Era filho do professor de ascendência francesa[1] Léon Renault e de Maria José de Castro Renault. Foi casado com D. Ignez Caldeira Brant Renault, com quem teve três filhos, Caio Márcio, Carlos Alberto e Luiz Roberto. Teve três netos, Caio Mário, Abgar e Flávio, e uma bisneta, Ignez.
Foi eleito deputado estadual por Minas Gerais, e exerceu o cargo de direção no Colégio Universitário da Universidade do Brasil e no Departamento Nacional da Educação. Foi ainda secretário da Educação do Estado de Minas Gerais em dois governos, quando se notabilizou por incentivar o ensino no meio rural. Depois disso foi também ministro da Educação e Cultura no governo de Nereu Ramos e ministro do Tribunal de Contas da União. Dirigiu o Centro Regional de Pesquisas Educacionais João Pinheiro em Belo Horizonte.
No período de 1956 a 1959 foi membro da Comissão Internacional do Curriculum Secundário da Unesco. Em 1961 atuou como consultor da Unesco na Conferência sobre Necessidades Educacionais da África, em Adis Abeba. Em 1963 participou da Comissão Consultiva Internacional do The World Book Encyclopædia Dictionary, Estados Unidos. Foi membro da Comissão Consultiva Internacional sobre Educação de Adultos, também da Unesco nos anos de 1968 a 1972. Representou o Brasil em numerosas conferências internacionais sobre educação em Londres, Genebra, Paris, Teerã, Belgrado e Santiago do Chile. Por várias vezes foi eleito membro da Comissão de Redação Final dos documentos dessas reuniões. Esteve no Conselho Federal de Educação e no Conselho Federal de Cultura. Foi nomeado Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais. Como professor, esteve sempre ligado à educação e preocupou-se com a língua portuguesa, de que foi um conhecedor exímio e representante fiel.
Abgar Renault registrou todos os seus estudos e reflexões em A palavra e a ação, de 1952, e em Missões da Universidade, de 1955. Além disso, foi um grande poeta. "Nesse terreno sua criatividade, invenção e conhecimento da alma da linguagem fazem de Abgar Renault um jogral do gênero de Guimarães Rosa."[3] Fez parte do grupo surrealista moderno e participou do movimento modernista de Minas Gerais. A partir daí aumentou sua participação na literatura contemporânea. Apesar de ter sua obra associada ao Modernismo, fazia uma poesia original, não ligada a nenhuma escola poética.
Foi eleito em 1 de agosto de 1968, tomando posse em 23 de maio de 1969 da cadeira 12, que tem por patrono França Júnior, com saudação pelo acadêmico Deolindo Couto, sendo o seu quinto ocupante.