Belatu-Cadros

Na mitologia celta, Belatu-Cadros, também representado como Belatucadros ou Belatucadrus, foi uma deidade cultuada na Britânia do norte, particularmente em Cumberland e Westmorland. Pode ser relacionado à Belenos e Cernuno e foi igualado no período britânico à Marte.

Ele parece ter sido cultuado por soldados romanos de baixa patente tão bem quanto por bretônicos.

Belatucadros também é conhecido por aproximadamente 28 inscrições na vizinhança da Muralha de Adriano, Inglaterra. A pronúncia do nome do deus variam muito e dedicatórias à Balatocadro, Balatucadro, Balaticauro, Balatucairo, Baliticauro, Belatucairo, Belatugago, Belleticauro, Blatucadrus e Blatucairus são geralmente aceitas como variantes de Belatu-Cadros. A mais comuns destas formas é Belatucadro, que como resultado, é o nome geralmente usado nas escritas modernas. Em cinco destas inscrições, Belatucadros é igualado ao deus romano Marte como Marte Belatucadro.

Os altares dedicados à Belatu-Cadros eram usualmente pequenos, simples e planos, levando à sugestão de que este deus era principalmente cultuado por pessoas de baixo status social.

O nome é frequentemente comentado como ‘um justo brilhando’ ou ‘matador de justo’ presumivelmente porque a primeira sílaba do nome é análoga ao elemento reconstrutível proto-celta *belo- ‘brilhante.’ Este elemento é reconstruído como *belo- para o proto-celta no léxico proto-celta [1]. O elemento é ligado à raiz indo-européia *bhel- ‘brilho’ [2]. Entretanto, uma rápida olhada no léxico proto-celta [3] revela que *belatu- é reconstrutível para o proto-celta com o significado de ‘morteh’ e que *kadro- é um elemento reconstrutível significando ‘decorado.’ Então o nome Belatucadro pode ser interpretado como um componente de duas palavras gálicas que descenderam de dois elementos proto-celtas *belatu- e *kadro- que juntos como uma palavra composta de adjetivo literalmente significariam ‘[um] ornamentado-de morte.’ Certamente, dificilmente esta é uma proposta original para o significado do nome deste deus associado com o deus Marte: MacCulloch logo em 1911 (p135) comentou o nome do deus como ‘tão gracioso quanto uma matança’ [4]. Desta forma ‘um justo brilhando’ ou ‘matador de justo’ não são os únicos comentários aceitáveis para este teônimo.

Referências

  • Coulston, Jon C. & Phillips, E.J. (1988). Corpus Signorum Imperii Romani, Great Britain, Volume I, Fascicule 6. Hadrian's Wall West of the North Tyne, and Carlisle (p. 55). New York and Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-726058-6;
  • Fairless, K.J. (1984). "Three religious cults from the northern frontier region" (p. 225–228). In R. Miket and C. Burgess (eds.), Between and Beyond the Wall. Essays on the Prehistory and History of North Britain in Honour of George Jobey (pp. 224–242). Edinburgh: John Donald Publishers. ISBN 0-85976-087-1;
  • Green, Miranda J. (1992). Dictionary of Celtic Myth and Legend (p. 42). London: Thames and Hudson. ISBN 0-500-01516-3;
  • MacCulloch, J. A. (1911). The religion of the ancient Celts. New York: Dover Publications. ISBN 048642765X;
  • Ross, Anne (1967). Pagan Celtic Britain. Routledge & Kegan Paul. ISBN 0-902357-03-4.

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