A Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), é a entidade literária máxima a reunir, no Brasil, os expoentes da literatura de cordel típica da Região Nordeste do país, com sede no Rio de Janeiro, e fundada a 7 de setembro de 1988.
Graças ao trabalho de resgate e manutenção desta manifestação cultural feita pela ABLC, os cordéis passaram a integrar o currículo da faculdade de letras da Universidade de Coimbra — fazendo assim o "caminho de volta" do estilo originado em Portugal.[2]
A ABLC funciona nos dias úteis, das 9 às 18h, em sua sede à rua Leopoldo Fróes número 37, no bairro de Santa Teresa. De seus três diretores iniciais, hoje conta com quarenta membros efetivos e com de mais de treze mil títulos em seu acervo, muitos dos quais à venda no local.[2]
A literatura de cordel surgira por meio de artistas populares, com baixo nível educacional formal, e sua produção era voltada para um público de pouco poder aquisitivo.[3]
No período mais recente, contudo, essa manifestação mudou de atores, com o surgimento de uma geração de cordelistas formada por poetas com instrução, que estavam preocupados com a revalorização do gênero, inclusive procurando seu uso didático; isto levou, por exemplo, à adaptação de obras literárias tanto de autores nacionais do Brasil quanto estrangeiros ao gênero.[3]
Neste contexto veio também para renovar a linguagem do cordel a fundação da Academia.[3]
Surgimento da Academia
Ainda em 1978, Gonçalo Ferreira da Silva resolvera se aprofundar no estudo do histórico e técnica do cordel, quando ele deu início na Feira de São Cristóvão da capital carioca à iniciativa de montar uma banca que, a seguir, passou a atrair pesquisadores e interessados. No final da década de 1980, aquela pequena banca acabou por se tornar o embrião do que viria a ser uma "Academia" a reunir os expoentes do estilo literário que, com o apoio da Federação das Academias de Letras do Brasil, finalmente passou a ter uma sede própria.[2]
A ABLC em suas atividades, publica folhetos de vários autores, além de livros como o Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel, e implanta "cordeltecas" pelo país.[2] Uma dessas iniciativas mereceu o apoio cultural da empresa Petrobras, com a reedição de cem cordéis históricos, obras raras e antigas de quarenta e um autores.[5]
Primeira diretoria
Sua primeira diretoria tinha somente três membros: Gonçalo Ferreira da Silva, Presidente; Apolônio Alves dos Santos, Vice-Presidente e Hélio Dutra como Diretor Cultural.[2]
Diretoria atual
Presidente
Gonçalo Ferreira da Silva
Vice-presidente
Messody Benoliel
Secretária
Maria Luiza
Tesoureira
Wanda Brauer
Diretor Jurídico
Agenor Ribeiro
Diretor Cultural
Marcus Lucenna
Assessores do Presidente
Francisco Paulino Campelo
Marlos de Herval Lima da Silva
Guaipuan Vieira
Patronos e Membros
Constituída por quarenta Cadeiras, assim como a Academia francesa que a todas as Academias serve de modelo, cada uma delas sob um Patronato, como a Brasileira, possui ainda a categoria de Sócios Beneméritos.[6]
↑Carlos Alberto de Assis Cavalcanti (2007). «A atualidade da literatura de cordel»(PDF). Repositório Institucional da UFPE. Consultado em 29 de março de 2016. Arquivado do original(PDF) em 20 de abril de 2016