O Aeroporto Internacional de Brasília – Presidente Juscelino Kubitschek (IATA: BSB, ICAO: SBBR) é um aeroporto internacional na região administrativa do Lago Sul, no Distrito Federal. É o terceiro maior aeroporto do Brasil em número de passageiros transportados e o primeiro aeroporto da América do Sul a operar com pistas simultâneas.[4] Desde 20 de abril de 1999, o aeroporto leva o nome de Juscelino Kubitschek (1902–1976), o 21º Presidente do Brasil.[5]
O aeroporto está localizado na região administrativa do Lago Sul, a 5 quilômetros da Asa Sul de Brasília (Asa Sul). É operado pela Inframérica.[6] O local do aeroporto cobre uma área de cerca de 2.900 hectares de propriedade aeroportuária.[7]
Algumas de suas instalações são compartilhadas com a Base Aérea de Brasília da Força Aérea Brasileira. O Centro Integrado de Controle de Tráfego Aéreo e Defesa Aérea Brasileiro seção 1 (Cindacta I) também está localizado nas proximidades do aeroporto.[8]
O complexo aeroportuário foi concedido à iniciativa privada em 6 de fevereiro de 2012 para o Consórcio Inframérica durante o período de 25 anos, pelo valor de 4,5 bilhões de reais.[1] Em 2019, foi apontado pela consultoria de aviação internacional OAG como o terceiro mais pontual do mundo.[9]
O Aeroporto de Vera Cruz, construído em 1955 pelo então vice-governador de Goiás, Bernardo Sayão Carvalho Araújo, a pedido do presidente da sede da Nova Capital Federal, Marechal José Pessoa, já existia. Em 2 de outubro de 1955, o aeroporto recebeu a primeira tripulação de operários que construiria a nova capital. Essa instalação estava localizada onde hoje é o Terminal Integrado de Ônibus e Trem de Brasília. Tinha uma pista de terra de 2,7 quilômetros e um terminal de passageiros em um barraco improvisado de parede de sabugo coberto com folhas de buriti.[10] Esta facilidade, no entanto, foi apenas temporária. A mudança para local definitivo já havia sido identificada como prioridade e as obras foram iniciadas em 6 de novembro de 1956. A obra durou mais de seis meses e exigiu a limpeza de uma área de 1,3 milhão de metros quadrados. A pista foi projetada para ter 3,3 quilômetros mas inicialmente tinha apenas 324 metros de comprimento e 45 metros de largura. O terminal de passageiros foi construído em madeira. Em 2 de abril de 1957, a aeronave presidencial pousou pela primeira vez no local, e a inauguração oficial ocorreu em 3 de maio de 1957. Naquele ano, no mesmo local também foi inaugurada a Base Aérea de Brasília.[10]
Apesar de ter sido oficialmente inaugurado no dia 3 de maio de 1957,[11][12] a primeira etapa de construção da pista foi inaugurada em 2 de abril do mesmo ano, com a recepção de um pouso do Viscount (avião presidencial) que trazia o próprio presidente, os embaixadores da França e de Portugal, ministro, deputados e Lúcio Costa, que acabara de vencer o concurso do Plano Piloto, além de jornalistas estrangeiros. A comitiva viera para Brasília inspecionar as obras da Nova Capital.[12]
A pista do aeroporto foi projetada pelo engenheiro carioca e pioneiro em Brasília (chegou em outubro 1956)[13] Atahualpa Schmitz Prego. Ele era o engenheiro-chefe da Companhia Metropolitana de Engenharia e responsável pela construção do Aeroporto,[14] na conclusão da primeira etapa, foram construídos 2400 metros de pista de operação por 45 metros de largura, na segunda etapa a pista foi ampliada, atingindo 3300 metros de extensão,[15] sendo a mais extensa pista do país até então.[16]
Em 1965, Oscar Niemeyer propôs um projeto visionário para o Aeroporto de Brasília em substituição ao terminal de madeira: circular, com pilares externos semelhantes ao Palácio da Alvorada e túneis do metrô até o pátio satélite.[17] Porém, o arquiteto perdeu a concessão e, devido ao golpe de estado brasileiro de 1964, o governo militar optou por construir o projeto de Tércio Fontana Pacheco, arquiteto do Ministério da Aeronáutica Brasileira. O aeroporto é, portanto, um dos poucos edifícios importantes de Brasília que não tem relação com Niemeyer.[18]
Em 1990, o aeroporto passou por sua primeira grande reforma e passou a ganhar a forma atual com um corpo central e dois edifícios satélites inicialmente planejados, mas apenas um concluído, a ala oeste. Desde 1990 está em reforma e ampliações, construídas pela Camargo Côrrea, seguindo projeto arquitetônico do arquiteto Sérgio Roberto Parada, com conclusão entre 2000 e 2004.[19] A primeira fase incluiu a construção de um viaduto de acesso ao terminal de passageiros e cobertura metálica inaugurado em 1992 e o primeiro edifício satélite circular, inaugurado em 1994, cujo formato lembra um disco ovni. Na segunda fase, o corpo principal do terminal de passageiros foi remodelado para incluir um shopping e o edifício satélite recebeu nove pontes de embarques. Em 2005, foi inaugurada uma segunda pista.[10]
O antigo terminal de aviação geral construído originalmente em 1988 foi novamente reformado e transformado no Terminal de Passageiros 2. Foi aberto ao tráfego em 2 de agosto de 2010.[20]
Em 31 de agosto de 2009, a Infraero divulgou um plano de investimento no valor de 514,8 milhões de reais[15] para a reforma do aeroporto, com foco nos preparativos para a Copa do Mundo FIFA de 2014, sendo Brasília uma das cidades-sede, e dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 que foram realizados no Rio de Janeiro:[15]
Respondendo às críticas à situação de seus aeroportos, em 18 de maio de 2011, a Infraero divulgou uma lista avaliando alguns de seus aeroportos mais importantes de acordo com seus níveis de saturação. Segundo a lista, Brasília foi considerado criticamente saturado, operando acima de 85% de sua capacidade.[21]
Após decisão tomada em 26 de abril de 2011 pelo governo federal para que empresas privadas obtivessem concessões para operar alguns aeroportos da Infraero,[22] em 6 de fevereiro de 2012, a administração do aeroporto foi concedida por 25 anos ao Consórcio Inframérica, formado pelo Grupo Brasileiro de Engenharia Engevix (50 %) e o grupo argentino Corporación América (50 %).[23] A Infraero, entidade estatal, detém 49% das ações da empresa constituída para administração.[24][25]
Entre 2012 e 2014, o consórcio Inframérica investiu 1,2 bilhão de reais no aeroporto: reforma do terminal, aumentando o número de pistas de embarque de 13 para 29 e de 40 para 70 posições de aviões. Em abril de 2014, foi inaugurado o Saguão Sul, que atende voos domésticos.[26]
Em novembro de 2015, a Força Aérea Brasileira autorizou que as pistas 29R/11L e 29L/11R fossem operadas simultaneamente, sendo o primeiro aeroporto na América do Sul com essas características, podendo operar até oitenta voos por hora.[27] Em 2 de março de 2016 , a FAB suspendeu as operações simultâneas, após dois incidentes consecutivos nos quais as aeronaves, por erros de digitação, viraram para o mesmo lado, entrando em rota de choque. Em 18 de julho de 2016 , a operação simultânea das pistas foi retomada, com a implementação de cartas de procedimento diferentes e independentes para cada pista, de forma a eliminar a possibilidade de erros de programação.[28]
Para 2016 até 2022 estavam previstos investimentos para a área internacional, construção de novos parques de estacionamento, quatro novos hotéis nas imediações, uma nova área de negócios e outras instalações, como um centro comercial, mas nada foi concretizado até meados de 2022.[29]
(Somente embarques)
(embarques+desembarques)