of Free Methodist Educational Institutions (AFMEI), instituições de ensino superior em relação com a FMC: Central Christian College of Kansas, em McPherson; a Greenville University, em Greenville; a Roberts Wesleyan College em Rochester; a Seattle Pacific University, em Seattle; a Spring Arbor University, em Spring Arbor; e a Azusa Pacific University, em Azusa;
No relatório sobre o ano de 2018, segundo a FMCUSA, 107.050 pessoas participaram de seus cultos; sua membresia era formada por 65.998 membros leigos, 2.355 anciãos e 87 diáconos, totalizando 68.440 pessoas. A nível global, a denominação está presente em mais de 80 nações de todos os continentes, com igrejas, igrejas em formação e missionários.[1] Em 2020, a denominação reportava 856 igrejas americanas, com 68.356 membros, 91.820 participantes, e 1.200.797 na associação global.[12]
A denominação se espalhou por diversas regiões do mundo. O primeiro missionário ao Japão foi um imigrante japonês enviado na década de 1880 e a igreja é estabelecida em 1895. A partir do Japão, tem início o trabalho Metodista Livre no Brasil.[2]
Igreja Metodista Livre no Brasil
A Igreja Metodista Livre no Brasil (IMeL) foi fundada através do Missionário Massayoshi "Daniel" Nishizumi, nascido em Osaka e adotado por uma família de missionários norte americanos. Nishizumi converteu-se, batizou-se e formou-se no Seminário de Osaka em 1928. No mesmo ano, ao conhecer a emigração japonesa ao Brasil, sente o desejo de evangelizá-los; então Nishizumi e mais dois irmãos viajam para o Brasil.[2]
O primeiro culto constituindo a Igreja Metodista Livre no Brasil foi realizado pelo Pastor Daniel Nishizumi, no bairro da Liberdade, em São Paulo, no dia 1 de novembro de 1936. Nos primeiros anos, o crescimento da igreja acontece entre imigrantes japoneses e seus descendentes. Em 1946, após a vinda dos primeiros missionários americanos e a ajuda de dois brasileiros, provenientes da Igreja Holiness, inicia-se a Igreja Metodista Livre entre os brasileiros. Nishizumi filiou-se ao Concílio Geral da Igreja nos EUA.[2]
Em 1954 foi organizado o Concílio Provisional da América do Sul, subordinado à Junta de Missões do Concílio Geral dos EUA, formado pelas alas japonesa, brasileira e as missões no Paraguai. Dois anos depois foi fundado o Seminário Teológico Metodista Livre. Em 1964 o Concílio Provisional é elevado à Concílio Anual Sul-Americano, e dois anos depois, com a aprovação do superintendente do Concílio Geral dos EUA, foram organizados o Concílio Nikkei, o Concílio Anual Paulista (Brasileiro) e o Concílio Provisional Paraguaio.[2]
Após a independência dos concílios e sua reestruturação, a ala japonesa sofre uma separação, com membros se juntando às Assembleias de Deus e formando a Assembleia de Deus Nipo Brasileira (ADNIPO). Com a diminuição dos Issei, primeira geração de japoneses, a língua japonesa deixa de ser a principal da igreja. Apenas em 1985 o primeiro Nissei foi eleito para a superintendência do Concílio Nikkei. Após a "Declaração de Missão da Igreja Metodista Livre - Concílio Nikkei", a denominação começa a investir no trabalho missionário no exterior, principalmente entre os Decasséguis brasileiros.[2]
Somos uma Igreja Brasileira, de origem japonesa. Reconhecemos com apreço nossa origem étnica e histórica, que entendemos ser dádiva do Senhor. A partir dessa consciência, somos responsáveis para com o povo nikkei, para com a nação que adotamos (Brasil) e, por extensão, para com a visão de alcançar todos os povos com o Evangelho de Jesus Cristo. (Declaração de Missão da Igreja Metodista Livre - Concílio Nikkei, aprovada em 1995.)
Enquanto o Concílio Nikkei permanece ligado ao Concílio Geral norte-americano, o Concílio Brasileiro estabeleceu o Concílio Geral Brasileiro, ratificado no Concílio Mundial de 2007.[2]
Atualmente, a IMeL é formado por dois concílios: o Concílio Geral Brasileiro e o Concílio Nikkei. O Concílio Geral Brasileiro tem 85 pastores, 29 candidatos ao ministério, 36 ministros leigos, 48 igrejas, 24 congregações, 25 pontos de pregação, 7.635 membros, uma creche-escola, uma escola de educação infantil para crianças carentes, uma escola de ensino fundamental e uma associação beneficente.[13] Em 2018, seu superintendente era o Bispo Ildo Melo.[1]
O Concílio Nikkei é voltado aos imigrantes japoneses e seus descendentes. É composto por 25 pastores, 10 candidatos ao ministério, 17 igrejas, 5 pontos de pregação, 6 campos missionários, 2.033 membros, duas escolas de educação fundamental, e uma escola de educação infantil para crianças carentes.[13] Em 2018, o superintendente era o Pastor Daniel Seiji Abe.[1]