A Igreja Católica na Líbia é parte da Igreja Católica universal, em comunhão com a liderança espiritual do Papa, em Roma, e da Santa Sé.[6] Em geral os membros católicos são expatriados de outros países, como filipinos, subsaarianos, e apenas cerca de 150 ex-muçulmanos, estes últimos particularmente vulneráveis à perseguição. Os números de católicos (e de outros cristãos) são baixos, especialmente após o início dos conflitos que levaram o país a duas guerras civis. Após a derrubada do regime de Muammar Gaddafi, grupos islâmicos militantes lutam para conquistar vantagens perante o Estado. Os poucos líbios que são cristãos, e não muçulmanos, têm de manter a fé em segredo, ainda que os convertidos do islã sejam poucos. Os líbios étnicos são proibidos de participar de serviços religiosos cristãos. O surgimento de programas de TV cristãos via satélite e sites cristãos em árabe, fez com que o interesse no cristianismo venha aumentando. Como na maioria dos países muçulmanos, a conversão causa pressão social e familiar. É comum que os cristãos que expressem sua fé publicamente, tanto líbios quanto estrangeiros, sejam mortos brutalmente, ou enfrentem prisões, trabalhos forçados, ameaças ou agressões.[7]
Citação: Então, os reis e os príncipes de todas as cidades e de todas as províncias, da Síria, da Mesopotâmia, da Síria de Sobal, da Líbia e da Cilícia, enviaram seus delegados a Holofernes. escreveu: «Jt3,1 – Tradução da Bíblia Ave Maria» Citação: Montai a cavalo; lançai-vos, carros; avançai, soldados: núbios e líbios que põem escudo, lídios que retesam o arco. escreveu: «Jr46,9 – Tradução da Bíblia do Peregrino» Citação: Como então ouvimos cada um em nossa língua nativa? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e Capadócia, Ponto e Ásia, Frígia e Panfília, Egito e distritos da Líbia junto a Cirene, romanos residentes, judeus e prosélitos, cretenses e árabes: todos os ouvimos contar em nossas línguas as maravilhas de Deus. escreveu: «At2,8-11 – Tradução da Bíblia do Peregrino»
Também contam as Sagradas Escrituras que o homem que ajudou Jesus a carregar a cruz, chamado Simão, era líbio, mais especificamente da cidade de Cirene: Citação: Passava por aí, voltando do campo, certo Simão de Cirene (pai de Alexandre e Rufo), e o forçaram a carregar a cruz. Conduziram-no ao Gólgota (que significa Lugar da Caveira). escreveu: «Mc15,21-22 – Tradução da Bíblia do Peregrino»
Cristianismo primitivo
A expansão do cristianismo ao longo do norte da África não é tão conhecida.[8] O cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano no ano 380, por ordem do imperador Teodósio I, por meio de uma lei conhecida como Édito de Tessalônica. Houve períodos do Império em que, fora Roma, as maiores cidades eram Alexandria, no Egito, e Cartago, onde atualmente está a Turquia. Essas cidades se tornaram um reduto para a igreja cristã.[9] Pensadores cristãos primitivos, como Tertuliano, São Cipriano e Santo Agostinho, nasceram no norte da África e serviram em Cartago, favorecendo o florescimento da Igreja Católica na região, incluindo a Líbia.[8]
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Desde o século II ao século IV, a vida cristã, nas regiões setentrionais de África, foi intensíssima e esteve na vanguarda, tanto do estudo teológico como da expressão literária. Saltam-nos à memória os nomes dos grandes doutores e escritores, como Orígenes, Santo Atanásio e São Cirilo, luminares da Escola Alexandrina; e, na outra extremidade mediterrânica da África, Tertuliano, S. Cipriano, e sobretudo Santo Agostinho, um dos espíritos mais brilhantes do cristianismo. [...]. Durante estes primeiros séculos da Igreja em África, também algumas mulheres deram testemunho de Cristo. De entre elas, obrigatória é a menção particular das Santas Felicidade e Perpétua, Santa Mônica, e Santa Tecla.
Após a conquista islâmica do Egito, no século VII, a Líbia também foi alvo da ocupação, iniciada em 641. Embora os cristãos lá fossem inicialmente tolerados como dhimmi, o cristianismo enfraqueceu à medida que a população mais velha gradualmente adotou a religião e a língua de seus conquistadores árabes, sendo essa uma das primeiras regiões a ser conquistada pelos maometanos. Ainda assim, os cristãos conseguiram sobreviver até os séculos VII e VIII. A islamização do país foi concluída em 1067. Os motivos por que uma igreja antes tão promissora não conseguiu resistir à expansão árabe são debatidos.[10] Vários fatores podem ter contribuído para isso, por exemplo:
Ressentimento do povo nativo contra governantes estrangeiros e sua respectiva identidade religiosa. O povo berbere aparentemente escolheu uma religião que os diferenciava da filiação à igreja alternativa contribuiu para a identidade berbere e para a oposição política.[8]
Pela disputa de poder que ocorria na igreja, após o surgimento da heresia donatista, que ganhou apoio entre os berberes e surgiu após o cristianismo se tornar a religião oficial do império. A Igreja Católica permaneceu política e culturalmente mais próxima aos romanos, enquanto os hereges donatistas representavam um movimento eclesiástico mais nacionalista, com uma postura conservadora, mas incorporou uma expressão mais carismática. Valorizavam a herança africana, de sua identidade como uma igreja de mártires e do ensino de Tertuliano sobre o discipulado radical e a pureza da vida cristã. Já a Igreja Católica, por outro lado, enfatizava a universalidade da igreja, os ensinamentos de Tertuliano sobre a unidade e o serviço da igreja à sociedade. O conflito entre a Igreja Católica e os donatistas pode então representar a tensão entre a igreja como entidade global e como entidade local – os donatistas eram uma ameaça à unidade da igreja. Alguns dos fatores eram: Os esforços de unidade falhavam e as igrejas rotulavam uma à outra como falsas. Isso causou uma tensão importante na Igreja enquanto entidade.[8][11][12]
Segundo a perspectiva histórica convencional, a conquista islâmica do Magrebe pelo Califado Omíada entre 647 e 709 acabou de forma efetiva com o catolicismo em toda a África durante vários séculos.[13]
Durante o século XIII, a região foi visitada por São Francisco de Assis, que almejava evangelização e trabalhos caritativos com os pobres. Durante sua peregrinação, e apesar das cruzadas, São Francisco encontrou e dialogou com o sultão Camil, que governava a Terra Santa na época, tentando, sem sucesso, converter o sultão.[14] Entre os séculos XII e XVII a atividade missionária cristã em geral foi muito limitada, contudo a Igreja Católica conseguiu entrar novamente no século XV, ainda assim com pouco sucesso. Uma prefeitura apostólica foi estabelecida em Trípoli em 1643, sob os cuidados de franciscanos vindos da Itália, que nos primeiros dias exerceram obras de caridade nos portos, principalmente entre cristãos, mercadores e cativos, mas pouco alcançaram entre as tribos nômades senussi das regiões desérticas do território líbio.[12]
Colonização
Tomada pelos turcos-otomanos por vários séculos, a Líbia foi disputada também pelas potências europeias, e, mais especificamente pela Itália, a partir de 1883, além de outros países como Eritreia e Somália. A Líbia se tornou um território italiano em 1911, pois os italianos, com o pretexto de proteger a cidade Tripolitânia, declaram guerra ao Império Otomano. Logo chegaram colonos ao país, assistidos por padres, e, em 1913, Trípoli foi elevada a vicariato apostólico, cujo território cobria toda o território líbio. Com o aumento da imigração italiana, esse vasto território tornou-se grande demais para uma única administração eclesiástica e, em 1927, foi dividido em Vicariato de Trípoli, no oeste, e o da Cirenaica, ou Bengazi, no leste. Em 1939, mais dois territórios foram separados de Bengazi: a Prefeitura de Misurata e o Vicariato Apostólico de Derna. Derna foi confiado aos salesianos, ficando os demais territórios nas mãos dos franciscanos. No início da Primeira Guerra Mundial a Líbia torna-se independente, mas ainda em 1939 os italianos incorporaram-na novamente,[12][15] e no início da Segunda Guerra Mundial, todos os missionários não católicos foram expulsos do país e não conseguiram retornar até 1946.[7] Entre 1942 e 1943 a Líbia libertou-se da Itália, e passou a ser um território franco-britânico até a sua independência, em 1951. Este período de colonização europeia facilitou a entrada de missionários católicos e a construção de igrejas.[15]
Pós-independência
Com a Revolução de 1969, todos os missionários italianos foram expulsos pelo golpista coronel Muammar Gaddafi. Dados de 2007 diziam que a Igreja à época gozava de certa liberdade religiosa, e que os cristãos, somavam cerca de 77 mil pessoas de várias nacionalidades: árabes, coreanos, filipinos, poloneses, malteses, italianos, franceses, sudaneses e outros grupos da África subsaariana. A Líbia havia conseguido fazer com que as relações entre Estado e Igreja melhorassem: a liberdade religiosa, com um documento que permitia servir os cristãos de todo o país sem restrição; liberdade de importar livros de culto e bíblias em diferentes idiomas; isenções de impostos, tanto para igrejas quanto para mesquitas.[16] A partir deste momento começou uma diminuição gradual no número de membros das ordens que geriam os vicariatos apostólicos do país.[12]
Embora os membros das ordens religiosas tenham sido impedidos de entrar no país durante as décadas de 1970 e de 1980, esta situação foi revertida e os religiosos foram ativamente encorajados a entrar na Líbia depois que as sanções comerciais impostas pela ONU causaram falta de ajuda médica e outros suprimentos necessários. Embora se opusesse ao papel da Líbia em atividades terroristas, o ativismo do Papa São João Paulo II foi fundamental para finalmente suspender as sanções comerciais das Nações Unidas, ajudando assim a economia da região na recuperação enquanto a Líbia entrava no novo milênio.[12][17]
Atualmente
Em 2000, a Igreja manteve os Vicariatos Apostólicos de Bengazi e Trípoli, bem como uma prefeitura apostólica em Misurata. Em Trípoli, o bispo serviu à comunidade italiana, enquanto o bispo de Bengazi administrou à população católica predominantemente maltesa da cidade. Apesar de seu status de religião minoritária em uma nação predominantemente muçulmana, a Igreja assumiu a responsabilidade por uma série de atividades de caridade e culturais, entre elas hospitais, escolas e lares para deficientes. As escolas católicas, abertas também a crianças muçulmanas, proporcionaram educação a milhares de jovens líbios.[12]
Em 29 de dezembro de 2006, as comunidades cristãs de diversas denominações foram convidadas por Gaddafi, junto aos muçulmanos, embaixadores cristãos presentes em Trípoli, a passar com ele uma noite de convívio na véspera do ano novo. Bengazi é a segunda maior cidade líbia, e onde se encontra o maior número de fiéis, tornando-se o centro das atividades e do serviço pastoral. Existiam lá também duas comunidades de religiosas, com atuação no serviço litúrgico e catequético, e trabalhos em centros sanitários e hospitalares. Existiam no Vicariato Apostólico de Bengazi sete Congregações femininas (Irmãs da Imaculada Conceição de Ivrea, Irmãs Servas do Sagrado Coração de Jesus de Cracóvia, Irmãs Franciscanas Missionárias do Menino Jesus, Irmãs Ursolinas do Sagrado Coração de Asola, Irmãs de Santa Ana, Irmãs da Sagrada Família de Spoleto).[16] Em fevereiro de 2006, a cidade foi palco de violentos protestos em decorrência da publicação de caricaturas do profeta Maomé pelo jornal dinamarquêsJyllands-Posten.[18][19]
Primavera Árabe
Em sequência da série de protestos de abalaram todo o mundo árabe a partir de 2011, a Líbia chegou à uma violenta Guerra Civil. Muammar al-Gaddafi foi político, militar, ideólogo e governante absoluto do país, sendo de factochefe de estado da Líbia entre 1 de setembro de 1969 e 20 de outubro de 2011, quando foi deposto após a Guerra Civil Líbia e morto na Batalha de Sirte. Durante seus mais de 40 anos no poder, Gaddafi adquiriu o status de ditador de seu país e impôs leis que favoreciam todos os seus partidários e companheiros e oprimiam com forte violência a seus opositores,[20] adquiriu de forma ilegal uma fortuna estimada em mais de 20 bilhões de dólares.[21] adquiriu de forma ilegal uma fortuna estimada em mais de 20 bilhões de dólares.[22] A derrubada de Gaddafi e as instabilidades políticas levaram também ao retorno das dificuldades das relações da sociedade líbia para com os católicos, e com os cristãos em geral do país. Um projeto para a nova Constituição, proposto em 2017, se aprovado, faria com que a sharia islâmica fosse a única fonte de legislação e sem quaisquer garantias de liberdade religiosa.[6][7][23] Os líbios ex-muçulmanos que se converteram ao cristianismo enfrentam enorme pressão familiar e da comunidade em geral para renunciar à fé em Jesus. Tanto eles quanto os cristãos estrangeiros estão vulneráveis a sequestros e assassinatos por grupos de radicais islâmicos e do crime organizado. Compartilhar a fé cristã publicamente é ilegal. Cristãos migrantes de locais como a África Subsaariana também acabam presos em centros de detenção, e são abusados, torturados e extorquidos pelos traficantes. Também há casos de cristãos forçados a trabalhos intensos ou até a prostituição. Uma mulher cristã etíope disse que escondiam as suas cruzes "porque a polícia líbia que trabalha em [centros de detenção] não apreciava os cristãos".[6][7]
Com o conflito, a Líbia se tornou um clássico Estado falido, e seu sonho de se tornar um país aberto e democrático foi substituído por um cenário totalmente diferente, no qual grupos extremistas controlam diferentes partes do país e competem pelo seu controle. A guerra civil, que contou com três governos rivais significa que a Líbia poderá continuar a ser um refúgio seguro para grupos fundamentalistas, como o Estado Islâmico.[7] Após o agravamento dos conflitos no país, e então núncio apostólico da Líbia, Tommaso Caputo, afirmou à Rádio Vaticano que os missionários católicos (dois bispos e 15 sacerdotes) não vão "abandonar" a população neste momento "difícil", e que as 16 ordens e congregações católicas atuantes na Líbia intensificaram sua assistência à população.[24]
A Constituição temporária proibia qualquer forma de discriminação religiosa, contanto, as leis pré-revolução que restringiam a liberdade religiosa continuaram a ser aplicadas e todos os tipos de discriminação não deixaram de ocorrer. Os conflitos têm restringido efetivamente a aplicação da lei, e não há aplicação de punições e proibições e todos os tipos de discriminação ocorrem. Além disso, as forças no poder não impediram os grupos extremistas de atacarem as minorias e os locais religiosos e de imporem os padrões islâmicos. Insultar o islamismo ou o Profeta Maomé são puníveis com pena de morte. Em fevereiro de 2016, o Papa Francisco nomeou Dom George Bugeja, OFM como Administrador Apostólico de Trípoli. Bugeja disse à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre que a Igreja Católica não tem dificuldade em celebrar suas liturgias, desde que celebradas dentro das igrejas e que os fiéis sejam estrangeiros. Ele também afirmou que a Igreja está muito limitada a nível pastoral, devido à situação de segurança em Bengazi e Sebha e à difícil situação financeira causada pelo fato de os seus principais benfeitores terem deixado o país.[6]
Em março de 2015 os bispos da Conferência Episcopal Regional do Norte da África se reuniram com o Papa Francisco, em Roma. O Papa elogiou a "coragem, lealdade e perseverança" dos católicos da Líbia.[25] No mesmo ano, o padre egípcio Magdi, residente na Líbia, informou que a comunidade cristã do país em quatro anos, registrou a queda do número de cristãos, de 100.000 cristãos para apenas 5.000.[26] Já em 2016, a organização Portas Abertas calculou que apenas havia 150 cristãos de origem étnica líbia. Devido às pressões sociais e familiares, eles são obrigados a praticar a sua fé clandestinamente. Em 2016, um líbio se converteu ao cristianismo, após ter tido contato com um colega convertido em Marrocos, e acabou sendo detido em Bengazi, sob a acusação de "proselitismo nas redes sociais e de denegrir o Islamismo".[6]
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Desde há vários anos a vossa Região tem alcançado evoluções significativas, que permitiram esperar na realização de certas aspirações a uma maior liberdade e à dignidade, e na promoção de uma maior liberdade de consciência. Mas por vezes estes progressos chegaram a levar ao desencadeamento da violência. Gostaria de elogiar de modo particular a coragem, a fidelidade e a perseverança dos Bispos da Líbia, assim como dos sacerdotes, das pessoas consagradas e dos leigos que permanecem no país, apesar dos numerosos perigos. Eles são autênticas testemunhas do Evangelho. Estou-lhes profundamente grato por isto, enquanto vos encorajo todos a dar continuidade aos vossos esforços a fim de contribuir para a paz e a reconciliação em toda a vossa Região.
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— Papa Francisco ao receber os bispos do norte da África em visita ad limina apostolorum.[27].
Em 2019 a tensão no país volta a crescer e ataques contra comunidades religiosas e migrantes voltam a ocorrer.[28] O Papa Francisco afirmou na tradicional oração do Ângelus, na Praça de São Pedro, que "a comunidade internacional não pode tolerar acontecimentos tão graves".[29] No geral, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre classificou a situação da Igreja na Líbia como de "grande preocupação". Numa entrevista em fevereiro de 2020, o administrador apostólico de Trípoli, George Bugeja disse que "a Igreja Líbia está presente, não escondida". Embora muitos cristãos tenham fugido do país após a crise líbia, a Igreja Católica permaneceu. Estimativas recentes aferem que haja cerca de 3.000 católicos em um país de sete milhões. A Igreja local inclui outro sacerdote em Trípoli, três frades menores em Bengazi, duas comunidades de Irmãs de Madre Teresa, "um total de oito freiras que são voluntárias em duas instituições governamentais […]. Os seus esforços são profundamente apreciados". O Vicariato de Trípoli tem apenas uma igreja, dedicada a São Francisco, que foi confiscada após a revolução de 1969, juntamente com outras igrejas. Atualmente, é "atribuída, mas não propriedade da Igreja". A Catedral de Trípoli foi transformada na Mesquita Jamal Abdul-Nasser na Praça da Argélia. Em Bengazi há uma igreja dedicada a Maria Imaculada.[6]
Cessar-fogo
No dia 23 de outubro de 2020, o país chega finalmente a um cessar-fogo, assinado pelas partes envolvidas, e supervisionado pela Comissão Militar Conjunta, também conhecida como "5+5". A pacificação foi saudada pela ONU e por outros organismos internacionais.[30] Ainda assim, não houve qualquer melhora na situação dos católicos líbios, nem dos cristãos em geral. Depois que o Estado Islâmico passou a atacar propriedades da Igreja, as comunidades católicas continuaram a se reunir em locais que não os edifícios da igreja.[6][7]
A Igreja Católica também sofreu as consequências da pandemia de COVID-19, pois, tanto mesquitas quanto templos de outras religiões foram fechados, reabrindo apenas em outubro de 2020. Os fiéis voltaram a celebrar as missas com restrições, que incluíam o uso de uma máscara facial, respeitando o distanciamento social e limitando a capacidade de ocupação a metade dos níveis pré-coronavírus.[6]
Organização territorial
O catolicismo está presente no território com três vicariatos apostólicos e uma prefeitura apostólica, diretamente sujeitos à Santa Sé. Não há dioceses no território líbio.[3][31]
Circunscrições eclesiásticas católicas da Líbia[3][31]
A Delegação Apostólica da Líbia foi criada em 1976, após ser separada da Delegação Apostólica da África Setentrional. Foi elevada a Nunciatura Apostólica em 10 de março de 1997.[5] A Líbia estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé em 1997 e, como primeiro núncio apostólico na região, Dom José Sebastian Laboa defendeu a coragem do povo líbio durante um período politicamente difícil.[12]