Nascido na capital do Piauí, aos dez anos de idade tinha a vaga impressão de que seu pai era o dono de uma pequena empresa de ônibus de Teresina. Anos depois quando adoeceu estava sem dinheiro para comprar remédios, pediu a um amigo que o levasse até o homem que diziam ser seu pai. Entrou na garagem, pôs-se diante do proprietário, o cinquentão Eurípedes Soares da Silva, e explicou-lhe o que fazia ali. Eurípides negou a paternidade, diante da insistência de Francenildo, deu-lhe 80 reais e ordenou-lhe que sumisse dali.[1]
Francenildo Chegou a Brasília, aos 14 anos de idade, levado pela mãe, Benta.[1]Em Brasília, Francenildo arranjou serviço num bar-mercearia. Tinha 15 anos, trabalhava das seis da manhã às onze da noite. Ao sair do emprego, em 1998, deixou 800 reais com o patrão, por não ter onde guardá-los. Tempos depois foi para uma chácara fazer trabalho de roça e conheceu Noelma, que teve encantamento por ele. Depois tiveram um filho de nome Thiago. Nesse período, seu tio lhe pediu emprestada a poupança da mercearia para comprar um terreno na cidade de Luziânia, em Goiás, e ele emprestou. Francenildo também tinha uma dívida com o irmão de sua mãe, que pagara a passagem de Teresina até Brasília.[1]
Escândalo da quebra de sigilo
Anos depois obteve notoriedade ao dizer publicamente ter visto o então Ministro da FazendaAntonio Palocci frequentar habitualmente uma determinada mansão em Brasília, coisa que o ministro negava com veemência perante a opinião pública e a imprensa.
No local, conforme narrou Francenildo, teriam ocorrido reuniões, churrascos e festas com a presença de garotas de programa, das quais participavam o ministro (que, segundo o caseiro, tinha o apelido de "Chefe") e os seus ex-assessores da prefeitura de Ribeirão Preto, com o suposto objetivo de se fecharem negócios considerados suspeitos e procederem à divisão do dinheiro relativo a tais negócios.
Aos depoimentos de Francenildo perante a imprensa e a Polícia Federal seguiram-se um polêmico indiciamento por lavagem de dinheiro (já arquivado), tido por certos analistas como meio velado de pressão do governo do PT sobre uma testemunha julgada perigosa, além da muito comentada quebra do sigilo bancário do caseiro, que divulgou para a Revista Época extratos bancários sigilosos nos quais constavam certos depósitos em dinheiro. Aventou-se que tais recursos poderiam ter sido pagos ao caseiro pela oposição ao governo federal, mas logo após foi esclarecido que o dinheiro vinha do pai biológico de Francenildo.
Os testemunhos de Francenildo e o envolvimento direto de Antonio Palocci e de seus assessores na quebra do sigilo bancário do caseiro foram a principal causa da demissão do mesmo, no dia 29 de Março de 2006.[2] No episódio, também perdeu o cargo o então presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, tido como co-responsável pela quebra do sigilo.
O caseiro é tido por certos analistas como exemplo de pessoas de condição social e cultural baixa que colaboraram decisivamente para investigações no Brasil, a exemplo do que já tinha feito o motorista Eriberto França, nos anos 90, durante a investigação que resultou no impeachment de Fernando Collor.
A Caixa alegou ter havido regularidade e legitimidade no episódio da quebra do sigilo bancário de Francenildo.
A Caixa apresentou contestação nos autos da ação ajuizada pelo senhor Francenildo dos Santos Costa, demonstrando a regularidade e legitimidade de todos os procedimentos adotados no âmbito da instituição em relação ao senhor Francenildo. O juiz da causa promoveu duas audiências de conciliação e também concedeu prazos visando à composição amigável entres as partes, iniciativas que resultaram infrutíferas, tendo em vista que Francenildo e seu advogado não aceitaram as propostas da Caixa.
Por sua vez, em ação proposta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) não recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra Palocci e, portanto, não torná-lo réu em um processo criminal.