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A Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué ou de Aguer, também designada como Fortaleza de Santa Cruz do Cabo de Gué de Agoa de Narba, localizava-se na atual cidade de Agadir, no litoral do Marrocos.
O Cabo de Gué (Cabo Guir, Ghit), situado cerca de 40 km a norte da fortaleza, é também referido como "Cabo da Guer" e "Cavo da Ger". O local onde se encontrava a fortificação é referido pelo cronista Damião de Góis como "Guadanabar do cabo de Guer".
O autor anónimo da "Crónica de Santa Cruz do Cabo de Gué" (século XVI) denomina-o "Guadanabar" ou "Agoa de Narba", que explica por se encontrar aí "(...) huma grande fonte de muito boa agoa (...) donde vinhão a beber muitos gados (...), [que pertenciam a] hum Mouro grão senhor (...) o qual se chamava Ahames Narba, pella qual cauza chamavão a fonte d'agoa de Narba",[1]) mas que mais provavelmente se deve ao fato de que, perto do seu sítio, onde as tribos berberes costumavam realizar um mercado à quarta-feira ("Souk l-Arba' "), encontrava-se o armazém coletivo "Agadir", o que deu "Agadir l-Arba' ", forma árabe da toponímia identificada por Pierre de Cenival numa carta dos habitantes da região dirigida a Manuel I de Portugal, aportuguesada como "Agoa de Narba". Este último nome aparece nos mapas a partir de 1480, substituindo o de "Porto Meseguinam" ou "porto Meseguina" constante em mapas anteriores, desde 1325.[1]
A fortificação foi erguida a partir de 1505 pelo comerciante português João Lopes de Sequeira para fazer face às investidas dos castelhanos sobre Agadir. Foi por este vendida ao rei Manuel I de Portugal (1495-1521) em 1513.
Conquistada pelo Xerife Saadiano de Suz, Maomé Axeique em março de 1541, a sua perda determinou o início do recuo estratégico português na região a sul do Marrocos, que se iniciou com o abandono da Fortaleza de Azamor e da Praça-forte de Safim (ambas em 1542), e culminou, após a conquista de Fez pelo Xerife Saadiano (1549), com o abandono português da Praça-forte de Alcácer-Ceguer (1549) e da Praça-forte de Arzila (1550).