A Academia Pernambucana de Letras (APL) é uma instituição literária sem fins lucrativos fundada em 26 de janeiro de 1901, no Recife, por Carneiro Vilela e outros escritores pernambucanos. Foi a primeira academia criada no século XX, e a quarta academia de letras do Brasil, precedida apenas pela Academia Cearense de Letras (15 de agosto de 1894), pela Academia Brasileira de Letras (20 de julho de 1897) e pela Academia Paraense de Letras (3 de maio de 1900) — criadas no século XIX. A APL era inicialmente composta por 20 cadeiras, tendo esse número expandido para 40 a partir de 1960.[1]
No fim do século XIX, alguns intelectuais do Recife cogitaram a criação de uma nova academia literária, que teria o nome de Academia Pernambucana de Letras. José Isidoro Martins Júnior, Artur Orlando da Silva, Eduardo de Carvalho e Joaquim Thiago da Fonseca endereçaram um convite a Carneiro Vilela para fazer parte da nova instituição, não tendo ele aceito tal convite, expondo no jornal A Província uma nota explicando sua recusa.[2] O mesmo Carneiro Vilela, no entanto, fez parte do grupo de intelectuais que mais tarde em 1901 fundaram a Academia.[3]
Em 28 de dezembro de 1900 foi publicada uma nota a respeito da iminente instalação da academia no Jornal do Recife e no Diário de Pernambuco.
Na ata da sessão ordinária de 10 de janeiro de 1901, no Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano foi assentado o seguinte texto:
Em 14 de janeiro daquele ano houve uma sessão preparatória para instalação da Academia, com a aprovação da Lei Orgânica e escolha dos patronos das vinte cadeiras que a comporiam.
Em 26 de janeiro, em sessão solene no salão nobre do IAHGP, instalou-se a Academia Pernambucana de Letras, sob a presidência de Carneiro Vilela, com a presença do governador Antônio Gonçalves Ferreira e com discurso de Carlos Porto Carreiro.
Em 5 de maio foi publicado o primeiro número de sua Revista.[4]
Dissolvida em 1910, a Academia foi reorganizada em 1920[1] e, em 1921, teve o número de cadeiras aumentado para 30, passando para as atuais 40 em 1960.
Atualmente é presidida pelo acadêmico Lourival Holanda, empossado em 26 de janeiro de 2022[5] e reeleito para 2024-2025,[6] em substituição a Lucilo Varejão Neto, que havia substituído Margarida Cantarelli, que presidiu a instituição por 4 anos.[7][8]
A Academia Pernambucana de Letras não foi a primeira associação literária fundada em Pernambuco. Antes dela houve:
Essas academias, no entanto, não tinham apenas interesse literário. Seus maiores interesses eram políticos, de ideologia republicana, e ambas se dissolveram em 1817, quando houve a Revolução Republicana.
No final do século XIX e início do século XX houve várias associações literárias que congregavam pequenos grupos de intelectuais em locais variados:
A Academia Pernambucana de Letras foi criada em dependência do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, cedida para sua instalação.
Em 1966, durante a gestão de Luiz Delgado, o governador Paulo Pessoa Guerra desapropriou o solar que foi residência do Barão Rodrigues Mendes (João José Rodrigues Mendes), projetado pelo arquiteto Louis Léger Vauthier, doando a propriedade à Academia Pernambucana de Letras, que passou a ter aí sua sede permanente.
Esta lista relaciona todos os imortais da Academia Pernambucana de Letras, segundo a ocupação das cadeiras. Os patronos são pernambucanos, com exceção de Bento Teixeira, da Cadeira nº 1, que se declarou português.
Olimpio Bonald da Cunha Pedrosa (Olimpio Bonald Neto)[nota 3][nota 4]
Marco Antônio Maciel[nota 14]
A Academia distribui prêmios literários regularmente, em edições anuais, em diversas categorias.
Criado em 1945 e suspenso em 1995. A regulamentação do prêmio, descrita no Art. 23 dos estatutos da Academia, previa rotatividade de gêneros literários dos livros concorrentes:
Instituído em 1956, aprovado em 12 de dezembro daquele ano, por iniciativa de Luiz de Magalhães Melo.
Prêmio único instituído em comemoração ao cinquentenário do falecimento de Machado de Assis. Foi entregue em 22 de setembro de 1959.
Prêmio instituído em 1974 pela Sra. Dinorá Faria Neves de Melo e extinto logo após sua primeira edição, em 1976.
Instituído em 5 de setembro de 1972 por José Mário de Andrade, em homenagem à memória de seu pai. Foi extinto em 1985.
Instituído em 1975 por Adelmar da Costa Carvalho, foi extinto com a morte de seu idealizador, em 1990.
Prêmio instituído em 1979 pelo Dr. Paulo Fioravanti e extinto a partir de 1994.
Instituído em 1990.[nota 31]
Instituído em 1991 e extinto a partir de 1995.
Outorgado no ano de 1994, conjuntamente com o Congresso Internacional da UMEAL, sendo repetido em 2007, nas mesmas condições, em outro congresso, porém não tendo a Academia como co-outorgante.
Instituído em 9 de abril de 2001 pelo acadêmico Wamireh Chacon em homenagem à memória de sua mãe.
Instituído em 1995 pela escritora Ana Maria César, em homenagem à memória de seu pai. O prêmio foi extinto por força de carta enviada pela patrocinadora, em 25 de junho de 2001.
Instituído em 1997 pela sra. Lia de Brito Alves.
Instituído em 25 de junho de 2001 pelo acadêmico Waldemar Lopes e, após sua morte, em 2006, mantido pelos familiares do poeta Edmir Domingues.
Prêmio criado em 25 de fevereiro de 2002 pelo acadêmico Antônio Corrêa de Oliveira, em homenagem à memória de sua esposa e mantido após seu falecimento.
Instituído em 2004 pela escritora e antropóloga Fátima Quintas em homenagem à memória de seu pai.
Instituído em 2007, patrocinado pelas Edições Bagaço.
Prêmio criado pelo acadêmico Amaury de Siqueira Medeiros na cerimônia de sua posse, em 2007, porém só efetivamente instituído em 2010.Em 2013, passou a julgar um conjunto de 10 sonetos inéditos do autor concorrente. Em 2014 diminuiu o número de sonetos para 3.Em 2015, voltou a julgar um conjunto de 10 sonetos.Não houve edição do prêmio a partir de 2016.
Prêmio criado pelo Acadêmico José Nivaldo Júnior para contemplar o melhor livro com temática regional.